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O melhor leite possível

Imagem O melhor leite possível

Publicado em 05/09/2012, às 07h00 por Redação Pais&Filhos


Por Luciana Alvarez, mãe de Marcelo

Amamentar é sempre a melhor opção, não tem dúvida. Se você está com dificuldades, saiba como contorná-las. Se já tentou de tudo e ainda não conseguiu, calma, o jeito é substituir da melhor forma.

A lógica é simples: toda mãe quer o melhor para o filho, sempre. Assim que o bebê nasce, o melhor alimento para ele é indiscutivelmente o leite materno. Portanto, toda mãe que tem essa informação quer amamentar no peito. A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade. E, para além de lógicas, recomendações médicas e evidências científicas, praticamente toda mãe quer viver esse momento único de conexão com seu filho.


Mas a vida nem sempre segue o script que desejamos e algumas de nós simplesmente não conseguem dar o peito. Claro que nessa hora bate a culpa! O que vale, porém, é tentar afastar o sentimento e alimentar o bebê demonstrando todo o amor que você sente por ele. Para isso, dá para seguir dois passos: na hora da mamada segure o bebê no colo com todo o carinho, tendo contato pele a pele, e ofereça uma fórmula infantil adequada à idade dele e que mais se aproxime nutricionalmente do leite materno (pelo aspecto do vínculo da mãe com o bebê, isso é impossível). Não ofereça leite de vaca – ele é perfeito para o bezerro, mas não para o seu filho.


Foi usando estratégias como essas que Flávia Tonin, mãe de Dora, conseguiu aplacar grande parte da culpa que sentiu por ter baixa produção de leite. Como fazia questão de dar o peito, um truque fez grande diferença: dar fórmula infantil por sonda – nessa técnica, o leite artificial passa da mamadeira por um cano plástico bem fino, que a mãe gruda junto ao bico do seio, para o bebê tomar enquanto suga o peito. Mas até descobrir e se adaptar, ela passou por um grande sofrimento.


Desde que Dora nasceu, Flávia ofereceu o peito. A menina sugava, sugava, mas não ganhava peso. “Diziam que eu tinha leite, mas ela mamava e continuava com fome”, lembra a mãe. Com muita dor, mas se vendo sem alternativa, a família se rendeu à mamadeira. “No dia que meu marido deu a primeira mamadeira chorei muito, mas muito… E olha que não sou dessas que choram fácil”, conta Flávia.


Apesar de saber que fazia tudo o que estava ao seu alcance, a mãe conta que se sentiu culpada por não conseguir cumprir uma “tarefa básica” de mulher. Orientada por uma pediatra, Flávia descobriu o processo chamado de relactação, que é oferecer a fórmula infantil por sonda.

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“Apesar do trabalho, é uma técnica ótima, pois o bebê continua com você no colo e ainda toma um pouco do leite da mãe, que tem os anticorpos”, diz Flávia.
Seja como for, tirar o peso da culpa dos ombros faz bem tanto para a mãe quanto para os filhos. Segundo a psicanalista Alicia Lisondo, da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, mãe de Claudio Mauricio e Valeria Cecilia, a culpa só atrapalha. “Os pais fazem aquilo que está ao seu alcance. O importante é que possam lidar com as limitações da condição humana. A culpa às vezes é um fator que leva à superproteção do filho”, afirma.

Evitando os problemas mais comuns

Quase nunca amamentar pela primeira vez é tarefa simples. Os bebês nascem com o instinto de sucção, mas alguns têm dificuldade em fazer a pega correta e acabam machucando o seio, explica a pediatra do Hospital Santa Joana Clery Bernardi Gallacci, mãe de Fernando e Luca. Mas se a mãe simplesmente parar de oferecer o peito para esperar sarar, pode piorar ainda mais a situação, pois o leite produzido acaba empedrando, o chamado ingurgitamento.


O segredo para não sofrer com isso é manter uma postura adequada e posicionar bem o filho. Outra atitude que ajuda à mãe e ao bebê é deixá-lo mamar a livre demanda, isso é, sempre que ele tiver vontade. Além disso, ainda é preciso uma boa dose de paciência. “As mães chegam despreparadas, acham que é só colocar o bebê no peito que ele vai sair mamando. Quando isso não acontece, gera uma ansiedade – e estresse pode bloquear a produção de leite”, diz Clery.


Outras três dicas valiosas para uma amamentação de sucesso são oferecer o seio nos primeiros minutos de vida do bebê, ainda na sala de parto; tomar muita água, chás e sucos, pois a mãe precisa estar bem hidratada para produzir leite e descansar o máximo possível. No caso de não conseguir amamentar, a mamadeira só deve ser oferecida em último caso, a preferência deve ser pelo copinho.


E tem uma informação que nem todo mundo sabe: o leite leva em média dois dias e meio para descer. Antes disso, o colostro serve de alimento e prepara o estômago do bebê. Às vezes a mãe amamenta superbem na maternidade e, quando chega em casa, começa a ter dificuldades. Não, não é lei de murphy. O dia em que você vai para casa costuma coincidir com o dia que o leite começa a descer, e nem sempre ele realmente desce ou o bebê consegue sugá-lo de cara.Fora o período de adaptação, necessário a toda mãe, mulheres com bico invertido e que fizeram plástica podem ter outras dificuldades.

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“Mas nenhum desses fatores é impeditivo para dar de mamar no peito, ou seja, praticamente toda mulher tem condições biológicas para amamentar. A alteração anatômica do bico invertido, por exemplo, dificulta, mas o bebê tem mesmo é que pegar toda a aréola, não só o bico”, diz a médica. Conchas usadas durante a gestação e bicos de silicone podem ajudar.


Graziane Regina Magalhães Souza, mãe de João Vicente, chegou a contratar uma fonoaudióloga neonatal especializada em amamentação, mas nem assim conseguiu fazer o filho mamar no peito. O bico invertido e o fato de já na maternidade o bebê ter sido alimentado por mamadeira – porque teve hipoglicemia – foram os fatores determinantes. “Eu me senti completamente inútil, fiquei muito chateada, triste e frustrada. E também tive muita culpa, pois meu filho estava passando fome por minha causa”, conta.


A mãe insistiu no peito por 20 dias, então finalmente se convenceu que o melhor para ele seria mesmo a mamadeira. “A vontade de ver meu filho saciado e feliz me motivou a optar pela mamadeira.

O coitadinho chorava dia e noite com fome – e nenhuma mãe quer ver seu filho com fome”, lembra. Agora, com João Vicente já com 2 anos, Graziane não se arrepende, nem acha que o vínculo com ele ficou prejudicado. “O melhor presente que posso ter é ver meu filho feliz e sadio”.

A segunda opção


Ao colocar Eduardo no peito pela primeira vez, Beatriz Medina Onha ficou satisfeita: logo de cara ele teve uma pega “maravilhosa”. Mas ela percebeu certa tensão entre as enfermeiras. Na segunda tentativa, uma delas explicou que talvez fosse necessário recorrer a fórmulas infantis por causa da mamoplastia redutora (cirurgia para reduzir o tamanho das mamas) que Beatriz foi submetida aos 16 anos.


Beatriz sabia de todos os benefícios de dar apenas leite do peito para seu bebê. “Entrei em crise, só chorava. Levei cerca de um mês para digerir a ideia de que não amamentaria meu filho”, lembra. Ainda assim, deixava Eduardo ficar meia hora sugando o peito antes de dar a mamadeira. “Foi difícil, mas acabei me convencendo de que ele não iria morrer por isso e que, graças a Deus, eu tinha informação para dar uma fórmula infantil adequada”, diz. Adequada em relação aos teores de proteínas, que devem ser nas mesmas quantidades do leite materno. Quando nasceu sua segunda filha, Larissa, a mãe já estava bem mais tranquila e, talvez por isso, teve até um pouco mais de leite.

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Além dos fatores nutricionais, ao não mamar no peito o bebê pode perder o contato corporal com a mãe, a possibilidade de interagir, de desenvolver a linguagem pré-verbal, e a segurança de se sentir sustentado no colo por longos períodos, várias vezes ao dia. Mas atenção para o “pode”. A diferença não é simplesmente qual é o leite ofertado, mas como ele é ofertado. “É diferente para o bebê estar no colo da mãe mamando e estar sozinho num berço segurando a mamadeira e olhando para a televisão”, diz a psicanalista.


 “Se a mãe oferece o seio de forma mecânica, sem investimento afetivo, o bebê não encontrará no seio um objeto estético, misterioso, capaz de promover desenvolvimento psíquico. Já uma mãe com maturidade psíquica dá a mamadeira com alegria e paciência, podendo oferecer seu rosto e corpo para as explorações do filho, conversar e cantar para ele, além de interpretar seu choro, gestos e movimentos”, explica Alicia. Ou seja, não se prenda àquele maniqueísmo simples: dar o leite materno é sempre bom, dar fórmula é sempre ruim. Faça o melhor possível que seu filho vai entender!  

Por que o leite materno é a melhor opção

Para a mãe: Logo após o parto diminui o sangramento e ajuda a voltar ao peso. No longo prazo, dar de mamar diminui a incidência de diabetes, cânceres de mama, útero e ovário.

Para o filho: Ajuda no ganho adequado de peso, protege contra infecções respiratórias e gastrointestinais, previne anemia, promove o desenvolvimento neuro-psicomotor. No longo prazo, ainda diminui os riscos de diabetes e obesidade.

Onde procurar ajuda:

Na internet
Matrice – Ação de Apoio
à Amamentação
matrice.wordpress.com
Amigas do Peito – amigasdopeito.org.br

Pessoalmente
Procure o Banco de leite humano mais
próximo de você.
Há uma lista no site: fiocruz.br/redeblh


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