Gravidez

Entenda a diferença entre Baby Blues e depressão pós-parto

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Publicado em 21/05/2018, às 08h18 - Atualizado em 23/02/2020, às 11h47 por Jéssica Anjos, filha de Adriana e Marcelo


Quando ouvimos falar que uma criança nasceu, a imagem que vem à nossa mente é de uma família feliz admirando o novo membro que chegou. Os primos querendo aprender a segurar o bebê, os tios babando, o pai todo orgulhoso e a mãe realizada por finalmente conhecer o rosto do seu filho. Fica difícil entender por que algumas mães sentem tristeza, angústia e até têm crises de choro nos dias seguintes após o parto. Afinal, ela não deveria estar contente? Não necessariamente. E isso tem explicação!

Baby Blues ou Blues Puerperal ocorre com 80% das mães e é uma consequência das bruscas alterações hormonais após o parto. A palavra “Blues” em inglês significa tristeza e que tem a ver com o jeito que a mulher se sente durante esse período. “Além disso, nessa fase a mãe entra em contato com o bebê real, ela tem que lidar com os medos e ansiedades causados pelo novo papel materno e isso pode contribuir para o surgimento do Baby Blues”, comenta Mariana Bonsaver, psicóloga da Pro Matre Paulista, filha de Isabel e Tullio.

Durante esse período a mulher está mais sensível que o normal. Ela pode chorar por qualquer coisa, ofender-se facilmente, sentir-se incapaz e frágil, se irritar com facilidade e até ficar desanimada sem motivo. “O que pode acontecer também é a mãe ficar muito preocupada com o bebê e não conseguir dormir. Ela precisa ficar checando várias vezes durante a madrugada se a criança está bem”, acrescenta Diego Tavares, psiquiatra do hospital Mário Covas, filho de Sonilda e Wasthon.

Segundo o especialista, essa sensação costuma durar de 10 a 15 dias, tende a diminuir e depois desaparecer completamente sem necessitar de tratamento.

“Muitas mulheres que têm uma rede de apoio escassa, ou seja, contam com pouca ajuda, podem desenvolver sintomas mais intensos, por isso é importante ter pessoas acolhedoras por perto”, aconselha Diego.

“O que é fundamental nesse caso é a informação. As gestantes e os familiares precisam saber sobre Baby Blues para que haja uma maior compreensão e cuidado caso ocorra”, alerta a psicóloga. Há casos em que a família pensa ser frescura da mãe e não leva a sério o que ela está sentindo naquele momento. Não existe tratamento medicinal, porque é um efeito normal causado pela transformação do corpo da mulher e passa! O melhor tratamento é o apoio e auxílio dos familiares.

Aconteceu comigo

A Tatiana Veiga, mãe de Lívia e Felipe, contou para a gente como foi a experiência dela com Baby Blues. Não foi fácil, mas no final deu tudo certo. “Quando eu tive a Lívia, foi tudo tranquilo, mas quando meu segundo nasceu eu fiquei muito deprimida”, conta Tatiana.

“Tive dificuldade em lidar com o ciúme que a Lívia tinha do Felipe, minha filha achava que perderia a atenção e eu só ligaria para o novo irmãozinho”, comenta Tatiana. Na época ela não entendia o que estava acontecendo e por que se sentia daquele jeito.

A médica foi fundamental para fazer a família entender que aquilo era uma fase e iria passar. “Ela me explicou que as alterações hormonais também contribuíam para a maneira que eu estava me sentindo e que eu não precisava me preocupar. A doutora me ajudava dizendo que logo as coisas estariam bem e eu conseguiria me adaptar a nova rotina com duas crianças”, relembra a mãe.

Tati contou para nós que a ajuda dos familiares também foi importante para passar por essa fase. “Meu marido sempre me ajudava a lembrar que sou uma boa mãe”. No final deu tudo certo, essa angústia passou e todos conseguiram se adaptar às mudanças. “Estamos todos bem!”, afirma Tatiana.

Baby Blues X Depressão Pós-Parto

A principal diferença entre o Blues puerperal e a Depressão é o tempo. Enquanto Baby Blues costuma durar aproximadamente 15 dias, causado apenas pelas alterações hormonais, a Depressão Pós-Parto não passa e são raros os momentos de felicidade.
“Na Depressão, normalmente a mulher apresenta mudanças mais intensas de humor ligadas à ideia de culpa, inutilidade e até pensa em suicídio. Ela não sente mais vontade de se cuidar, não come e chega a rejeitar o filho”, explica o psiquiatra. Nesse caso os parentes próximos precisam ficar atentos, porque De – pressão Pós-Parto é uma doença séria que precisa de cuidados médicos e pode levar ao óbito.

Baby Blues não é um princípio de Depressão ou uma chance de desenvolvê-la. “Alguns fatores podem influenciar na Depressão Pós-Parto, dentre eles doenças psiquiátricas prévias, falta de suporte familiar, dificuldades físicas e emocionais durante a gestação ou alguma doença no bebê”, explica Mariana.

Sintomas graves e persistentes devem ser um alerta e vão requerer tratamento, a família precisa retratar ao médico o que está acontecendo. É claro que no caso do Baby Blues a mulher também deve se sentir livre para fazer perguntas sobre os seus sintomas para o especialista. É importante entender que não há nada de errado com você, o Baby Blues é algo completamente normal e passageiro.

Como a família pode ajudar?

DANDO UM DESCANSO MERECIDO: Segurar o bebê para que ela possa tirar uma soneca, olhar a criança enquanto ela toma banho, são algumas coisas pequenas que vão trazer um pouco de alívio na rotina da mãe. Isso qualquer um da família pode fazer.

COMPARTILHANDO EXPERIÊNCIAS: Para as mães de primeira viagem a preocupação de ter que aprender a cuidar do bebê pode influenciar nos sintomas do Baby Blues. Alguém experiente para dar um auxílio faz diferença.

DEMONSTRANDO COMPREENSÃO: A pior coisa é você não estar bem e as pessoas acharem que é frescura. É necessário entender que essas mudanças de humor são involuntárias e tratar como algo insignificante não é a melhor forma de ajudar.

Leia também:

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Palavras-chave
ComportamentoMãe

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