Gravidez

Março Amarelo alerta para endometriose: saiba tudo sobre a doença que pode causar infertilidade

A endometriose pode causar infertilidade, mas é preciso lembrar que não é o mesmo que esterilidade - iStock
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Publicado em 11/03/2021, às 11h13 - Atualizado às 17h25 por Cinthia Jardim, filha de Luzinete e Marco


Você sabia que março é o Mês de Conscientização da Endometriose? Também conhecido como Março Amarelo, a ação é superimportante para orientar sobre a doença que pode causar infertilidade. Infelizmente, o diagnóstico quase nunca é precoce, ou seja, o tempo médio para descobrir o problema geralmente é de seis a oito anos.

A endometriose pode causar infertilidade, mas é preciso lembrar que não é o mesmo que esterilidade (Foto: iStock)

No Brasil, aproximadamente 7 milhões de mulheres possuem endometriose e você, com certeza, já conheceu alguém que enfrenta o problema. De acordo com a Folha de Pernambuco, as possibilidades de engravidar naturalmente podem ser reduzidas em até 75% por causa da doença.

“O endométrio não deve se expandir para outros órgãos. Quando isso se dá, causa uma reação inflamatória que pode ser discreta ou de forte intensidade. A partir daí, a mulher começa a sentir os sintomas da endometriose” explica Dr. Marcos. Segundo o especialista, a endometriose é conhecida como a doença da mulher moderna. “Por conciliar várias funções diárias, como ser profissional, mãe e parceira, a mulher acaba ficando mais estressada e com a imunidade baixa. Então, se torna mais receptiva à endometriose, que tem um componente imunológico e genético. Fora isso existe o fator hereditário. Hoje se sabe que filhas de mães que já tiveram endometriose são mais propensas. E por fim existe a causa genética”, ressalta o médico.

Quais são os sintomas de endometriose?

A partir de uma diversidade de sintomas, que podem impactar negativamente a vida da mulher, o Dr. Rodrigo Fernandes, especialista em cirurgia minimamente invasiva com atuação em endometriose do Grupo Santa Joana, explica que as queixas mais comuns costumam ser a dor e também a infertilidade.

“Há quem seja mais resistente e, na presença de quadros avançados apresente mínima ou nenhuma dor, e há quem seja mais sensível a pequenos estímulos, apresentando mais dor frente à uma endometriose mais leve. Entre os sintomas mais relatados pelas mulheres com endometriose estão: a dor no período menstrual, durante a relação sexual (principalmente quando a penetração é profunda), ao urinar, ao evacuar – pode estar ou não acompanhada de sangramento nas fezes -, e em quadros mais avançados, a dor crônica. Inúmeros outros sintomas menos comuns podem também estar presentes como, por exemplo, urgência ao urinar ou evacuar e aumento da produção de gases”, explica o especialista.

Endometriose X Endometriose Profunda: existe diferença?

Sim, existe. Geralmente, a endometriose superficial não costuma ser vista em exames de imagem como, ressonância magnética e a ultrassonografia. Já no caso da endometriose profunda, Rodrigo comenta que a doença pode ser encarada por muitos como uma evolução com invasão de tecidos mais profundos. “Ou seja, a endometriose diagnosticada em exames de imagem já poderia ser considerada como profunda. Mais importante do que isso é a localização destes implantes e o quanto eles impactam na qualidade de vida e no desejo reprodutivo da mulher“.

É possível engravidar com endometriose?

A endometriose pode, sim, causar infertilidade, mas isso não é uma regra. Geralmente, a situação depende de quando foi feita a descoberta da doença, além de sua gravidade. Por isso, é super importante diferenciar infertilidade e esterilidade. “Acredita-se que quanto mais avançada a endometriose mais difícil será engravidar, pois a inflamação em excesso e a distorção da anatomia local são fatores importantes que atrapalham a gestação. Entretanto, há exceções à regra e isso pode ser encontrado nos dois extremos: mulheres com quadros avançados e que não apresentaram dificuldades para engravidar; e mulheres que apresentam quadros leves, mas têm dificuldade de engravidar”, comenta Rodrigo Fernandes

A prova disso é a gravidez da analista de sistemas Cristiane Mauerwerk Simão, mãe de Lucas e Murilo e casada com Eduardo Simão. Por volta dos 40 anos e em meio às tentativas para engravidar, ela descobriu que estava com endometriose. “Por não conseguir determinar o grau, o médico pediu para que eu fizesse uma videolaparoscopia, um procedimento que limparia os focos. Procurei um ginecologista e fiz alguns exames clínicos necessários para a cirurgia e uma avaliação cardiológica para saber se estava tudo bem”, conta.

“Quando estava tudo pronto para a internação, retornei no médico e comentei que minha menstruação estava atrasada, mas como tenho ovários micropolicísticos, meu ciclo nunca foi regular. Ele me pediu um exame de sangue Beta HCG com urgência para descartarmos as chances de engravidar, já que faria a cirurgia na próxima semana. No exame, surpresa. Estava grávida de cinco semanas. Foi uma alegria”, relata Cristiane.

Para ela, engravidar naturalmente, sem precisar fazer inseminação, foi motivo de comemoração: “Tive que tomar alguns cuidados até completar 16 semanas, mas tive uma gestação ótima. O Lucas nasceu perfeito e, quando ele completou um ano, decidi engravidar novamente. Depois de quatro meses de tentativas, fiquei grávida naturalmente também do Murilo”, lembra.

Endometriose tem cura?

Antes de falar sobre o termo cura, Rodrigo Fernandes explica que é necessário entender a doença. “A endometriose é uma doença causada por células e somente durante a cirurgia é possível observar e retirar aquelas que se aglomeraram e formaram nódulos. Não há justificativa para retirar tecidos visualmente saudáveis, o que também pode ter consequências negativas. Por conta disso, não é muito indicado usar a palavra cura, mas pode-se falar em controle, no qual é possível considerar a doença estacionada”, explica.

Depois da cirurgia de endometriose, é superimportante que a mulher continue fazendo o acompanhamento anual com o especialista (Foto: iStock)

Para as mulheres que não pretendem engravidar de imediato, é possível bloquear o ciclo ovariano-menstrual para contornar as “células invisíveis” que acabaram restando. Mas, para quem deseja construir uma família logo, “não há problema em abdicar do bloqueio hormonal por alguns meses”. Vale ficar de olho ainda que mesmo que a cirurgia seja bem-sucedida, é importante fazer acompanhamento anual com o especialista para, evitar assim, um possível retorno da endometriose.

Riscos de uma gravidez com endometriose

“A gestação funciona como um bloqueio do ciclo ovariano-menstrual devido a grande circulação de progesterona, principal hormônio no combate à endometriose”, comenta Rodrigo. Por isso, o especialista explica que neste período, muitas pacientes costumam notar um alívio nas dores e nos sintomas da doença. “Nos casos em que as dores continuam ou pioram pode-se encontrar pacientes que já apresentavam quadros dolorosos de longa data, configurando algo conhecido como dor crônica. A associação entre endometriose e gestação pode predispor o aparecimento de algumas situações como parto prematuro, recém-nascido pequeno para a idade gestacional, aumento dos partos cesarianas e pré-eclâmpsia. Vale lembrar, ainda, que há um aumento no risco e não uma certeza de que irá acontecer”.

Endometriose atrapalha a vida sexual?

Depende, pois a relação sexual é compreendida de maneiras diferentes para cada mulher. No entanto, “a endometriose afeta as mulheres produzindo fatores inflamatórios dolorosos e nódulos em locais específicos que facilitam a dor. A dor durante a relação sexual é em grande parte o pivô deste problema”.

Mas, durante o atendimento médico, cabe ao ginecologista identificar os motivos da dor, que podem ser dois: “A dor profunda (dispareunia profunda) está mais relacionada a endometriose; a dor logo no início da penetração (dispareunia de entrada) está mais vinculada à dor crônica”.

Geralmente, nas primeiras vezes a dor pode até acabar passando despercebida e causando apenas desconfortos pontuais. Mas, quando ela for recorrente, pode ocorrer uma piora progressiva na diminuição da libido, lubrificação, ausência de orgasmos e também dor durante e após a relação sexual. “A perpetuação desse círculo vicioso pode desencadear um quadro de dor pélvica crônica e memória da dor, tornando o quadro cada vez mais complexo. Na presença de dor durante a relação sexual, a mulher deve ficar atenta ao período do mês e à situação na qual ela acontece. Estes detalhes serão importantes para o ginecologista identificar a causa e indicar os melhores tratamentos”, conclui Rodrigo.


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