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Um dia que mudou minha vida

Imagem Um dia que mudou minha vida

Publicado em 04/07/2012, às 15h21 por Redação Pais&Filhos


Era uma sexta-feira um tanto nublada, quase sete horas da manhã, e eu ali, me fazendo de forte para sair com minha esposa de casa para seu ultrassom de emergência. Sim, porque umas duas semanas antes detectaram que algo fora dos padrões estava acontecendo. O líquido amniótico está baixo – disse a obstetra Vanessa. Precisaríamos fazer o acompanhamento a cada quatro dias para que nada fugisse do controle. Seu ventre parecia diminuir ao invés de se desenvolver.

Na noite anterior e no decorrer da madrugada, Marina se queixava de dores quando o nosso pequeno Raul se mexia. Só fomos entender o real motivo quando, por volta de sete e meia, fomos atendidos. Quem fez o ultrassom não quis nos dizer nada, mas pelo histórico, já estávamos sabendo avaliar que a situação não estava boa – o ultrassom não detectava líquido algum.

Fomos direto para a consulta.
O plantonista, ao olhar o exame, pediu o telefone de nossa médica e passou o resultado: Abaixo de 3 pontos de líquido, Doutora, deseja que interne?” e ela: “Imediatamente!”

Por mais que estivéssemos esperando, receber a notícia de que nosso filho viria ao mundo no sétimo mês, foi um choque. Sim, sabíamos que situações como essa são corriqueiras, que não sei quantos por cento sobrevivem e que daria tudo certo. Confiávamos, mas a apreensão dos pais de primeira viagem é maior do que todos os conselhos e estatísticas.

Não queriam deixar que eu acompanhasse o parto, afinal ele poderia nascer sem respirar, teriam que entubar ou reanimar caso algo de errado acontecesse e não saberiam se eu teria estrutura para ver todos os procedimentos. Minha esposa não veria nada, pois sua frente estaria coberta, mas eu, por estar com a visão mais aberta, veria tudo. E eu disse: 'Não vou deixar minha esposa sozinha nesse momento. Haja o que houver, estaremos juntos.'

Numa eternidade que se resumia em poucos minutos, um choro de criança tomava conta do ambiente. Sim, ele nasceu. Um pequeno bebê com quase 1,2kg. Raul chegou ao mundo recebendo notas 9 e posteriormente nota 10. Até hoje não consigo entender ao certo o que significavam exatamente esses números, só sei que os médicos disseram ser excelentes e surpreendentes, o que me deixou tranquilo.

E realmente, ele nos surpreendeu e surpreende até hoje. A partir daquele dia, tudo mudou em minha vida. Entendi finalmente o significado de muita coisa. Comecei a entender o que é se privar de coisas (várias) para zelar por uma vida que agora está em minhas mãos e braços. Me surpreendo comigo mesmo tendo atitudes que nunca pensei em ter com outro ser humano.

Após o parto, nossa obstetra me informou em particular que, se algumas horas a mais tivessem se passado, poderíamos ter tido uma perda intrauterina por asfixia. Esta frase ecoa em minha mente até agora. Se não fosse sua intervenção no momento certo e todos os procedimentos não tivessem sido realizados de forma correta, eu não teria o privilégio de hoje viver o que estou vivendo.

Como é maravilhoso chegar em casa e tomar banho com meu pequeno Raul. Como é bom sentar no chão e ficar com ele, apenas observando. Como é bom ouvir aquela risada gostosa, seu choro (que às vezes irrita – mas é bom, pois me divirto com suas caretas de manha sem necessidade), vê-lo aprendendo com os pequenos erros, caindo, levantando, fazendo birras e joguinhos e depois fazendo tudo novamente de forma correta. Como é bom ver uma vida se desenvolver na minha frente.

Num pequeno texto é difícil expressar todos os sentimentos. A vida de cada um de nós daria um livro. Mas foi bom poder compartilhar alguns trechos das páginas da minha vida com vocês.


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