É, meu filho está gordo… E agora?
O número assusta: 48% das crianças brasileiras estão acima do peso
Por Luciana Alvarez, mãe de Marcelo
Pedir pizza no jantar de sábado era uma verdadeira tradição familiar que se acabou – agora a pizza só entra na casa uma vez por mês, no máximo. Os doces também sumiram dos armários e da geladeira. As restrições que estão mantendo Luana de Souza, de 10 anos, saudável e dentro do peso esperado começaram há 4 anos e afetaram toda a família. Mas ninguém reclama.
Luana passa por acompanhamento médico desde os 6 anos, porque na época, além dos quilos extras, exames de sangue apontaram que a menina estava diabética. A mãe, Adeilde Beatriz, encarou o desafio de pôr a filha na linha com energia, mas sem culpa. “No começo foi sacrificado, porque a Luana adorava doces. Mas, o importante é que hoje ela está com saúde e se mostra uma criança bem feliz”, diz.
Com toda a família colaborando, Luana tem conseguido manter o peso, o diabetes e o nível de colesterol bem controlados. E este é outro ponto importante: a geladeira da casa é que tem que mudar! Todo mundo tem que entrar no ritmo. O excesso de peso, mesmo em criança, é preocupante não por um problema estético, mas sim porque muitas vezes vem atrelado a problemas como diabetes e colesterol alto. E essa é a consciência que devemos ter: o cuidado com a saúde dos filhos.
Falando assim, parece óbvio, mas é importante ter claro que o peso em excesso representa, sim, um fator de risco para doenças cardiovasculares na vida adulta, entre elas o enfarte e o acidente vascular cerebral. Exagero? Antes fosse. “Não é o peso por princípio que deve preocupar. O que importa é uma alimentação saudável”, afirma Ângela Spinola, mãe de Maria Fernanda, presidente do departamento de endocrinologia pediátrica da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Ou seja: equilíbrio, mais uma vez…
O ideal é que a mãe ofereça apenas o leite do peito até os 6 meses e continue amamentando até os 2 anos – fator que reduz em até 25% o risco de obesidade para o filho. Mas se o ideal estiver fora de alcance, e não for possível amamentar, não se culpe. Existem fórmulas infantis com quantidades e qualidade de proteínas semelhantes às do leite materno, sendo uma forma mais adequada de substituir o leite do peito e prevenir os indesejados acúmulos de gorduras no sangue do seu bebê.
E se ele estiver gordinho, primeiro admita. Não perca tempo se perguntando por que, como ou quando aconteceu. Olhe pra frente. Sem culpa. Mudar de hábitos é possível, sim. Precisa querer. E aí você vai ver a mudança acontecer. Não tem milagre, não. Tem trabalho! Boa sorte, respire fundo e comece já. Vale a pena.