Publicado em 01/04/2015, às 16h25 - Atualizado em 24/06/2015, às 12h12 por Redação Pais&Filhos
“Até pouco tempo ele adorava sua cor, agora já sabe que algumas pessoas não gostam”. Um jeito horrível de acabar com a inocência de uma criança e mostrá-la que o racismo existe, ainda, por incrível que pareça! Quem disse a frase acima, em entrevista à Pais&Filhos, foi a assistente social Ednilce Duran, referindo-se ao filho Lucas, de 8 anos, que foi expulso da frente de uma loja na Rua Oscar Freire, em São Paulo, depois que a funcionária achou que ele estava ali vendendo coisas. “O meu filho e eu fomos expulsos da frente desta loja enquanto eu fazia uma ligação porque, em certos lugares em São Paulo, a pele do seu filho não pode ter a cor errada”, escreveu o pai, o americano Jonathan Duran, no último sábado no Facebook.
Depois da enorme repercussão, a marca Animale, de onde o menino foi expulso, se manifestou, escrevendo: “somos uma empresa que repudia qualquer atitude de discriminação e preconceito”. A resposta não agradou o pai da criança, que respondeu: “Estou fazendo tudo isso para promover a mudança social para meu filho e todas as crianças terem um futuro melhor. Ainda não vejo vocês contribuindo para isso.”
Outros episódios
Segundo a mãe, Ednilce, não é a primeira vez que isso acontece com a família. “Há alguns meses, num shopping, o meu marido olhava uma vitrine, enquanto eu entrei numa agência bancária. O Lucas estava com um joguinho na mão e sentou no chão, no corredor, para jogar. Ele estava no meu campo de visão e no do Jonathan… O segurança se aproximou e o mandou sair. Ele correu até o Jonathan e o segurança foi embora”. Ednilce se pergunta se aconteceria a mesma coisa com uma criança branca ou se, nesse caso, em vez de expulsar o menino, o segurança teria ficado preocupado em vê-lo sozinho. “Tudo é muito sutil e velado”, desabafa a mãe.
No episódio mais recente, Lucas ficou assustado com a abordagem, mas não entendeu o motivo. Ednilce pretende prepará-lo para esse tipo de situação. Como? “Espero estar atenta e aproveitar situações cotidianas”. Quando Lucas percebeu que algumas pessoas não gostam de sua cor de pele, ela tentou explicar que gosto é algo pessoal. “Quando isso virar hostilidade, a conversa vai ser outra. Crescer dói, ele vai passar por essa dor, estaremos do lado dele”, diz a mãe. O racismo está aí, infelizmente, e é triste mostrar essa realidade às crianças. “Lucas é muito lindo e até quando as pessoas elogiam, às vezes vem com um toque racista, como se uma criança negra bonita fosse algo exótico e fora do padrão”.
Leia também: Menina de 8 anos é exemplo de luta contra preconceito
Mais comum do que a gente imagina
Como disse Jonathan em seu Facebook, esses casos ganham repercussão quando acontecem com famílias de classe média-alta ou quando pelo menos um dos pais é estrangeiro, que é seu caso. E as outras histórias que acontecem todos os dias?
O pai fez questão de difundir a história para que as pessoas fiquem mais conscientes – se cada um fizer a sua parte, talvez a gente consiga promover mudanças. Se você já passou por uma situação como essa, conte aqui nos comentários! Queremos saber e divulgar!
“Não importa quantas vezes você lê sobre esses casos de racismo, nada te prepara para o choque quando acontece com seu filho”, Jonathan Duran.
Família
Após polêmicas, Kate Middleton é substituída por outra mulher em evento real
Criança
Mãe do filho de Cristiano Araújo desabafa sobre dificuldade em arcar com as despesas da criança
Bebês
“Ela não vai te perdoar”: mãe coloca nome de vegetal na filha e recebe críticas nas redes sociais
Família
Mãe recebe bilhete bem diferente de vizinha após choro do filho
Criança
Mãe se assusta com aparição misteriosa em foto antiga da filha
Família
Filha de Roberto Justus estreia como modelo aos 3 anos: "Minha estrela"
Família
Téo Teló e Gabi Luthai escolhem nome curto e com forte significado para o primeiro filho
Bebês
Mavie usa maiô de grife em passeio à praia com Neymar: "O preço é maior que meu salário"