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Você sabia que o nosso modo de viajar não é mais o mesmo?

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Publicado em 21/06/2018, às 08h41 por Redação Pais&Filhos


Temos uma notícia para te dar de cara: o nosso jeito de viajar está mudando. A relação que temos hoje com as novas formas de lazer é muito diferente daquelas que tínhamos há 10 anos. Esse assunto faz parte da série de reportagens que estamos produzindo para comemorar os nossos 50 anos, que completamos em setembro desse ano. Estamos olhando para frente. Para fazer uma projeção deste tema, convidamos especialistas e notáveis da área de turismo para pensarmos juntos, como as famílias vão se divertir, viajar e curtir daqui a 50 anos. Descobrimos coisas surpreendentes.

Quer um exemplo prático do que acabamos de falar? Percebeu que quase ninguém mais está tirando 30 dias de férias? Muita gente prefere fracionar o tempo de descanso fazendo pequenas viagens de 10, 15 e 5 dias. Uma pesquisa denominada Global Travel Intentions (GTI) mostrou que, em 2017, as pessoas ficaram, em média, oito noites em uma viagem. Uma redução de 20% em quatro anos – em 2013, era de dez noites.

E já ouviu falar em “experiências nas viagens”? Não? É simples: numa viagem para Portugal, em vez de “só” conhecer Lisboa, passear à beira do Rio Tejo, comer os pastéis de Belém ou ir à Praça do Comércio, a tendência será considerar, por exemplo, fazer a Rota do Azeite: conhecer as oliveiras, ir a uma colheita de azeitonas e ver o processo de obtenção do azeite de oliva. Sacou a diferença?

Novas experiências

Ter novas experiências em viagens é o futuro. Izabella Lessa, gerente comercial da Azul Viagens e mãe da Alice e do Davi, conta que “as famílias abrem mão de muita coisa para investir em algo legal como um jantar em um restaurante bacana”. Estudo American Lifestyles, da Mintel, mostrou que nos próximos anos o gasto em categorias consideradas “não essenciais”, como viagens e jantares, crescerá 22%. Isso tende a crescer. Em 2017, houve 1,2 milhão de embarques para o exterior contra 954 mil em 2016. Os dados são da Associação Brasileira das Operadores de Turismo. Há crescimento no turismo nacional também. Em 2017, 4,3 milhões de brasileiros embarcaram para destinos nacionais contra 4,1 milhões em 2016.

Os dados só mostram como o costume de viajar está – e ficará – mais sólido, pois as famílias estão ganhando mais experiência, cultura – é claro – e quilômetros rodados. Aí, cria-se um círculo virtuoso, quanto mais pai, mãe e filhos viajam, mais eles querem viajar. E daqui para frente, viajaremos de uma forma diferente.

Temos o DNA de viajante, mas estamos mudando o jeito de viajar

É o que falamos: sair dos roteiros padronizados será cada vez mais comum. Isso porque nosso DNA já é de viajante. Sabia que só o Brasil tem uma lei para regular aluguel de casas de temporada? Sim, é isso mesmo. Para nós, sempre foi tão normal alugar uma casa na praia para ficar durante as férias, que quando o Airbnb chegou ao país com a proposta de alugar casa de pessoas em viagens, não houve resistência. “A gente só precisou mostrar para o público brasileiro que o Airbnb era seguro, que garantia que os locatários eram idôneos e que a família iria encontrar um imóvel legal para passar boas experiências”, conta Léo Tristão, country manager do Airbnb e pai de Luca, Matteo e Manuela.

Os brasileiros estão na vanguarda. E há investimento de dinheiro nisso. Dados da organização mundial do turismo mostram que, em 2017, os brasileiros gastaram us$ 19 bilhões com viagens. Isso representa 20% em relação ao ano anterior. Apostamos que isso aumentará, com o passar do anos.

É claro que uma viagem não precisa ser “só” experiência. Voltando ao exemplo de Portugal, não estamos dizendo que ir para Lisboa fazer o ‘basicão’ não é legal. É claro que é. Mas, à medida que as pessoas vão conhecendo o mundo, começam a perceber como é rico, também, viver experiências locais ou inusitadas. E dá para fazer as duas coisas também. Marcio Nel Cimatti, do blog A Janela Laranja e pai de Vitória e de Giovana, conta que muitas vezes intercala os dois tipos de modelos. “Nas mesmas férias, eu posso ficar em um hotel, numa cidade, e alugar uma casa no Airbnb em outra e, assim, viver como turista, aproveitando as facilidades de hotéis e resorts e como local, indo ao mercado, padaria, chamando amigos para jantar em casa.”

Mais perto dos filhos e mais descanso

“Eu vou viajar porque eu mereço.” Viviane Pio, gerente executiva da CVC e mãe do Felipe, definiu em uma frase o sentimento que muitas mães têm ao procurar uma viagem. Isso só tende a aumentar, pois as mulheres vão se presentear cada vez mais. “É por isso que muitas escolhem lugares nos quais elas têm a comodidade de não precisar fazer comida, arrumar cama, etc. É um tipo de férias nas férias”, diz Viviane.

Uma pesquisa da CVC mostra que as praias do nordeste brasileiro estão entre os destinos mais procurados para as férias de julho. E sabe para qual lugar eles vão? Resorts. 65% querem resorts no nordeste com pacotes com “tudo incluído” de alimentação e atrativos nas cidades e, é claro, com atrações para crianças e adultos.

Mas há outro lado! As viagens também proporcionam mais integração entre as famílias, entre mães e filhos. Ana Strauss, do Ases a Bordo e mãe de Alex e Alice, conta que sempre amou viajar. A vontade de conhecer o mundo é tanta que, quando ficou grávida, tinha uma única preocupação: não parar de viajar. A solução foi simples: colocar os filhos na “bagagem”. “Eu e meu marido decidimos que devíamos unir nossas paixões: viagens e filhos. E descobrimos que, sim, é possível viajar com seus filhos. É divertido e necessário! dá trabalho, mas as recompensas são imensuráveis”, diz.

Herança para os fi lhos “Ensinei meus filhos a fazer uma poupança para viagem. E todo dia eu negocio com eles. Por exemplo, se pedem um brinquedo, eu explico que posso dar, mas isso impactará em viajar menos. Eles sempre escolhem a viagem”. O método de Izabella, da Azul Viagens, só prova, mais uma vez, que teremos uma legião de brasileiros viajantes nos próximos anos.

Já estamos viajando cada vez mais cedo. Viviane diz que na CVC existe uma “pesquisa informal” para mostrar isso. “Meu exemplo é ótimo: meus pais fizeram a primeira viagem com 55 e 60 anos. Eu fiz a minha primeira viagem internacional com 15 anos. Levei meu filho para o exterior com 5 anos”.

Os filhos da Ana foram mais precoces ainda. “Alex tinha 3 meses quando fez sua primeira viagem para Porto Alegre, conhecer sua bisavó. Já Alice tinha 4 meses na sua estreia, também em Porto Alegre”. “A primeira vez que minha filha foi para Disney, ela tinha 5 anos”, conta Izabella, da Azul Viagens. Então, aquele evento que era viajar há 20 anos – com os parentes todos indo ao aeroporto para levar a família – está prestes a desaparecer. Entre os motivos, está a facilidade no pagamento. “O crédito aumentou. Dá para parcelar passagens para Europa em 10 vezes e no boleto, ou seja, nem compromete o cartão de crédito”, conta Izabella.

Conhecimento não é soberba

Vamos parar pra pensar: o brasileiro está viajando mais e melhor. Os números de viajantes aumentam a cada ano. Mas façamos as contas: num país com uma população de mais de 207 milhões de pessoas, 4 milhões é pouco. Fato.

“Quando levei minha filha para Paris, expliquei para ela que ela ia faltar à escola , mas deveria fazer um trabalho sobre isso. Não é todo mundo que vai para Paris. Ela tem que saber disso”, conta Izabella, da Azul.

Então, ensine para o seu filho o seguinte: ele está tendo a oportunidade de viajar e muitas pessoas não têm isso. Educar também é contextualizar seu ­filho dentro da situação social do brasil. Viajar é o máximo, mas, infelizmente, não é todo mundo que pode fazer isso.

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