Família

Cris Guerra abre o coração: “Eu aprendi a fazer as coisas sozinha, saber estar feliz assim”

Cris Guerra enfrentou uma das piores dores e alegria da vida ao mesmo tempo - Bruno Marçal
Bruno Marçal

Publicado em 01/01/2019, às 15h18 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h39 por Jennifer Detlinger, Editora de digital | Filha de Lucila e Paulo


Francisco chegou de surpresa para salvar sua mãe, Cris Guerra, do vazio da perda de seu companheiro. Cada um do seu jeito, mas sempre juntos, com afeto e se espelhando um no outro, eles aprendem todos os dias sobre o amor, a vida e o companheirismo.

Encarar a maternidade não é fácil. Seja qual for a situação, mulheres se tornam mães na intuição – cada uma do seu jeito. Tem mãe que gera, que adota, que é de criação, que é casada ou solo. Cris Guerra é escritora, nossa embaixadora e colunista, palestrante, mas seu maior e melhor posto é ser mãe (e pai) de Francisco, de 11 anos.

E quem conhece Cris sabe que sua bravura não fica apenas no nome. Durante seu primeiro casamento, ela planejou e engravidou duas vezes, mas teve abortos espontâneos seguidos, num intervalo de dez meses. “Eu sempre quis ser mãe, mas acabei desistindo de planejar uma gravidez. Foi muito sofrido passar por tudo isso, então eu achei que ser mãe não era pra mim”, conta.

Ela acabou se divorciando e o que era uma amizade entre colegas de trabalho, virou amor. Depois de um tempo, a surpresa: Cris estava grávida. E apesar de não ter sido planejado, o casal estava muito feliz com a chegada do bebê.

A gestação correu bem, mas quando estava no auge do 7º mês, ela perdeu o companheiro, Guilherme, que teve uma morte súbita. A medida que um partia, o outro chegava. E foi em meio ao mix de sentimentos de perda, saudade, medo e superação, que ela deu à luz e encontrou forças para criar Francisco, que é a personificação do amor que cura – e que ela colhe todos os dias.

Apesar de nunca esconder a ausência do pai, foi aos 3 anos, quando Fran começou a frequentar a escola, que reparou que não tinha a figura paterna em casa. Quando questionada, Cris foi bem franca.

“Acho que por eu ter respondido na lata, papo reto mesmo, ele sempre encarou com tranquilidade os fatos da vida dele. É um pouco frustrante toda essa situação, do pai dele não estar aqui, deles não se conhecerem. Mas eu aprendi a colocar esse sentimento no lugar e não deixar atrapalhar o resto”, ela conta.

Francisco é um menino doce, sereno e observador. Durante a nossa conversa com a mãe, ouviu tudo com atenção e acrescentou comentários quando achou necessário. E essa postura madura é resultado de toda dedicação e amor que Cris depositou na sua educação.

“Acho muito importante e ensinei ele a gostar de si mesmo, estar satisfeito com quem ele é. Além disso, ele está desenvolvendo empatia, ele tem esse afeto com o próximo”. E como em qualquer outra relação madura, Cris não é a única que ensina: “Eu aprendo muito com ele! Sobre discrição, educação… Ele me ensina a ser uma pessoa melhor, sem dúvidas”.

No começo não foi nada fácil lidar com um recém-nascido e ter uma rede de apoio fez toda a diferença. Por não ter mais a presença dos pais, ela contava com o auxílio de uma funcionária para os afazeres da casa e uma enfermeira nos primeiros 3 meses de Francisco.

Depois, por conta da rotina agitada, as babás passaram a ocupar o posto. “Ficou complicado quando comecei a dar palestras e viajar bastante. Ele precisava ficar na casa de outras pessoas, porque as babás não passavam a noite em casa”.

Coincidência ou não, foi nessa mesma época que Zenilda, carinhosamente apelidada de Zezê, que já tinha cuidado do menino quando bebê, ligou para Cris procurando por recomendação de emprego. “Ela cuida de tudo, é como se fosse mãe de nós dois. É meu braço direito e me dá tranquilidade para viajar”.

E mesmo com ela passando a semana na casa, Francisco é superindependente e tem suas (pequenas) obrigações – como repor ração e água do casal de gatos, Gigi e Ginger, e colocar a mesa do almoço.

O apartamento da família é pequeno, mas fica em um bairro tranquilo, próximo de uma praça e pertinho
da escola – o que facilita a rotina, já que ele vai à aula, ao basquete e ao inglês a pé. “Fran tem essa autonomia, é responsável. Ele tem uma vida muito parecida com a minha. Eu aprendi a fazer as coisas sozinha e isso é positivo, apreciar a solitude, saber estar feliz sozinho”.

Sempre por perto

Francisco tem sorriso tímido e olhar doce que revela muito bem sua personalidade: um menino amoroso, educado e tranquilo. Apesar das suas atividades extracurriculares, o que ele mais gosta de fazer é ficar em casa – seja jogando videogame com os amigos, vendo TV ou aproveitando um tempo com a mãe. Como Cris trabalha em casa, quando não está viajando, está sempre por perto. “A gente tem essa coisa de coexistir mesmo não fazendo a mesma coisa.

Gostamos de ficar perto um do outro. E isso não foi uma coisa que a gente conseguiu de uma hora pra outra, foi um aprendizado”. Enquanto ela lê um livro no sofá, por exemplo, ele chega e se acomoda no seu colo. Assim mesmo, em silêncio, sem a necessidade de falar alguma coisa, apenas de estar por perto e sentir a presença um do outro.

Mas, não se engane, apesar das individualidades, essa dupla tem muitos momentos bem grudados. “O sofá é nosso território. Gostamos muito de ficar juntinhos. Aos fins de semana cozinhamos juntos e adoramos fazer bolo. A gente se diverte!”.

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