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Minha vida mudou aos 43

Imagem Minha vida mudou aos 43

Publicado em 08/09/2011, às 21h00 por Redação Pais&Filhos


No nosso aniversário de 43 anos, pedimos para uma avó e uma mãe contarem como suas vidas mudaram nessa idade

Por Nivia de Souza, filha de Tânia e Renato

Há 43 anos, era decretado o AI-5 no Brasil; o candidato à presidência dos Estados Unidos Robert Kennedy morria; o MASP era inaugurado da Avenida Paulista; Martin Luther King Jr. era assassinado; a missão Apollo 8 levava astronautas para sair da órbita terrestre pela primeira vez; a revista Pais & Filhos era lançada pela Editora Manchete.

Para comemorar esses 43 anos de existência, 43 anos de informação para mães e pais, de troca de experiência, de diálogo, de ajuda, escolhemos duas pessoas para nos contar como suas vidas mudaram aos 43 anos.

Conheça as famosas que se tornaram mães depois dos 40

Judith, após muitos testes de farmácia, descobriu que as tentativas de engravidar deram certo. E ela já tinha um filho de 20 anos. Maria Cecília recebeu um telefonema que trouxe a notícia: o sonho de ser avó seria realizado precocemente. Confira nas próximas páginas as histórias dessas duas mulheres que, aos 43 anos, tiveram suas vidas modificadas pela chegada de duas crianças.

Mãe aos 43

“É sempre uma emoção e uma surpresa confirmar uma gravidez.  Engravidei do João aos 23 e do Mateus aos 43. São 20 anos de diferença, tenho dois “filhos únicos”.

Assim como havia sido a primeira, a segunda gravidez foi planejada. O João ficou bastante surpreso e comportou-se com maturidade. Quando criança, ele queria uma irmã, mas, com o passar do tempo, desistiu de pedir.

Pensei muito antes de engravidar porque sabia que ter um filho é mudar a vida. Mas, quando me decidi, achei que seria melhor fazer o que se faz quando se quer entrar numa piscina de água fria: se há vontade e decisão, o melhor é pular de uma vez.

Não tive nenhuma complicação. Por decisão própria e por ter 43 anos, fiz amniocentese e isso me tranquilizou ainda mais. Ficava irritada quando percebia que tentavam me poupar. Mas trabalhei até o último minuto. Mesmo! Na mesa de parto, pelo celular, dei as últimas instruções pro meu time. O parto foi rápido e normal, assim como o primeiro.  

Antes de ter o João, achava que tiraria a maternidade de letra. Eu me sentia mais culpada na criação dele porque achava que não estava fazendo o suficiente.

O papel materno tornou-se mais leve, quando aprendi a levar a vida menos a sério. Até escrevi um livro!
Eu me divertia com as caras de surpresa dos meus amigos e parentes, que diziam que eu estava sendo corajosa. Na verdade, eles queriam dizer: 'Que mulher louca! Inventar essa novidade nessa altura da vida, com um filho criado e uma vida profissional intensa'.   

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Tive que me reinventar. Relembrei contos de fadas, assisti 50 vezes ao mesmo filme, refleti métodos de aprendizado e quase morri do coração com as manobras de skate. Coisas que jamais imaginei que faria aos 43.
Aos poucos, João foi ganhando a admiração do caçula, que passou a exibir com orgulho o “irmão grandão”. Hoje, João tem 30 anos e já é casado. Mateus tem 10 anos e fomos até na viagem de lua de mel do João.

Tenho menos tempo para ficar com os meus filhos do que a minha mãe tinha. Mas, quando estou com eles, tento me lembrar de como era bom e divertido estar com aquela figura engraçada que era minha mãe. Inicialmente, mãe é tudo. Talvez, o maior desafio ao longo da vida seja transmitir valores e padrões de convivência, que ajudem os filhos a enfrentar as frustrações.

Claro que a idade faz diferença. Mas eu fiquei tão feliz, que os incômodos físicos eventuais nem contaram! Tudo vale a pena.”


Judith Brito, mãe de João e Mateus, é escritora e autora do livro Mãe é Mãe

Gravidez tardia
Em toda gestação há riscos que, com o passar do tempo, podem ser potencializados. Levando em conta tudo o que a medicina coloca hoje à nossa disposição, as mulheres podem engravidar quando acharem que é o momento ideal. Inclusive aquelas que, independente do motivo, deixaram para depois dos 40. Cada caso tem suas particularidades e as mães dessa faixa etária precisam fazer um pré-natal mais rigoroso. As visitas ao ginecologista intensificam no último trimestre e cuidados com o ganho de peso, glicemia, pressão e dieta balanceada são mais do que recomendados. Se a gravidez após os 40 já estiver nos planos, a mulher deve fazer um aconselhamento genético, que irá detectar os riscos genéticos que o bebê corre. Os ultrassons morfológicos, que detectam possíveis más-formações, devem ser realizados duas vezes: entre a 12ª e 14ª semana e entre a 20ª e 22ª semana.

Os tratamentos
Geralmente, um casal procura tratamento especializado quando está tendo uma vida sexual regular (a partir de duas relações por semana), sem métodos contraceptivos há mais de um ano e, mesmo assim, a tão esperada gravidez não vem. Porém, quando a mulher tem mais de 40 anos e já se passaram seis meses de tentativas, é aconselhável que se procure ajuda médica. Primeiro, é preciso descobrir qual o problema, para depois ser iniciado o tratamento. O casal é analisado como um todo, pois o problema pode ser masculino, feminino ou de ambos. Os tratamentos podem ser: clínico, com a ingestão de hormônios; cirúrgico, como, por exemplo, a recanalização das trompas; ou com técnicas de reprodução assistida, como a inseminação artificial e a fertilização in vitro. Na inseminação, os espermatozóides são recolhidos e injetados dentro do útero. Ela é feita quando a dificuldade não for tão grave. Já na fertilização, a fecundação acontece fora do útero e, então, os pré-embriões são depositados na mulher.

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Avó aos 43

“Foi por telefone que recebi a notícia: aos 43 anos, eu seria avó. Sim, avó! Apesar de sempre ter sonhado com esse momento, não esperava que fosse chegar tão cedo. E assim como eu e minha mãe, minha filha Helena também engravidou aos 21.

No começo, fui logo chamando a atenção pelo ato irresponsável. Mas, depois das devidas broncas, você cuida. Iríamos ficar mais felizes com um bebê na família. São cinco gerações juntas! Minha avó, mãe da minha mãe, está com 93 anos.  

Entre as minhas amigas, fui a primeira a ser avó. Não me considero velha, me assustam mais as dores nas costas do que o fato de ser avó.  

O amor pelos netos é igual ao amor pelos filhos, mas o peso da responsabilidade é o que diferencia os dois lados. Apesar de eu sentir saudade dos tempos mais árduos da maternidade, ser avó é mais gostoso. Você só se responsabiliza com aquilo que escolhe. Tudo o que você faz é simplesmente por amor.  

Agora, na minha vida, quem vem em primeiro lugar é o Ângelo. Tanto que a minha preocupação com o meio-ambiente e o futuro do planeta virou algo muito maior. Acho até que fiquei neurótica!

A cada geração fica mais difícil ser mãe. Ao mesmo tempo em que as mulheres precisam ser profissionais competentes, elas precisam ser boas mães. Eu tinha mais tempo do que a minha filha tem hoje.

Inspiração para ser avó não me faltou. Aliás, meu nome é inspirado nos nomes das minhas avós Maria e Cecília. Delas, guardo ótimas lembranças das histórias que contavam. Por isso, eu e o Ângelo fazemos muitas coisas juntos quando ele está na minha cidade, o Rio de Janeiro.

Acho que os avós são o nosso porto seguro. Com eles, não precisamos dizer muito. Eles nos acolhem de prontidão.”


Maria Cecília Cardoso, mãe de Helena e avó de Ângelo, de 5 anos, é médica

Para saber mais


Mãe é mãe, de Judith Brito

http://www.publifolha.com.br

Consultoria: Nicolau D’Amico, pai de Isabella, Giovanna e Mirella, é obstetra e ginecologista do Hospital Samaritano, www.samaritano.org.br  Paulo Gallo, pai de Breno e Paulo Junior, é especialista em reprodução assistida e diretor médico do Vida – Centro de Fertilidade da Rede D’Or, www.vidafertil.com.br, Tel: (21) 2493-0758


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