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Volta às aulas presenciais: escolas se reinventam para receber mais alunos na próxima segunda em SP

As escolas precisaram se reinventar para receber os alunos no retorno presencial - iStock
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Publicado em 01/08/2021, às 09h34 - Atualizado em 03/08/2021, às 12h22 por Cinthia Jardim, filha de Luzinete e Marco


Com a volta às aulas em São Paulo na próxima segunda-feira, 2 de agosto, é autorizado que 100% dos alunos participem do retorno. Vale lembrar que não existe a obrigatoriedade da presença dos estudantes em sala de aula e se a família optar, a criança pode continuar as atividades no formato remoto.

Para driblar a situação, foi importante planejamento para colocar mais alunos nas salas de aula e, mesmo assim, manter o distanciamento. A regra é que seja respeitado 1 metro de distância entre os estudantes. Algumas escolas optaram por adaptar bibliotecas, oferecer aulas em salas dedicadas à atividades específicas e até mesmo transformar a cantina em delivery, como mostra uma reportagem do Estadão.

As escolas precisaram se reinventar para receber os alunos no retorno presencial (Foto: iStock)

De acordo com um levantamento do jornal, pesquisas mostraram que as famílias tem uma maior adesão ao ensino presencial no segundo semestre deste ano. No colégio Domus Sapientiae, no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo, foi preciso um verdadeiro quebra-cabeça para medir as salas e fazer as adaptações necessárias.

Como alternativa, a escola optou por usar a sala de xadrez para ter mais espaço. Já no colégio Pentágono, a biblioteca também passou por modificações. “Tiramos os livros e as prateleiras. Colocamos lousa e o equipamento necessário”, explica Patrícia Nogueira, diretora da instituição de ensino, em entrevista ao Estadão.

Outro alerta é com as doenças respiratórias, que costumam ser bastante comuns no inverno, principalmente pelo clima frio e seco. Por isso, é muito importante colocar em prática hábitos de higiene para manter o problema bem longe. Medidas como uso de máscara, álcool gel, aferição de temperatura e distanciamento devem continuar sendo respeitadas.

Quais são as doenças respiratórias mais comuns?

Bronquiolite: é uma infecção respiratória aguda, causada pelo vírus sincicial respiratório. A doença pode comprometer as vias aéreas de pequeno calibre (bronquiolos terminais), causando um processo inflamatório. Os principais sintomas são: tosse, cansaço, falta de ar associada a sintomas virais. Vale lembrar ainda que o quadro pode ter uma semana, mas há um pico da doença entre o terceiro e quinto dia. “A partir do terceiro dia, a criança pode ter uma piora significante. O tratamento é sempre suporte clínico e levar para o pronto-socorro caso ela tenha falta de ar”. Saiba como prevenir bronquiolite.

Asma: essa doença crônica pode causar falta de ar, tosse, cansaço e aperto do peito com chiado. Para desencadear o problema, basta uma mudança de temperatura, tabagismo passivo, fatores emocionais e contato com alérgenos, como poeira, mofo, entre outros. Veja mais sobre asma em crianças.

As doenças respiratórias comuns podem ser confundidas com a covid-19, mas alguns indicativos podem ser um sinal da doença (Foto: Shutterstock)

Quadros de broncoespasmo: geralmente, pode ser desencadeado a partir de quadros virais, como o da influenza, ou ainda os bacterianos. Os sintomas costumam ser bastante parecidos com as crises asmáticas, mas as crianças podem apresentar ainda aqueles gripais, como dor de garganta, lacrimejamento nos olhos, coriza e obstrução nasal.

Rinite: neste caso, é possível que ela seja alérgica ou infecciosa. O problema ocorre quando há uma inflamação das mucosas nasais, bastante comum entre as estações do outono e também do inverno. Os sintomas mais comuns são: coriza, obstrução nasal, espirros e coceira nos olhos. Saiba como prevenir as crises de rinite. 

Sinusite: diferente da rinite, esse problema causa a inflamação da mucosa dos seios da face. A coriza tende a ter um lado mais esverdeado ou amarelado, acompanhado por congestão nasal importante, febre e até mesmo cefaleia (dor de cabeça), apesar de ser mais comum nas crianças mais velhas. Entenda como a sinusite funciona. 

Pneumonia: a inflamação afeta os pulmões e pode ser tanto viral, como bacteriana. Quando há uma suspeita da doença na criança, os pais precisam ficar de olho em sintomas como: febre, falta de ar e cansaço. Nos exames físicos, os especialistas podem indicar o diagnóstico a partir da ausculta dos pulmões. Como identificar pneumonia em crianças.

Doenças respiratórias x covid-19: como diferenciar?

Para diferenciar os casos de doenças respiratórias comuns dos de covid-19, o primeiro passo é saber se a criança teve contato com uma pessoa que testou positivo, tanto em casa como na escola. “Em relação aos sintomas, os mais frequentes são: febre, dor no corpo, prostração, mal-estar e dor de garganta, mas não não sintomas específicos da covid-19. Sempre deve ser feito o diagnóstico diferenciado com os quadros frequentes nessa época do ano”, explica o Dr. Eduardo Rosset, Médico pediatra e pneumologista pediátrico do Instituto de Pediatria e Puericultura (IPP), pai de Sophia e Carolina.

Além disso, o pediatra e pneumologista alerta para outros dois sintomas importantes: “Devemos olhar ainda os quadros gastrointestinais, como diarreia e vômito. Eles podem estar presentes nos casos da covid-19, o que também ajudaria a diferencias de outras doenças respiratórias. Na dúvida, os pais devem sempre perguntar para o pediatra da criança se ela deve ou não fazer o exame e se já é o momento certo de realizá-lo, a partir do início dos sintomas”. Saiba mais sobre doenças respiratórias de inverno e covid-19.

Vacinação contra a covid-19 em crianças

Sobre a vacinação em crianças e adolescentes de 12 a 17 anos, é previsto que a primeira dose seja realizada ainda este mês em São Paulo, segundo um anúncio feito em coletiva de imprensa na última quarta-feira, 27 de julho. Até o dia 15 de agosto, todas as pessoas acima de 18 anos terão serão imunizadas com, pelo menos, a primeira dose.

Na sexta-feira, 30 de julho, o Instituto Butantan enviou ainda para a Anvisa um pedido para a inclusão de crianças de 3 a 17 anos na bula da Coronavac. Segundo a Agência de Vigilância Sanitária, é necessário mais testes sobre a segurança e eficácia para o grupo, além de a alteração feita diretamente pelo laboratório.

Já a Janssen, a vacina da Johnson, também já enviou à Anvisa o pedido para o teste clínico em crianças. Em março deste ano, a empresa disse em nota que: “Os protocolos desse estudos clínicos estão em processo de aprovação junto aos órgãos reguladores competentes”.

Desafios da pandemia

De acordo com Patrick Tranjan, Secretário de Articulação Regional da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, o momento de fechar as escolas em 2020 foi um processo bastante doloroso. “Uma das coisas mais difíceis foi quando tomamos a decisão de fechar as escolas. É uma decisão muito difícil, ainda mais quando falamos da rede pública e também do público. A escola é muito mais do que a aprendizagem formal, as vezes é o local de segurança, para se alimentar, as vezes é o único local onde a criança tem contato com outras crianças, dependendo de onde ela mora. Desde esse momento, lá em março de 2020, no dia seguinte a reunião era ‘como vamos fazer para reabrir as escolas’. Sabíamos que iria ser um desafio muito grande reabrir as escolas, até porque nós não gostaríamos de fechá-las”, explicou em uma live sobre volta às aulas à Pais&Filhos.

Além disso, o secretário disse que as escolas foram preparadas para receber os alunos. “Foi um desafio de infraestrutura. Nesses últimos 2 anos, o investimento direto nas escolas foi de mais de 1,5 bilhão. Temos mais de 5 mil escolas, por exemplo, que reformaram os banheiros no ano de 2020. Não podemos esperar a pandemia para investir em escolas. Isso não pode guiar a gente. Mas foi isso, corremos para fazer em 6 meses todo o planejamento de 2020 para poder abrir as escolas em setembro. Não tenho dúvida que as escolas e profissionais da educação estão preparados para isso”.

Cuidando da saúde mental

Roberta e Taís Bento, mãe e filha, colunistas da Pais&Filhos e fundadoras do SOS Educação explicaram que a pandemia foi um desafio muito grande pela angústia e cansaço das aulas remotas, tanto para os professores, como para os estudantes. “Assim como para os alunos é necessário que os professores façam acolhimento emocional, os professores também precisam para dar conta nesse retorno. Cada movimento da secretaria é muito pesado de ser feito, diferente de uma escola, onde você chega, toma uma decisão e põe para funcionar. É uma rede muito grande e que cada movimento afeta muita gente, então precisamos dessa empatia e trabalho em conjunto dos professores, gestores, secretaria de educação e famílias. Esse é nosso grande desafio agora para o bem dos nossos filhos.

No processo do retorno escolar, Patrick explica que as escolas vão oferecer acompanhamento psicológico: “Temos um programa de psicólogos na escola, que oferece atendimento, inclusive para as equipes escolares, para que elas possam entender como trabalhar com as crianças nesse momento. Passado esse período de adaptação, a preocupação é o conteúdo. Principalmente quanto as dificuldades na aprendizagem”.

Uma luz no fim do túnel

Humberto Baltar, embaixador da Pais&Filhos, educador e pai de Apolo, conta que apesar de todas as dificuldades, foi possível enxergar a luz no fim do túnel: “Eu acredito que teve um benefício apesar de toda a tragédia da pandemia. Conseguimos trazer as famílias para perto da educação, desse fazer pedagógico, da construção do conhecimento das crianças. Além disso, trouxe também um benefício pedagógico para a escola, que foi a necessidade de ser menos conteudista. Estamos falando muito sobre sentimentos, ansiedade, como lidar com essa certeza de uma pandemia, lidar com a expectativa da volta; Isso trouxe à tona a humanidade de todos nós”, concluiu.

Assista à live completa: 


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