Família

Relato de mãe: “Meu filho tinha dois meses e eu não conseguia sentir nada por ele”

Gabriela e Lorenzo - reprodução / instagram
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Publicado em 22/08/2019, às 17h46 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h22 por Izabel Gimenez, filha de Laura e Décio


Gabriela e Lorenzo (Foto: reprodução / instagram)

Gabriela Ferreira, uma blogueira e influenciadora, usou seu Instagram na quinta-feira, dia 22 de agosto, para fazer um desabafo sobre uma fase difícil que passou depois que deu à luz primeiro filho Lorenzo, fruto de um antigo relacionamento. Na época, ela tinha 19 anos e, sem saber exatamente o que era, passou por uma depressão pós-parto. Só depois de muito tempo, decidiu compartilhar isso em um desabafo no seu perfil.

“Eu lembro que quando comecei a terapia eu falava para a fumar assim: ‘Meu filho já tem dois mesese eu não sinto nada por ele’. É como se fosse meu irmão, eu não via como meu. As pessoas me falavam que era o maior sentimento, o maior amor do mundo que eu ia sentir e eu não conseguia. Essa psicóloga que eu fui, trabalhava com mães adolescentes. Ela tinha bastante experiência na área e me contou que muitas mulheres passam pela mesma coisa. A minha gravidez foi muito turbulenta, foi muito difícil”, disse com o rosto cheio de lágrimas.

A depressão pós-parto costuma acontecer com mulheres logo depois do parto. É um momento que você pode sentir uma tristeza profunda que parece não ter explicação. Mas lembre-se: não é sua culpa! Causada por uma queda brusca de hormônios, natural nesse momento, ela também pode ser atrelada a fatores emocionais e estilo de vida.

Atualmente, um novo termo está sendo usado para indicar a depressão pós parto: depressão perinatal. Segundo Dr. Igor Padovesi, pai de Beatriz e Guilherme, ginecologista e obstetra do Hospital Albert Einstein, para a maioria das mulheres os sintomas já começam durante a gestação.

Depressão pós-parto (Foto: Getty Images)

Sintomas

É normal se sentir triste ou perdida nos primeiros dias de vida com o bebê (até por que tudo é novo). Os sintomas podem estar presentes desde a gravidez até o primeiro ano de vida do bebê, não apenas nos primeiros meses, e podem significar uma depressão pós-parto. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 40% das mulheres no Brasil desenvolvem depressão pós-parto e 10% delas sofrem com o nível mais severo. Os sintomas são:

– Instabilidade de humor
– Pessimismo
– Tristeza profunda
– Culpa
– Preocupação excessiva com o bebê
– Ansiedade
– Pânico
– Desinteresse
– Dificuldade de concentração e de tomar decisões
– Dificuldade de realizar atividades cotidianas que antes eram normais
– Medo

Segundo o Ministério da Saúde, você também pode sentir:

– Pensamento na morte ou suicídio
– Vontade súbita de fazer mal ao bebê
– Perda ou ganha de peso
– Vontade de comer mais ou menos do que o habitual
– Insônia
– Inquietação e indisposição constante
– Cansaço extremo
– Sentimento de indignação ou culpa

Mas em muitos casos,  o principal sintoma pode ser euforia excessiva ou uma necessidade defazer tudo perfeito.
A doença começa a se agravar quando interfere muito no dia-a-dia ao lado do seu filho e até no de outras pessoas. Muitas vezes, a dificuldades de amamentar e outros problemas que qualquer mãe pode ter logo após a chegada do bebê causam medos, angústias e receios, levando as mães a acreditarem que não são capazes de amamentar seus filhos.

Você precisa se cuidar! (Foto: Getty Images)

Segundo pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) e publicada na Revista Brasileira de Psiquiatria no mês de março de 2013, cerca de metade das mulheres que têm depressão pós-parto já apresentava os sintomas durante a gravidez. Por isso você sempre deve ficar de olho no que está sentindo.

Complicação com o bebê

Uma das principais complicações apontadas pelos especialistas é em relação ao vínculo do bebê com a mãe, principalmente nos primeiros dias depois do parto. Segundo o Ministério da Saúde, a criança que não teve o contato necessário com a mãe tem efeitos no desenvolvimento social, afetivo e cognitivo, podendo resultar em problemas na infância e na adolescência.

A jornalista Fabiana Faria, mãe do João Vitor, precisou da ajuda de uma diarista para conseguir cuidar do filho e superar a depressão pós-parto. “Ela teve a maior paciência, nunca me julgou e me ensinou a ser mãe. Demorou um pouquinho pra eu virar mãe, mas  consegui”

Tratamento

Para se livrar da depressão pós-parto, é necessário realizar psicoterapia aliada a remédios em casos mais graves. “Nesses casos, é indispensável o tratamento com remédios, receitados pelo psiquiatra, aliado às orientações do obstetra e do pediatra”, indica a psicóloga Rafaela Schiavo, membro da Sociedade Brasileira de Psicologia, filha de José Luiz e Maximina.

apoio da família é extremamente necessário para o tratamento. “Muitas mulheres que têm uma rede de apoio escassa, ou seja, contam com pouca ajuda, podem desenvolver sintomas mais intensos, por isso é importante ter pessoas acolhedoras por perto”, aconselha Diego Tavares, psiquiatra do hospital Mário Covas, filho de Sonilda e Wasthon.

Baby Blues x depressão pós parto 

A depressão pós-parto é um estágio mais grave da tristeza pós-parto, que chamamos de baby blues ou blues puerperal. É comum as mulheres se sentirem perdidas no começo, mas elas acabam aprendendo que existem dias bons e ruins.

Essa tristeza é vivida por cerca de 80% das mulheres dentro de 15 dias, o que é totalmente normal, segundo Alessandra Gordon, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. A mulher está naturalmente mais sensível nesse período, o que pode ser um problema para ela mesma.

“O que pode acontecer é a mãe ficar muito preocupada com o bebê e não conseguir dormir. Ela precisa ficar checando várias vezes durante a madrugada se a criança está bem”, acrescenta Diego Tavares, psiquiatra do hospital Mário Covas, filho de Sonilda e Wasthon.

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