Publicado em 20/04/2020, às 16h25 - Atualizado às 16h26 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo
O coronavírusestá assustando muitas mães que estão prestes a dar à luz, a enfermeira obstetra Camila Siqueira Souza é uma delas. Camila estava no oitavo mês de gestação quando o Brasil precisou adotar os métodos de isolamento social. A mãe, que já tinha uma filha com 1 ano de idade, ficou muito assustada com a realidade da pandemia. O medo foi tão grande que fez com que ela, que já havia fechado o contrato do parto hospitalar, optasse pelo nascimento em casa.
Em um depoimento fornecido a UOL, Camila contou que os planos era de que o filho Matheus nascesse de parto normal, assim como aconteceu com a filha Maria Luiza. “Sou enfermeira e, com três meses de gravidez, fiz um curso de enfermeira obstetra em um espaço voltado para gestantes e mães. Ao conversar com as profissionais de lá, surgiu a ideia de contratar uma equipe para acompanhar e fazer o meu parto no hospital, diferente do parto da Malu, que tinha sido com o plantonista”. contou.
Convencida da ideia, com 7 meses de gestação ela fechou o contrato hospitalar. Na época o Ministério da Saúde havia confirmado o primeiro caso de coronavírus no país. Com o aumento dos números, no entanto, Camila começou a ficar preocupada. “Meu marido, o Ricardo, é fisioterapeutae atendia pacientes diagnosticados com a doença. Tinha muito medo de ele ser infectado e transmitir o vírus para mim, para o bebê e para a nossa filha”.
Pensando na saúde dos filhos, a enfermeira sugeriu que ela e o marido passassem pelo isolamento em casa diferentes. Ela ficaria em casa com a primogênita e ele iria para a casa da mãe. Como a situação iria se tornar ainda mais complicada depois do nascimento de Matheus, o casal resolveu tomar as devidas precauções para continuarem juntos. “Me acalmei e percebi que nós poderíamos lidar com a situação juntos e tomando todos as precauções. Ao chegar em casa, ele deixava o calçado do lado de fora, colocava o uniforme dentro da máquina de lavar e lavava as mãos com água e sabão com frequência”.
Para evitar se expor aos riscos hospitalares, Camila fez a última consulta em fevereiro e, depois disso, manteve o acompanhamento com as enfermeiras obstetras da Commadre, cujo espaço funciona em uma casa. “Durante os encontros, as meninas me incentivavam a ter um parto domiciliar, diziam que eu tinha perfil para esse tipo de experiência, por ter tido um primeiro parto normal tranquilo e pela minha atual gestação ser saudável”.
A enfermeira começou a pensar a respeito e se sentiu bem atraída pela ideia, uma vez que poderia dar á luz em um ambiente da sua escolha e na companhia dos familiares. Com as mudanças nas regras do hospital quanto a permissão de acompanhantes durante o parto, Camila tomou a decisão de transferir o local do nascimento do Matheus.
“Não seriam permitidas visitas, somente acompanhante. Dessa forma, teria que ficar longe da Malu durante a internação. Outra questão é que não aceitariam a equipe externa que eu havia contratado, somente os profissionais do hospital. Não poderia ter fotógrafo —o que pode parecer supérfluo—, mas pelo fato de o parto ser um acontecimento único seria importante”, contou.”Outra preocupação era não deixarem o parto normal fluir naturalmente, não durar o tempo que precisaria, aplicarem medicação para acelerar o processo, e ficarem incentivando a cesárea“.
As circunstâncias fizeram efetiva a decisão do casal: eles teriam o filho em casa. No dia 6 de abril ela começou a sentir as contrações no período da manhã. “Passei o dia descansando, fiz as unhas, exercícios na bola de pilates. No final da tarde, uma enfermeira veio me examinar, já estava com seis dedos de dilatação”, contou a UOL. “A casa já estava preparada para quando o Mateus quisesse nascer. Meu marido baixou a iluminação para deixar o ambiente mais calmo, colocou a playlist que eu tinha escolhido. Meus pais já estavam presentes. Eu tinha conversado com minha filha dizendo que ela ia ver a mágica da vida, que ela ia ver o irmãozinho dela nascer”.
12 horas e 10 centímetros de dilataçãodepois, a equipe já estava a postos na casa de Camila e o Matheus estava pronto para vir ao mundo. “Quando senti que o Mateus ia nascer, sentei na banqueta de parto e as enfermeiras colocaram o espelho para eu ver. A cada força que eu fazia, eu conseguia ver a cabecinha do meu filho. Ao nascer, ele veio direto para o meu colo”.
“O Mateus nasceu no dia 7 de abril de 2020, às 8h17. A Malu estava no colo da minha mãe, do meu lado. Ela apontou para o irmão com uma carinha de surpresa. Foi lindo e incrível ter tido meu filho em casa, no nosso lar, no nosso canto de amor, junto com a minha família e com pessoas em quem confiava e que eu queria que estivessem ali”, completou.
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