Publicado em 10/09/2019, às 10h37 - Atualizado às 10h39 por Cinthia Jardim, filha de Luzinete e Marco
Meninas de até 13 anos são as principais vítimas de estupro entre as mulheres, e destas, quatro sofrem violência sexual a cada hora no Brasil, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, nos anos de 2017 e 2018. Os dois anos juntos tiveram 127.585 ocorrências registradas e só no último ano, foram 66.041. Das vítimas, 81,8% são mulheres e 18,2% são homens.
2018 teve o maior número registrado no país e é equivalente a 180 casos de estupro por dia. As informações foram divulgadas na manhã desta terça-feira, 10 de setembro, e é baseada nos dados dos boletins de ocorrência de cada estado, que foram enviados ao Fórum.
O estudo realizado indica que 75,9% das vítimas, até as que tem mais de 14 anos, possuem um vínculo com o agressor, sendo eles parentes, companheiros ou amigos. “Esses números revelam uma das faces mais perversas da nossa sociedade, para qual a gente evita olhar. É pensar que aquele vizinho tão simpático, que conversa com você todo dia, o pai da amiga ou o primo podem ser estupradores“, esclarece a diretora-executiva do fórum, Samira Bueno à Uol. Em 96,3% dos casos, o crime é praticado por homens.
“Não é sobre sexo. É sobre dominação, sobre pessoas comuns, que se conhecem. Os casos em que um homem pega a mulher na esquina de uma rua escura são ínfimos. A maior parte das vítimas são agredidas por quem conhecem”, diz Samira. “E não deixa de ser violência de gênero e machismo porque os agressores têm a ideia de que o homem não consegue conter seu desejo e vai se aliviar onde e com quem quiser, mesmo que se trate de uma criança.” Quando é feito o recorte dos casos em que a vítima é do sexo masculino, 27% têm entre 5 e 9 anos”, explica ao site. Nos casos em que a vítima é do sexo masculino, 27% delas tem entre 5 e 9 anos de idade.
Dificuldades em aplicar punições
Geralmente para buscar provas pode ser mais complicado do que parece, pois quando a vítima tem até 14 anos é difícil colher provas e materiais genéticos que sejam sólidos: “É só a palavra da criança, da qual se costuma duvidar. Precisamos saber o que acontece com os autores dos crimes: ele foi absolvido? Foi preso? Que resposta o Estado tem dado para esses casos?”, questiona. Precisamos de conselhos tutelares mais atentos”, comenta. A invisibilidade do crime dificulta a punição e grande parte do depoimento realizado pelas crianças é visto como sem credibilidade, e então elas muitas vezes preferem ficar em silêncio.
Estupro coletivo
Em relação aos dados de estupros coletivos, no qual o crime é cometido por vários agressores, a pesquisa apresenta informações inéditas, afirmando esses casos representam 6,8% do total. “Não podemos considerar uma taxa pequena, afinal, é um crime brutal. E quase não falamos disso”, conclui.
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