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Semeadura vaginal: conheça a técnica polêmica que divide opiniões entre os médicos

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Publicado em 30/01/2019, às 07h11 por Rhaisa Trombini, Edileyne e Geraldo


Muitas tendências visam deixar o hora do parto mais natural, trazendo vantagens para a mãe e o bebê. Mas dessa vez os ginecologistas alertam para uma nova prática conhecida como “semeadura vaginal”, que consiste em esfregar no rosto, pele, boca e olhos do bebê as secreções vaginais da mãe.

Alguns dizem que a exposição às bactérias no fluido vaginal podem ajudar a fortalecer o sistema imunológico, mas os médicos explicam que isso poderia colocar em risco os recém-nascidos, podendo desenvolver infecções.

Se é natural, não pode ser tão ruim, certo?

A técnica pode soar estranha, mas ao nascerem através do parto normal, os bebês ficam expostos às secreções vaginais da mãe quando saem do canal. Já com os partos feitos através de uma cesárea, o recém-nascido não têm esse contato direto. Por isso, a semeadura vaginal procura fazer cumprir a tarefa ao esfregar a boca, nariz e a pele do bebê com os fluidos vaginais da mãe.

“Isso tem o objetivo de expor o bebê que nasceu por cesárea às bactérias benéficas presentes naturalmente no canal do parto, diminuindo o risco de alergias, asma e doenças autoimunes”, explicou Clara Ward, médica materno-fetal, especialista da McGovern Medical School e da UTHealth e Children’s Memorial Hermann Hospital, em Houston. “Essas doenças são menos comuns em bebês que têm parto vaginal, possivelmente devido à exposição aos organismos do canal durante o parto”.

Mas segundo a especialista, não existem muitos estudos feitos com bebês para dizer se semeadura vaginal é realmente eficaz. “Neste momento não há dados suficientes para afirmar se é benéfico ou prejudicial”.

Mas se é natural, não pode ser tão ruim assim, certo? Não exatamente. “Embora a prática pareça fazer sentido biologicamente, também é teoricamente possível transferir bactérias nocivas, o que poderia levar a infecções graves, particularmente em bebês prematuros“, diz Clara.

O risco

O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) emitiu um comunicado em novembro de 2017 afirmando ser contra a semeadura vaginal até que mais dados estejam disponíveis. “Quando um procedimento não tem benefício comprovado, deve-se tomar cuidado para garantir que o dano não seja causado. Neste ponto, mais pesquisas precisam ser feitas para confirmar que a prática é segura e benéfica”, explica Clara.

As infecções que podem ser transmitidas incluem infecções do Grupo B e doenças sexualmente transmissíveis, como herpes, gonorreia e clamídia. Embora as mulheres possam ser testadas para algumas dessas infecções antes do parto, seria difícil detectar todos os casos.

É verdade que os bebês nascidos na vagina também estão expostos a esses riscos, mas os médicos ainda não querem aumentar a chance de infecção para bebês com cesárea sem que os benefícios sejam comprovados. Além disso, a semeação vaginal pode não ter o mesmo efeito que o contato do bebê com a vagina no parto com cesárea, na qual haveria outras substâncias, como sangue e líquido amniótico, para diluir as secreções vaginais.

Mesmo que você acredite não tem alguma infecção, a semeadura vaginal pode ser muito arriscada para tentar — especialmente sem a autorização de um médico. Em vez disso, se você quiser que seu bebê de cesariana receba os anticorpos que precisa, a especialista tem outras recomendações: “O aleitamento materno precoce e o contato pele a pele são ótimas maneira de dar ao bebê muitas substâncias importantes, incluindo a proteção de anticorpos e bactérias benéficas”.

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