Família

Que história! Mulher conhece namorado 12 anos depois de dar à luz uma filha dele

Jéssica e Alice viajam juntas - Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal

Publicado em 04/01/2019, às 13h01 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h38 por Redação Pais&Filhos


Jéssica e Alice viajam juntas (Foto: Arquivo Pessoal)

Jessica Share sempre sonhou em ter quatro filhos com a namorada, os nomes estavam até escolhidos. Em 2005, realizaram o grande sonho e tiveram a primeira menina: Alice.

As únicas lésbicasconhecidas por elas, que também eram mães, tinham dado à luz quando ainda estavam em um relacionamento heterossexual, já as duas, tiveram que começar do zero. Optaram pelainseminação artificial, mas não tinham muita ideia de como encontrar um doador.

A namorada de Jéssica chegou a sugerir que o cunhado fosse e ele foi, inclusive, receptivo, mas como os tribunais americanos costumam dar o direito à custódia ao pai biólogico, mesmo que doador, elas desistiram da ideia de ter alguém conhecido.

Quando encontraram um banco de esperma, onde os doadores eram completamente anônimos e assinavam um termo impedindo-os legalmente de pedir a custódia das crianças que ajudaram a conceber, não pensaram duas vezes.

Na época, Jéssica estava escrevendo as teses de doutorado em casa, então ficou decidido que ela seria a primeira a ficar grávida. Então, começou a procura para escolher o doador. Elas queriam alguém que se parecesse com a companheira: estatura e pesos medianos, cabelos castanhos ondulados, que tinha estudado literatura e que gostasse de esportes.

“O doador listou sua profissão como escritor, músico e taxista. Minha esposa e eu imaginamos romanticamente que ele estava se recusando a aceitar um trabalho burocrático, e em vez disso, estava coletando histórias de passageiros que pegavam seu táxi, se preparando para escrever “o grande romance americano” contou ela à BBC.

A empresa entregava as amostras diretamente em casa, o que era muito prático.

Jéssica e Alice viajam juntas (Foto: Arquivo Pessoal)

“Engravidar em casa era fascinante – uma experiência científica doméstica que eu levei a sério. Os espermatozoides fornecidos vêm aninhados em um tanque de nitrogênio líquido de quase 1 metro de altura com uma etiqueta para devolução no dia seguinte” relembrou.

Sete meses depois, ela estava grávida de Alice. E a família não poderia estar mais feliz! A história do doador foi praticamente esquecida, elas achavam que jamais iriam conhecê-lo. A esposa, na época, era hostil à deixar a filha conhecê-lo. Na opinião dela, o que formava uma família eram os laços e não o DNA.

Mas a ideia de que a especificidade do DNA não importava, foi por água abaixo. As duas concordaram que Alice era tão perfeita que a irmã merecia os mesmos genes. Encomendaram então o esperma do mesmo doador e repetiram todo o procedimento, dessa vez, na esposa.

Quando a filha mais velha tinha 18 meses, a caçula nasceu. “Ambas compartilhavam muitas características em comum. Sabendo como minha esposa e eu éramos na infância, virou um passatempo divertido distinguir as características que só as meninas tinham: as duas eram extraordinariamente altas, e não de estatura mediana, como o doador afirmava ser. Ambas tinham bocas longas e finas, nariz pequeno, olhos vibrantes que pareciam esmeraldas debaixo d’água e vocabulários impecáveis”, contou Jéssica.

Apesar de não haver conflitos entre a família, quando a menina tinha 3 anos, a esposa de Jéssica pediu divórcio e não quis conversar muito sobre o assunto. No inicio, optaram por guarda compartilhada, mas depois de 7 anos, a ex-mulher cortou contato por telefone com Alice e se recusou a devolver  a irmã mais nova.

Até hoje, a filha passa os dias sonhando com a irmã com quem foi criada e tem medo de nunca mais voltar a vê-la.

Jéssica e Alice conhecem Aaron, o doador (Foto: Arquivo Pessoal)

“Alice sabe mais profundamente que a maioria das crianças que uma família não é formada apenas geneticamente, tampouco pelo ato isolado de criar uma criança. A criação não fez sua mãe ficar. E embora a genética fosse um pequeno pedaço do que foi sua família por uma década, também parecia ser uma parte sem importância de quem ela era”.

Mas a menina passou a se perguntar de onde vieram seus ancestrais e queria saber qual era sua herança genética. Por isso, quando tinha 11 anos, pediu um kit de teste de DNA para sua avó de Natal.

Os resultados chegaram 2 meses depois: “Aaron Long: 50%. Pai.””Bryce Gallo: 25%. Meio-irmão”

“Há vários Aaron Longs no mundo, então, tive de me empenhar para achar “aquele”. Procurei pistas em uma rede socialprofissional. Apertava os olhos para examinar cada Aaron Long que aparecia, me perguntando se reconheceria o doador imediatamente… Descobri um cara de Seattle com esse nome. O perfiltinha fotos dele na escola ao longo de diferentes anos. Não havia dúvida. Minhas filhas fazem aquela mesma cara de bobo.”

“Oi Aaron, eu tenho duas filhas que são compatíveis com você (minha ex está com minha filha mais nova; ela não está na base do site de testes de DNA). Se você estiver interessado em trocar fotos de família etc., estamos disponíveis.”, escreveu Jéssica em uma mensagem no site.

Os dois acabaram ficando amigos na rede social e Aaron enviou uma história completa contando tudo sobre a sua vida. Ela também conversou com Bryce, filho dele, que contou que havia encontrado Madi, uma meia-irmã de 19 anos. Nessa busca, Jéssica descobriu que as meninas eram as número 7 e 8.

Alice sentia muita falta da irmã, então não estava tão animada para escrever aos parentes de DNA, mas foi convencida a fazer.

Depois de alguns meses, os irmãos resolveram visitar Aaron em Seattle e Alice estava curiosa para conhecê-los, então Jéssica concordou em deixa-la fazer parte de reunião.

“Aaron organizou uma festa para a qual convidou vários colegas, amigos de escola e de faculdade. Suas ex-namoradas com seus novos parceiros e filhos também foram convidadas. Todos acampariam no terraço e celebrariam o encontro com seus filhos biológicos. Eu logo vi que Aaron não tinha um único amigo que não seria bem-vindo de volta ao seu círculo”, relembrou com carinho.

Jéssica e Alice conhecem Aaron, o doador e os irmãos (Foto: Arquivo Pessoal)

Coincidentemente, Jéssica namorava um Aaron. Durante as férias, o doador chegou a flertar com a mãe dizendo  “que tinha havido uma confusão no Departamento de Namorados.”

Ela tinha consciência da importância dele para Alice e não queria estragar tudo, mas quando o seu relacionamento acabou, ela passou a se questionar se a pessoa que era importante para a filha, também poderia se encaixar na sua. “A gentileza de Aaron e a boa relação com suas ex-namoradas me convenceram de que seria seguro dar uma chance.”

Durante o primeiro encontro, ela passou inteiro falando sobre as meninas. Ela já o conhecia e sabia que era muito parecido com as pessoas que mais ama no mundo. “Ele era familiar em vários aspectos. Tem o mesmo sorriso e cor da minha filha mais nova. Sua empatia e socialidade? Da minha mais velha.”

É difícil dizer se o DNA desempenhou um papel no nosso relacionamento. Eu sei que me sinto atraída por Aaron por todas as razões que me pareceram maravilhosas quando o escolhi em um catálogo de doadores de esperma anos atrás.

“Ele é atencioso, persistente e estudioso. É apaixonado pelas palavras. É compreensivo, versado em histórias sobre pessoas e as coisas estranhas que elas às vezes fazem. Não se importa muito com o que é esperado dele. Costuma tocar sua própria música. No seu próprio ritmo. Às vezes, usando um turbante.”

Jéssica e a filha se mudaram para a cooperativa de Aaron em 2017. Madi, filha dele que morava na costa leste, também foi viver com elas na primavera e a mãe do atual namorado também se mudou, junto com o gato,  Bill.

“Ao formar uma família por diferentes caminhos ao longo dos anos, aprendi mais sobre o significado de família do que qualquer pessoa gostaria. O DNA se tornou muito mais importante do que quando escolhi pela primeira vez um doador em um site, mas ainda não superou a crença de que as famílias são construídas pelo amor, não pelos genes.”

Aaron calcula que podem haver até 67 filhos dele espalhados pelos Estados Unidos. “O prédio pode acabar ficando pequeno para acomodar todos eles, mas eu tenho sanduíches e as portas estão abertas.”, falou Jéssica carinhosa.

Alice e Aaron, o doador (Foto: Arquivo Pessoal)

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