Publicado em 02/08/2021, às 11h06 - Atualizado às 11h12 por Sandra Lacerda, filha de Sandra e José Leonardo
No 2º semestre de 2021, a maioria das capitais optaram pelo retorno das aulas presenciais de forma híbrida, ou seja, enquanto metade dos alunos estão presentes nas escolas, os outros estão assistindo em casa, de forma remota.
Das 27 capitais brasileiras, 16 decidiram que as escolas poderão abrir, pela primeira vez, as portas para os alunos ainda este ano. Em Belém, Brasília (rede distrital), Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Natal, Palmas, Recife, Salvador, São Luís e Vitória, até então as aulas foram totalmente remotas; nesse semestre, serão híbridas. Em Rio Branco, o ensino infantil já foi híbrido no 1º semestre e deve seguir assim no 2º. Em Cuiabá, também será híbrido, mas o reinício será apenas no mês de outubro.
Em Porto Alegre, no sul do país, as aulas serão presenciais. No 1º semestre, as escolas municipais adotaram o modelo híbrido. A capital gaúcha não é a única que adotará o retorno às aulas majoritariamente presencial na rede municipal: Belo Horizonte e Rio de Janeiro também seguirão esse caminho. Se preferirem, as crianças poderão ficar em casa e ter aulas remotas. As duas já adotavam o modelo híbrido no 1º semestre.
As capitais Florianópolis, Manaus, Rio Branco e São Paulo manterão o formato híbrido do 1º semestre também no 2º. Apenas Boa Vista vai manter o ensino 100% remoto na rede municipal, assim como no início do ano. Porto Velho e Teresina ainda não se decidirão sobre a data de retorno.
Ao portal G1, o pediatra Marcelo Otsuka, coordenador do Comitê de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), ressaltou que muitas crianças não têm acesso à internet, e que isso interfere na educação. Ele disse: “Já são situações que limitam muito essa possibilidade [de aula à distância]. As crianças precisam estar num ambiente propício para ter um ensino à distância adequado. Dar uma aula à distância não é a mesma coisa que aula presencial. Tem que ter capacitação dos professores para conseguir isso. É possível captar a atenção [das crianças] através dessas aulas? Sim, é possível, mas requer uma técnica muito mais apurada. Não é tão simples assim. Além de todos esses fatores, tem a questão do tempo de tela. Isso também é um problema, a gente sabe”.
Mesmo assim, o pediatra afirma que o retorno das aulas, ainda que de forma híbrida, é melhor do que o ensino completamente à distância. Ele falou: “O que é melhor? Não ter nada ou ter alguma coisa com o ensino híbrido? As crianças estão extremamente prejudicadas no desenvolvimento neuropsicomotor. Por pior que seja o ensino híbrido, é melhor do que nada”.
Olavo Nogueira Filho, diretor- executivo do da ONG Todos pela Educação, concorda com as palavras do pediatra. Ele relata que além da questão do acesso à internet, o ensino de forma remota para crianças é pouco efetivo. Olavo disse: “Mesmo que tenha baixa efetividade, cumpre um papel relevante de manutenção do vínculo com o professor, com seus pares. Por isso que é importante lançar mão disso num cenário em que as escolas não podem abrir. É a melhor opção. Mas tem que entender que o ensino remoto é uma solução emergencial – dura um tempo limitado. No Brasil, estamos falando de quase 16 meses de escolas fechadas”.
Se lembrando das crianças em idade dos primeiros aprendizados, ele falou: “Do ponto de vista dos [alunos] menores, é claro que a solução remota tem ainda menos eficácia – mesmo no que diz respeito à manutenção do vínculo. O que os especialistas indicam, mais do que soluções tecnológicas, [é que] o que deve se estimular são atividades físicas – em que a própria família possa ajudar”.
Até o momento, nenhuma escola particular anunciou que adotara o modelo 100% remoto para esse 2º semestre remoto, mas nem todas se pronunciaram em relação ao retorno. A maioria terá aulas híbridas, e mesmo aquelas escolas que decidiram seguir o formato presencial terão que oferecer o ensino remoto para os alunos.
Olavo explicou que os impactos da pandemia no ensino só serão conhecidos quando as crianças voltarem de forma efetiva às salas de aula, e que serão sentidos, principalmente, entre as crianças pobres no Brasil, que não tiveram acesso ao ensino à educação nesse período. Ele falou: “Os impactos são muito heterogêneos – tem o acesso [à internet], o quanto os pais conseguem apoiar – mesmo dentro de uma mesma região, mesma escola. O que a gente consegue mais ou menos saber das pesquisas que estão saindo, e olhando para pesquisas de outros cenários de fechamentos prolongados de escolas em função de outros contextos, como pandemias localizadas, desastres naturais e pós-guerra, é que os efeitos são de múltiplas naturezas. Não estamos falando apenas de impactos educacionais– mas de efeitos emocionais, sociais, e em alguns casos de ordem física”.
Para embasar o ponto de vista, o diretor-executivo usa um exemplo: “A gente também já sabe que os efeitos são de repercussão duradoura. O melhor exemplo para materializar isso é a experiência de New Orleans, que em 2005 teve o furacão [Katrina]. Lá as escolas ficaram fechadas por 4 meses. O que aconteceu em termos de impacto? Os patamares de aprendizagem só foram recuperados depois de 2 anos. Isso mostra o tamanho do que a gente deve ter em termos de impacto”.
Escolas públicas e particulares da cidade de São Paulo já podem retomar aulas com 100% da capacidade a partir desta segunda-feira, 2 de agosto, desde que haja distanciamento de 1 metro entre o posicionamento das carteiras dos alunos nas salas e o uso de máscaras de proteção por estudantes e funcionários. De forma híbrida, a Rede municipal da capital vai receber 100% dos alunos, e creches poderão receber crianças até 60% da capacidade.
Por conta da Covid-19, as instituições de ensino da cidade deverão organizar as salas de aula dos ensinos infantil, fundamental e médio de modo que os alunos mantenham a distância entre si. As escolas que não conseguirem respeitar o distanciamento, terão que adotar esquema de rodízio de alunos para atender presencialmente todos matriculados, ainda que em dias separados. A participação presencial dos alunos não é obrigatória.
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