Família

Um cuidado mais humano: os benefícios da medicina antroposófica para a saúde do seu filho

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Publicado em 14/12/2018, às 15h57 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h23 por Jennifer Detlinger, Editora de digital | Filha de Lucila e Paulo


Sabemos que é difícil não sofrer junto com os filhos quando eles ficam doentes. E nem sempre o colo de mãe é o único remédio — é preciso também confiar na medicina. Mas além dos tratamentos convencionais, existem outras especialidades médicas, como a medicina antroposófica, que ganham cada vez mais adeptas, principalmente no Brasil.  

Diferentemente do que muita gente pensa, tanto a homeopatia como a antroposofia são complementares à medicina tradicional, ou seja, pediatras tradicionais muitas vezes optam por se especializar nessas outras linhas por endossarem a eficácia de seus benefícios, mas sem abandonar o conhecimento tradicional nem a utilização de seus medicamentos quando necessário. 

Com raízes na Antroposofia, abordagem que propõe uma visão ampliada da vida, considerando as dimensões da alma e do espírito, a medicina antroposófica enxerga o paciente como um todo e não analisa apenas uma parte do bebê e da criança ou sua doença. “Os principais problemas pediátricos de hoje são muito diferentes daqueles do século XX. Ansiedade, transtornos de déficit de atenção, ataques de pânico, insônia, alergias, intolerância alimentar e asma são os principais tópicos em nossas clínicas. Muitos destes problemas não podem ser administrados apenas por uma pílula”, explica o pediatra alemão Dr. Georg Soldner, autor do livro Individual Pediatrics, em entrevista exclusiva à Pais&Filhos, a convite da Weleda.

(Foto: Divulgação)
Dr. Georg Soldner é pediatra e autor do livro “Individual Pediatrics (Foto: Divulgação)

Segundo o especialista, em tempos atuais, precisamos de uma abordagem mais holística e integradora, incluindo a educação dos pais, com boas estratégias de prevenção e tratamentos baseados em recursos naturais. “A pediatria individual, integrativa e holística pode contribuir tanto para a prevenção como para o tratamento eficaz dos problemas médicos específicos do século XXI e melhorar a qualidade de vida das crianças e das famílias”, defende.

O melhor de dois mundos

O Brasil é o segundo país do mundo em números de médicos antroposóficos, atrás apenas da Alemanha. Por aqui, mais de 300 profissionais já foram certificados pela Associação Brasileira de Medicina Antroposófica (ABMA). Criada pela holandesa Ita Wegman no começo do século XX, a medicina antroposófica parte de um conceito que busca compreender e tratar o ser humano considerando a sua vida emocional, sua individualidade e a sua relação com a natureza. A procura pela medicina antroposófica no Brasil, especialmente no tratamento de crianças, vem aumentando com o movimento de busca por uma vida mais saudável, natural e com qualidade. Os médicos antroposóficos buscam ampliar sua compreensão sobre o ser humano, valorizando a individualidade de cada paciente e sua interação com a natureza, na saúde e na doença.

“A medicina antroposófica baseia-se na ciência e na medicina modernas, aceita e integra o conhecimento terapêutico e os métodos científicos, por exemplo, na pesquisa clínica, e, por outro lado, baseia-se em um conhecimento holístico e espiritual. Usamos os mesmos diagnósticos de médicos e terapeutas convencionais, mas estendemos nosso diagnóstico em relação ao potencial de vida, ao desenvolvimento emocional, às relações sociais e à personalidade individual e única do paciente”, explica Georg.

Prevenir antes de remediar

Segundo Georg, a medicina no futuro será mais holística e mais pró-ativa do que reativa: “Prevenir doenças é geralmente preferível a tratamentos caros e potencialmente arriscados. Os nossos conceitos são capazes de contribuir para uma prevenção relevante de doenças crônicas e frequentes nas sociedades civis modernas. As recomendações de estilo de vida em Pediatria Integrativa podem incluir ritmo, reduzir o uso de mídia digital, preparar alimentos orgânicos na própria cozinha em vez de comprar muitos alimentos processados industrialmente, mais atividade na natureza, criatividade e atividade artística, tempo para descansar, para meditação e para cuidar de uma boa conexão com os outros”.

O especialista também fez um alerta sobre o uso de precoce de smartphones e dispositivos digitais por crianças. “As crianças pequenas estão progredindo em seu desenvolvimento, usando todos os seus sentidos e imitando seu ambiente humano, especialmente as atividades de seus próprios pais. As telas oferecem apenas visão em duas dimensões, sem cheiro – o que é muito importante para a atenção em crianças pequenas – sem gosto, sem experiência diferenciada de toque, resistência e peso. As telas paralisam o movimento de crianças (e adultos), o que contribui para a obesidade, além de observarmos atrasos no desenvolvimento motor, do equilíbrio corporal e especialmente do desenvolvimento da fala – as crianças não conseguem aprender a língua ativa pela TV ou pela mídia digital, apenas em contato direto com outros seres humanos. TV e mídia digital são um tipo de treinamentos em déficit de atenção, oferecendo novos estímulos em alta frequência, o que impossibilita a concentração em uma única atividade ou objeto. O uso de mídia digital reduz o desenvolvimento de empatia. Não há evidências científicas para qualquer melhoria do desenvolvimento das crianças pela TV ou pela mídia digital. Isso é notável em uma época em que se exige evidência científica, por exemplo, para fazer uso de chá de camomila em crianças. Mas para tablets, smartphones e telas de TV, nenhuma evidência é necessária. Por último, não menos importante, enfrentamos uma epidemia de miopia mundial – que pode ter severas conseqüências para 30% das pessoas na velhice – desencadeada pelo uso crescente de mídia digital, por um lado, e uma redução da liberdade de movimento na natureza em até 90% nas últimas décadas, como tem sido demonstrado no Reino Unido, desde 1970”.

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