Publicado em 18/07/2017, às 15h15 - Atualizado em 21/07/2017, às 11h18 por Jéssica Anjos, filha de Adriana e Marcelo
A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco) realizou um estudo com mais de 1.200 mulheres, com menos de 50 anos, diagnosticadas desde 2008 com câncer de mama não metastático (sem se espalhar para outras regiões do corpo). O tipo de tumor que a maioria das pacientes tinha apresenta células cancerígenas receptoras de estrogênio que podem se proliferar em resposta a esses hormônios.
O especialista em reprodução humana e oncofertilidade, Giuliano Bedoschi, filho de Rosemary e Luiz Paulo, explicou para a gente que após uma cirurgia para retirar um câncer, é feito uma análise desse tumor para saber as suas características. “No caso do câncer de mama, através dessa análise podemos identificar se ele tem receptor para hormônio ou não. Aqueles que tem chamamos de Re-positivo, os que não tem são Re-negativo”, explica Giuliano. Segundo o médico a diferença entre eles é que para o tipo re-positivo é possível bloquear o hormônio e ter uma maior chance de cura, porém no caso de re-positivo é mais difícil, porque o câncer cresce independente do hormônio.
Já que durante a gravidez a mulher produz uma quantidade maior de hormônios, tanto progesterona como estrogênio, os oncologistas temiam um retorno do câncer, caso elas engravidassem após o tratamento. “Na verdade, o estudo aponta que a gravidez pode até proteger”, afirma o especialista.
Ao todo 333 mulheres do grupo engravidaram. Os pesquisadores acompanharam as grávidas e aquelas que optaram por não engravidar, não houve diferença significativa de recorrência do câncer entre elas. “A comunidade médica pode acrescentar que essas alterações hormonais não causam o retorno da doença”.
Gravidez após o tratamento
“A pior coisa no tratamento do câncer é a quimioterapia, porque ela afeta os ovários”, comenta Giuliano. Por isso, o risco de infertilidade após o tratamento é grande. Mas calma, há maneiras de conseguir engravidar depois. O especialista apontou três:
1 Congelamento de óvulos
É feito um estímulo para a ovulação. Antes da mulher ovular o médico colhe e congela esses óvulos, para serem utilizados no futuro.
2 Congelamento de embrião
Para as mulheres com parceiros é possível fecundar o óvulo e congelar um embrião.
3 Congelar um pedaço do ovário
Algumas pacientes não têm tempo de estimular a produção de ovários antes de iniciar o tratamento, por isso há essa terceira opção. O médico retira e congela uma parte do ovário para que possa ser utilizado posteriormente. Incrível, né?
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