Publicado em 28/03/2019, às 07h52 por Isabella Zacharias, Filha de Aldenisa e Carlos
Taís e Roberta Bento são mãe e filha, embaixadoras da Pais&Filhos, e fundadoras do site SOS Educação. Dessa vez, elas falaram sobre a importância da criança aprender com o convívio social.
Querer ser o primeiro da fila, o ajudante da sala ou escolhido para uma atividade não é problema. Então tudo bem se seu filho não gostar mais da escola quando esses desejos não se realizarem? Não! Aí é que mora o perigo.
Muitas vezes os pais vão pedir que o professor atenda aos anseios daquele aluno para que ele se interesse em ir para a escola. Entra aqui a importância da parceria entre escola e família.
Muito mais do que as letras, números ou outros conteúdos, é esse tipo de aprendizado que a escola vai trazer para seu filho: habilidades de convívio social. Mas a escola sozinha não vai poder ajudar a criança se a família entrar em confronto com a professora ou com outros pais toda vez que o filho for contrariado.
Quando seu filho chegar contando que não pôde ser o primeiro da fila, entenda como um pedido de ajuda: “Mãe, você pode me ajudar a conviver em grupo?”. Quando ele disser que não quer ir para a escola porque a professora não o escolheu para uma determinada atividade, ele está pedindo: “Pai, você pode me ajudar a ter segurança e autoestima o suficiente para não precisar ser o foco da atenção o tempo todo?”.
E como você pode fazer isso? Trazendo jogos de tabuleiro para o dia a dia. Retomando momentos de diversão em família, apresentando o dominó e cartas de baralho para seu filho. Além de ser uma alternativa aos jogos eletrônicos, há vários elementos positivos presentes em atividades simples como essas.
Família reunida ao redor de um mesmo foco, o elemento da competição em dose adequada, rodadas que não são muito longas e, especialmente, oportunidade para que crianças e adolescentes desenvolvam paciência, capacidade de concentração e aprendam a lidar com a frustração de não ganhar sempre.
Sem contar as habilidades de raciocínio lógico, estratégias e formação de memórias que serão a base para o aprendizado formal, na escola. A dica para os pais é ser o exemplo: reserve esse tempo para seu filho, sem outras distrações.
Nos jogos, você ganha algumas vezes. Ele ganha outras vezes. Mas não dê tanta importância para a vitória. Demonstre estar feliz só pelo tempo que brincaram juntos. Não deixe a casa toda preparada para seu filho. Peça ajuda. Ele não precisa ser o primeiro a ser servido sempre.
Invertam os papéis dentro da família de vez em quando. Participar e estar envolvido ao invés de ser sempre servido são os melhores caminhos para responder ao pedido de socorro que seu filho está mandando em forma de protesto!
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