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Grávidas expostas à inseticidas têm mais chance de ter bebê com autismo

Exposição a inseticida na gravidez aumenta risco de autismo em bebês - iStock
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Publicado em 31/08/2018, às 12h43 por Gabrielle Molento, Filha de Claudia e Pedro


Um estudo publicado pelo American Journal of Psychiatry sugere que um pesticida chamado DDT, que foi o primeiro da era moderna, pode atravessar a placenta e aumentar os riscos de um bebê desenvolver Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)Esse produto tornou-se bastante conhecido por ser usado na 2ª Guerra Mundial para controlar doenças como a malária na Europa e no Pacífico Sul.

Alguns efeitos colaterais da substância já haviam sido descobertos, como tremores, convulsões, náusea e câncer, ainda mais se as pessoas foram expostas a grandes concentrações. No entanto, essa nova pesquisa conseguiu estabelecer uma relação concreta do DDT com o autismo.

Segundo os pesquisadores, quanto maior o nível de pesticida no sangue das grávidas, mais alta a probabilidade dos bebês apresentarem o transtorno – que atinge mais ou menos 150 mil pessoas por ano no Brasil. A equipe também explicou que esse aumento dos riscos é uma combinação de fatores:  a exposição pré-natal à toxina do DDT, fatores genéticos e ambientais.

Pesquisas anteriores

Em pesquisas anteriores já havia sido determinado que o DDT e os bifenilos policlorados (PCBs) – utilizados para diversos fins, como lubrificantes hidráulicos, tintas, adesivos, entre outros – estão ligados ao câncer e que podem afetar o desenvolvimento do cérebro e a compreensão de informações no início da infância. Porém, a maior parte dessas pesquisas levou em conta apenas a exposição das crianças a um local contaminado e não mediu diretamente os níveis das substâncias no sangue das mulheres grávidas no período de gestação.

Assim, a equipe da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos decidiu adotar uma nova estratégia e recorreu a um banco de dados biológicos na Finlândia, que coletou e armazenou, desde 1983, amostras de soro do sangue de mulheres grávidas. As amostras pertenciam a  mais de um milhão de mulheres que tiveram bebês entre os anos 1987 e 2005. Os registros de saúde das crianças que nasceram com autismo também foram utilizados.

Perigo do DDT

A equipe se baseou no produtos produzidos depois que o corpo processa DDT e PCBs para chegar aos resultados. No caso do PCBs não foram encontradas relações com o autismo. Porém, os pesquisadores descobriram que as mães com altas concentrações de diclorodifenildicloroetileno (DDE), que é o subproduto do DDT, no sangue tinham 32% mais risco de ter um filho que poderia desenvolver autismo. Eles também revelaram que a probabilidade de uma criança autista apresentar deficiência intelectual também é duas vezes maior em mães com níveis elevados de DDT.

A conclusão foi alcançada depois de encontrar aproximadamente 1.300 crianças diagnosticadas com autismo dentre os filhos cujas mães participaram do estudo; 778 pares de mães e filhos foram comparados à mesma quantidade de crianças (e mães) sem o diagnóstico. “Nas mulheres grávidas, as substâncias químicas são repassadas para o feto em desenvolvimento. Juntamente com fatores genéticos e ambientais, nossas descobertas sugerem que a exposição pré-natal à toxina do DDT pode ser um gatilho para o autismo”, explicou Alan S. Brown, principal autor do estudo, ao Daily Mail Online.

Embora a análise tenha se mostrado significativa, Brown alerta que a associação não é uma confirmação de causa.

Outros estudos

Outro estudo norte-americano também havia mostrado que, com o aumento das exposições a substânciasquímicas, as taxas de doenças aumentaram, particularmente as que afetam crianças, como asma, câncer infantil, autismo e TDAH. Ele também havia comprovado que substâncias químicas e disruptores endócrinos (ou DEs) são agora encontrados em praticamente todos nós. 

Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças local identificou níveis detectáveis de BPA em 93% das pessoas testadas e Ftalatos em pelo menos 75% da população. “Esses químicos não estavam presentes na maioria dos produtos há 40 anos atrás” conta o assessor da ParentsPhilip J. Landrigan, professor de pediatria na Escola de Medicina Monte Sinai, em Nova York,  e diretor do Centro de Saúde Ambiental Infantil da cidade norte-americana. “Agora, estão em nossos corpos e nós não entendemos ainda todos os efeitos que eles podem causar na nossa saúde porque nenhuma outra geração foi exposta”.

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