“Uma morte tão estúpida”, diz homem que perdeu o irmão com deficiência física após chuvas em Petrópolis
Felipe contou ao G1 que a esposa de Rafael, de 42 anos de idade, recebeu uma mensagem do marido. Ele possui uma deficiência física, e não conseguiu sair do ônibus em que estava
Resumo da Notícia
- Morador de Petrópolis fala sobre irmão com deficiência desaparecido: "Está doendo"
- Felipe contou ao G1 que a esposa de Rafael, de 42 anos de idade, recebeu uma mensagem do marido
- Ele possui uma deficiência física, e não conseguiu sair do ônibus em que estava
Um morador de Petrópolis busca o corpo do irmão, que tem deficiência física, uma das vítimas das chuvas em Petrópolis, , no Rio de Janeiro. Segundo Felipe, o irmão, que se chama Rafael, morreu dentro de um ônibus arrastado pela chuva na Rua Coronel Veiga. Ele passou a manhã desta quarta-feira (16) no Instituto Médico-Legal (IML) da cidade em busca de informações.
Felipe contou ao G1 que Rafael conseguiu mandar uma mensagem pelo celular de uma passageira do ônibus para a esposa avisando que estava dentro de um ônibus momentos antes de desaparecer.
“Ele mandou mensagem que o telefone dele tinha acabado a bateria, que o rio estava subindo, estava todo alagado. Mas, como ele mora nas imediações, ele já estava acostumado com isso. A água subiu de maneira muito forte e algumas pessoas conseguiram sair. Ele é deficiente físico e não conseguiu sair do ônibus”, disse Felipe.
O morador de Petrópolis ainda admitiu que verificou em todos os hospitais da cidade e até no IML. Em desespero, Felipe classifica o irmão como um “guerreiro”.
“Meu irmão sofreu um acidente há 12 anos atrás em ele perdeu a perna esquerda, teve que amputar. E quando ele tinha 11, 12 anos, sofreu um traumatismo craniano em que ele ficou quase dois meses em coma. Foram quase dois anos sem andar. Ele sofreu muito”, contou.
E ainda completa, “O que mais me dói é o quanto ele sofreu e ter uma morte tão estúpida dessas, dentro de um ônibus. Imagina o desespero dele. Eu não tenho palavras para dizer o quanto está doendo e eu estou sofrendo com isso”. Felipe ainda disse que o atendimento no IML foi precário.
“Anotaram os meus dados para fazer o reconhecimento, eu disse que sou o irmão, falei as características. Até porque está muito fácil, pois é fácil identificar, por ser um deficiente físico. E me perguntaram se eu moro perto e disse que ia demorar”, contou ele.