Publicado em 10/03/2021, às 12h14 - Atualizado em 12/04/2023, às 14h28 por Cinthia Jardim, filha de Luzinete e Marco
Com o aumento dos casos de covid-19 no Brasil, inclusive das variantes como a de Manaus (P1), é comum surgirem dúvidas quanto à transmissibilidade e um possível agravamento dos casos de coronavírus no país. Identificada pela primeira vez em janeiro de 2021, em Manaus, a variante, que também pode ser chamada de mutação, pode estar ligada ao aumento do número de casos no estado do Amazonas.
Segundo o infectologista da Doctoralia Guenael Freire, pai de Stella e Olivia, apesar de existirem diversas outras variantes no mundo, a P1 pode se tornar a mais comum no Brasil. Já observada em diversos estados, ela tende a predominar diante do SARS-COV-2. Para tirar as principais dúvidas sobre o tema, respondemos o que se sabe até agora sobre a variante de Manaus.
Também conhecida como cepa, as variantes da covid-19 significam que o vírus passou por modificações ao longo do ano, sofrendo modificações no seu material genético e mutações que geram variantes ou cepas do mesmo vírus. “A maioria das mutações no genoma do SARS-CoV-2 não tem impacto na função viral. Porém, certas variantes tem ganhado grande atenção por causa de sua rápida emergência dentro das populações e maior potencial para transmissão ou implicações clinicas”, explica Dra. Elisa Miranda Aires, infectologista da DaVita Serviços Médicos.
Por já ter acumulado uma série de mutações em genes que codificam a proteína S, aquela que acopla o vírus com as células, Guenael comenta que isso gerou a variante P1. “Assim como temos a variante britânica B1.1.7 e a sul-africana, nós temos a de Manaus. Então, as variantes são vírus que sofrem mutações porque houve um cenário de intensa replicação viral, sem controle”, explica o infectologista. “Então quanto mais intensa é a replicação viral, mais fácil de encontrarmos essas mutações, que na maioria das vezes é desfavorável ao vírus, mas uma minoria pode causar vírus diferentes e mais adaptados ao nosso organismo, sendo mais fáceis de serem transmitidos”.
“Estudos demonstram que a variante P1 é mais transmissível”, confirma o médico. Segundo o especialista, isso pode acontecer por possuir uma maior carga viral, além de ser até duas vezes mais transmissível do que o SARS-COV-2. “Como tem mais vírus, essa transformação favoreceu a mutação do vírus com a células humanas do trato respiratório”, comenta.
A partir dessa carga viral, a interação é favorável para que o vírus possa se multiplicar de maneira mais rápida e assim, causar uma facilidade de transmissão. Vale lembrar ainda que até o momento, os estudos sobre o tempo de transmissibilidade foram feitos apenas com o SARS-COV-2, ou seja, ele não havia passado por mutações. Por isso, não existem dados científicos que provem que uma pessoa pode continuar transmitindo o vírus por mais tempo.
Até o momento, não existem estudos que provem que a variante de Manaus é mais grave, mas Guenael alerta que a mutação pode ser um ponto a ser considerado no assunto de saúde pública, pois dissemina mais fácil. “Com isso, o número de pessoas acometidas é maior e nós vamos ter, naturalmente, mais pessoas doentes, mais óbitos e mais sobrecarga no sistema de saúde”, alerta o especialista.
As maneiras de se proteger contra qualquer variante, além do próprio coronavírus, são os mesmos. “É importante seguir o distanciamento social, higienizar as mãos, reduzir mobilidade, evitar deslocamentos desnecessários e, se puder, ficar em casa é melhor. Além disso, sempre utilize máscaras em ambientes externos”, indica o infetologista.
Sim. Por ter a tendência de ser cada vez mais comum no Brasil, ela pode disseminar de maneira mais rápida. Quanto à imunidade dos pacientes que já tiveram covid-19 no passado, o infectologista explica que a proteção conta a variante P1 é apenas parcial, sem ser total. “Nós podemos ter reinfecções de pessoas que já tiveram covid-19 no passado com essa nova variante”.
Um estudo preliminar, desenvolvido pelo Instituto Butantan, mostrou que a CoronaVac é eficaz contra a variante de Manaus. No entanto, a pesquisa ainda está em desenvolvimento para a obtenção de dados definitivos. A partir de exames de sangue de pessoas vacinadas, foi possível fazer os testes contra a variante P1. Em relação à vacina de Oxford, estudos preliminares realizados pela universidade inglesa e pelo laboratório AstraZeneca, mostraram que o imunizante também é eficaz contra a variante.
Apesar dos poucos casos confirmados, a reinfecção por coronavírus é algo que não pode sair do radar quando o assunto é a proteção da família. Por isso, é superimportante ficar de olho nos sintomas, principalmente se já houve algum caso da doença confirmada entre amigos ou parentes.
O infectologista Dr. Gerson Salvador, pai de Laura, Lucas e Luísa explica que se uma pessoa volta a ter os mesmos sintomas e isola o vírus algumas semanas depois, com o mesmo material genético, pode ser uma reativação. “Então, pelo critério atual, é preciso demonstrar que são vírus diferentes para ser um caso de reinfecção“. Com a análise e critério atual prevalecente, faz com que tenhamos poucos casos confirmados de reinfecção, mas o infectologista comenta que com o passar do tempo, esse sistema pode ficar mais simples.
Nos casos suspeitos de reinfecção, os sintomas são os mesmos de Covid-19, sendo eles: febre, tosse, desconforto respiratório, alteração no olfato, no sabor e dor no corpo. “Eles são sugestíveis de Covid-19 e uma pessoa que volte a manifestar esses sintomas, mesmo que já tenha tido a doença confirmada, é preciso ser investigada, pois pode se tratar de uma reinfecção. Para identificar, é preciso fazer o PCR para o Sars-CoV-2”, explica o especialista.
Geralmente, por conta da queda da capacidade de produzirmos anticorpos e também na queda da imunidade celular ao coronavírus, a exposição no paciente é mais suscetível, já que não está mais imune. “Esse é um fenômeno que conhecemos bem na Influenza, o vírus da gripe, por isso nós podemos nos reinfectar por diversas vezes durante a nossa vida”, conclui Gerson.
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