Publicado em 22/10/2013, às 18h09 - Atualizado em 28/09/2022, às 15h02 por Redação Pais&Filhos
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 33 mil crianças são cegas no Brasil, sendo que 40% dos casos poderiam ter sido evitados ou tratados. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, o olho se desenvolve até a idade de 6 anos. Por isso, qualquer obstáculo neste período pode causar danos irreparáveis. O problema é que um levantamento feito pelo hospital com 37 mil crianças mostra que 70% das crianças com idade entre 7 e 10 anos nunca foi ao oftalmologista.
O médico afirma que uma das principais causas da cegueira infantil é a falta de diagnóstico de doenças sistêmicas contraídas pela mãe durante a gravidez que podem desencadear doenças oculares no bebê, tais como rubéola, sífilis ou toxoplasmose congênitas.
As principais doenças na visão conseqüentes são: catarata, glaucoma, retinoblastoma (tumor na retina). Vacinas e orientação às gestantes sobre a descontaminação de alimentos ainda são as melhores formas de prevenir.
O especialista destaca que as doenças oculares congênitas podem ser diagnosticadas logo que o bebê nasce pelo teste do olhinho. O exame, embora rápido e barato, é obrigatório em poucos estados. No teste, o médico focaliza a luz de um oftalmoscópio, aquele instrumento que parece uma pequena lanterna, em cada olho do bebê a uma distância de 30 cm. Se a luz for contínua indica que o olho é sadio. Se for descontínua sinaliza doença congênita. O oftalmologista explica que a catarata em crianças é uma emergência médica porque a opacificação do cristalino em crianças impede o bom desenvolvimento do olho. Pelo mesmo motivo, o glaucoma infantil também deve ser operado antes que cause danos irreparáveis ao nervo óptico. Já o retinoblastoma, pode colocar a vida do bebê em risco caso não seja tratado logo no início.
O estrabismo, que é o desalinhamento dos olhos, pode ser diagnosticado a partir dos seis primeiros meses de vida. “Em crianças com desvio ocular, o cérebro anula a visão do olho desalinhado e só o outro olho se desenvolve. Por isso, o estrabismo é uma importante causa da ambliopia, ou ‘olho preguiçoso’, maior causa de cegueira monocular em crianças”, afirma Queiroz Neto.
O desvio do olho pode ser causado por miopia, hipermetropia ou musculatura ocular assimétrica. O médico diz que o tratamento pode incluir a oclusão do olho de melhor visão (ou seja, a criança vai usar tampão) para forçar o desenvolvimento do outro, uso de óculos, exercícios ortopédicos ou cirurgia. Algumas crianças não permanecem com o olho torto o tempo todo. Para checar o estrabismo em casa a dica do médico é fazer o teste de Hirschberg. Consiste em acender uma lanterna e dirigir um facho suave de luz para os olhos da criança. Se o reflexo da luz da lanterna cair simultaneamente bem no centro da pupila dos dois olhos significa que a criança não é estrábica. Caso contrário, deve consultar um oftalmologista.
O médico Leôncio afirma que os sinais de problemas visuais variam conforme a faixa etária. Os principais são:
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