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Varíola dos macacos: “A situação do Brasil é preocupante”, alerta a OMS

A falta de testagem é um dos alertas feito pela OMS para conter a disseminação da doença - Reprodução/ Domínio público via Wikipedia
Reprodução/ Domínio público via Wikipedia

Publicado em 26/07/2022, às 13h42 - Atualizado às 13h52 por Carolina Ildefonso, mãe de Victor


A Organização Mundial da Saúde fez um alerta, nesta terça-feira, 26 de julho, para a situação da varíola dos macacos, no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, são 813 casos confirmados, até o fechamento desta reportagem. Um aumento de mais de 30% desde o dia 22 de julho, na semana passada. No mundo já são mais de 17 mil casos.

Um dos principais sintomas do vírus é a erupção cutânea
A falta de testagem é um dos alertas feito pela OMS para conter a disseminação da doença (Foto: Reprodução/ Domínio público via Wikipedia)

A maior parte dos casos se concentram no estado de São Paulo, segundo levantamento do portal Folha de São Paulo, a. Conforme dados da Secretaria de Estado da Saúde são 590 diagnósticos da doença. O estado paulista também registra aumento, se comparado com os dados da semana passada, de 26%.

A líder técnica da OMS, Rosamund Lewis, chamou atenção para problemas de testagem que podem afetar o país. “A situação do Brasil é preocupante”, reforçou Lewis em coletiva. A organização declarou no último dia 23 que a doença é considerada como emergência pública de preocupação global.

“Nós acreditamos ser o momento deste anúncio, considerando que, dia após dia, mais países e pessoas têm sido afetados pela doença. Precisamos de coordenação e solidariedade para controlar esse surto”, disse Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS.

Em entrevista para a BBC News, o médico sanitarista Nésio Fernandes, presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde) explica quais são as três ações urgentes que precisam ser tomadas pelas autoridades brasileiras: ampliar a testagem, atualizar as orientações de isolamento de casos e correr atrás de vacinas. “Com o coronavírus, não tivemos critérios de testagem para casos suspeitos logo no início. À época, isso impediu que o país conhecesse o real tamanho do problema com o qual estávamos lidando”, contextualiza. Dr. Fernandes faz um alerta ainda para a necessidade de reconhecer que todos os Estados estão em risco e já devem ter a transmissão comunitária deste vírus. Ele alerta também a importância de acelerar a busca por vacinas.

E as crianças?

Até o momento, todos os casos brasileiros foram diagnosticados em homens. Nos Estados Unidos, duas crianças foram diagnosticadas. A Pais&Filhos conversou com alguns pediatras e infectologistas que explicam se as crianças fazem parte o grupo de risco. E a boa notícia é que: NÃO! A imunologista pela USP, Brianna Nicoletti, mãe de Felipe e do João Pedro, explica que entre os grupos de risco estão pessoas imunossuprimidas, idosos e crianças (que ainda não têm o sistema imunológico formado, como por exemplo, os recém-nascidos).

Segundo o pediatra as Sociedade Brasileira de Pediatria, Paulo Telles, pai de Leonardo e Carolina não há motivo para se desesperar, pois a ameaça para a população é baixa e para as crianças é ainda menor. “Nos últimos tempos, a taxa de letalidade da varíola dos macacos varia de cerca de 3 a 6% conforme dados da OMS. Os pesquisadores que têm acompanhado o surto atual afirmam que é tão raro em crianças que é mais provável que qualquer lesão de pele em criança seja causada pelas doenças comuns na infância, como a catapora ou doença da mão-pé-boca por exemplo”, explica o médico.

O presidente do departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri, pai de Mariana e Luciana, explica ainda que em toda a história foram vistos poucos casos em crianças e o potencial endêmico é muito menor do que as doenças respiratórias, como a covid, principalmente nessa época do ano. “Não há motivo para pânico, dificilmente teremos uma grande onda de infecções, ainda mais em crianças. O foco nesse momento são as doenças sazonais” tranquiliza ele.

Como a monkeypox é transmitida?

O vírus pode se espalhar de pessoa para pessoa pelo contato direto com as lesões da pele ou fluidos corporais. Pode ser transmitido também por gotículas respiratórias ou durante o contato físico íntimo, como beijos, abraços ou sexo ou por objetos contaminados, como roupas de cama ou toalhas. Outra forma possível de infecção é através de animais infectados, por  arranhadura  ou mordida ou pela ingestão de carne contaminada.

Os cuidados são os mesmos para todos os outros vírus e bactérias que já conhecemos: lavar bem as mãos (Foto: Thinkstock)

O infectologista Paulo Telles acha importante ressaltar que existe também a transmissão de mãe para filho, durante a gestação. “Talvez este seja o maior risco para o feto, podendo levar a aborto e infecção congênita e após o nascimento a transmissão neonatal pela mãe infectada pode acontecer, já que o recém-nascido é imunossuprimido”, explica Telles.

A Dra. Brianna reforça que gestantes com suspeita de infecção devem ter acompanhamento médico intenso e o bebê precisa ser testado logo após o parto. “Nesses casos, as mulheres devem ser separadas dos recém-nascidos e a amamentação não é recomendada, até que ambos testem negativo”, explica ela.

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Andressa Simonini, editora-executiva da Pais&Filhos está concorrendo ao Troféu Mulher Imprensa
Andressa Simonini, editora-executiva da Pais&Filhos está concorrendo ao Troféu Mulher Imprensa (Foto: Divulgação/Pais&Filhos)

De olho nos sintomas

Os sintomas podem ser confundidos com uma gripe, como febre, fadiga, dor de cabeça e dores musculares, mas em geral, de a um a cinco dias após o início da febre, aparecem as lesões na pele, que aparecem inicialmente na face, espalhando para outras partes do corpo.

Elas vêm acompanhadas coceira e aumento dos gânglios cervicais, inguinais (ínguas) e uma erupção formada por pápulas (calombos), que mudam e evoluem para diferentes estágios até cicatrização. Vale ressaltar que uma pessoa é contagiosa até que todas as cascas caiam —as casquinhas contêm material viral infeccioso— e que a pele esteja completamente cicatrizada.

Assim como com outras doenças contagiosas o isolamento da pessoa infectada é o mais indicado. A varíola pode ser transmitida desde o momento em que os sintomas começam até que a erupção cutânea tenha cicatrizado completamente.  O período de incubação  – tempo de contágio e início da doença – é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, segundo a OMS.

Cuidados são sempre bem-vindos!

Os cuidados de prevenção são sempre a melhor opção: lavar bem as mãos, uso de álcool gel, uso de máscaras e evitar o contato com pessoas doentes.

Assista agora o POD&tudo com Marcos Piangers e Ana Cardoso! Em um bate papo muito divertido, eles falam da estreia do filme “O Papai é Pop”, inspirado no best-seller de Piangers, interpretado por Lázaro Ramos e Paolla Oliveira, que estreia no próximo dia 11 de agosto:



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