Gravidez

Depressão na gravidez: quais os sintomas, riscos para mãe e bebê e como tratar a doença

A depressão é um problema que atinge mais de 300 milhões de pessoas no mundo, de acordo com a OMS. Entre essas pessoas, estão as grávidas com a chamada depressão perinatal - Getty Images
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Publicado em 16/05/2022, às 07h44 - Atualizado em 06/06/2022, às 09h13 por Cecilia Malavolta, filha de Iêda e Afonso


Dois risquinhos no teste. Positivo. A gravidez que era tão desejada, que foi planejada e pensada em todos os detalhes possíveis agora é real. Mas a conta não fecha: o que você sente e achava que sentiria quando descobrisse o bebê dentro da barriga não são a mesma coisa. Os primeiros sintomas de gestação são duros demais e a maior alegria do mundo, que você imaginou sentir, não vem nunca. Pelo contrário: parece que tudo é só um buraco vazio. Quando ele parece estar preenchido com algo, é de uma tristeza sem fim.

O peito apertado e a tristeza são sintomas de um problema que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS),  atinge mais de 300 milhões de pessoas no mundo inteiro: a depressão. Entre todos os países da América Latina, o Brasil é o país com mais casos registrados. Mas, apesar de ser uma doença tão séria, ainda é um tabu falar sobre o assunto – ainda mais quando as pacientes com depressão são mulheres grávidas.

Fala-se pouco sobre depressão na gravidez. É mais comum escutar relatos de mulheres com depressão pós-parto ou baby blues, mas durante a gestação são poucas as que contam o que realmente estão sentindo. Além da culpa por estar gerando uma vida e não explodir de felicidade por isso, mesmo que o bebê seja muito desejado, a romantização que existe da maternidade torna tudo ainda mais complicado de encarar a realidade.

A depressão é um problema que atinge mais de 300 milhões de pessoas no mundo, de acordo com a OMS. Entre essas pessoas, estão as grávidas com a chamada depressão perinatal
A depressão é um problema que atinge mais de 300 milhões de pessoas no mundo, de acordo com a OMS. Entre essas pessoas, estão as grávidas com a chamada depressão perinatal (Foto: Getty Images)

A depressão durante a gravidez não se diferencia tanto de outros quadros da doença, já que os sintomas são considerados universais. Uma mulher com depressão enquanto está grávida pode apresentar as seguintes características (lembrando que cada caso é único):

  • tristeza
  • desânimo
  • insônia
  • excesso de sono
  • excesso ou falta de apetite
  • falta de concentração
  • perda ou ganho significativo de peso
  • culpa excessiva
  • pensamentos recorrentes negativos

Diagnóstico de depressão na gravidez

Uma enxurrada de fatores faz com que não seja tão simples identificar um quadro de depressão em uma mulher grávida. “Os sentimentos de  tristeza durante a gravidez e no pós parto são extremamente comuns. Existe uma pressão por parte da sociedade para que a mulher se sinta plena com a gravidez. Não há espaço para muitas queixas. Assim, as mulheres tendem a esconder tais sentimentos o que possibilita que os mesmos venham a se agravar e, em pessoas vulneráveis , desencadear uma depressão. Ninguém quer ver uma mãe deprimida. A negação do quadro por parte de todos é o maior empecilho para a formação do diagnóstico correto”, explica o Dr. Sérgio Rocha, Médico especialista em Psiquiatria, diretor-técnico da Clínica Revitalis e filho de Sérgio e Christina.

É difícil identificar a depressão na gravidez porque os sentimentos de tristeza parecem ser incoerentes com o que a sociedade quer que uma mulher sinta quando descobre uma gestação: felicidade plena. Mas nem sempre as coisas são desse jeito
É difícil identificar a depressão na gravidez porque os sentimentos de tristeza parecem ser incoerentes com o que a sociedade quer que uma mulher sinta quando descobre uma gestação: felicidade plena. Mas nem sempre as coisas são desse jeito (Foto: iStock)

Causas e fatores de risco para a depressão na gravidez

Viver uma gestação pode ser um momento muito delicado para várias mulheres. A ansiedade e o medo de que algo possa dar errado no meio do caminho assombram várias grávidas e mães. Para o Dr. Ariel Lipman, psiquiatra e sócio-diretor da SIG Residência Terapêutica, filho de Mauro e Diane, essas questões trazem “uma maior fragilidade psíquica que em pessoas com predisposição pode servir de gatilho para abertura de quadros depressivos”. O maior fator de risco, para ambos os psiquiatras, é um histórico prévio da doença, além de outros problemas crônicos como alcoolismo e falta de suporte social e econômico durante a gravidez.

Prevenção e tratamento de depressão na gravidez

A prevenção da depressão na gravidez precisa ser multidisciplinar. É extremamente importante que a grávida faça o acompanhamento pré-natal com o obstetra e siga todas as recomendações do médico pensando na saúde física e mental dela e na integridade do bebê. Mas, muito além disso, é fundamental que essa mulher seja acolhida pela comunidade dela. A rede de apoio, mais do que nunca, é essencial para mostrar para essa mãe que ela não está sozinha (por mais que a maternidade seja, sim, um local solitário). A prática de exercícios físicos, aliada a uma alimentação saudável e psicoterapia, também ajudam a evitar o surgimento de um quadro de depressão na gravidez.

Mas, a partir do momento em que a mulher é diagnosticada com a depressão na gravidez, também chamada de depressão perinatal, chega o momento de realizar o tratamento da doença. Ele é o mesmo para quadros do problema em pacientes não gestantes: medicamentos indicados por um médico especialista e psicoterapia para ajudar com o processo. No caso das gestantes, é preciso realizar um acompanhamento psiquiátrico juntamente do obstetra, já que existem medicamentos que não são permitidos para grávidas.

O tratamento da depressão deve ser feito de forma multidisciplinar, com acompanhamento psiquiátrico e obstetra, além de muito acolhimento da rede de apoio dessa mulher
O tratamento da depressão deve ser feito de forma multidisciplinar, com acompanhamento psiquiátrico e obstetra, além de muito acolhimento da rede de apoio dessa mulher (Foto: iStock)

A depressão na gravidez pode prejudicar o bebê?

“Não existem estudos consistentes mostrando uma relação causal direta. Mas mães com depressão tendem a ser mais negligentes consigo mesmas, se alimentando pior, dormindo mal, às vezes consumindo drogas e, naturalmente, isso pode acometer o bebê, sim”, explica o Dr. Sérgio Rocha. O uso de medicamentos antidepressivos durante a gestação pode causar receio, mas com o acompanhamento médico correto não há com o que se preocupar.

A depressão termina quando o bebê nasce?

Não necessariamente. O quadro varia muito de pessoa para pessoa. “A depressão cessa quando ela é devidamente tratada e cuidada. Isso exige um esforço conjunto não apenas  da mãe como do pai e de toda rede de apoio possível. Quanto mais suporte e acompanhamento especializado houver, mais rápida será a recuperação”, finaliza o Dr. Sérgio Rocha.


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