Publicado em 30/06/2021, às 15h33 - Atualizado em 12/04/2023, às 14h25 por Andressa Simonini, Editora-executiva | Filha de Branca Helena e Igor
Em um dos editoriais que escrevi na revista esse ano, comentei que precisava mostrar para você as mulheres incríveis (algumas delas mães, outras filhas) que trabalham na equipe. Para começar essa série de entrevistas, escolhi a Andrea Caruso , que é mãe de Adriana, tem 49 anos, formada em administração e é gerente comercial, circulação e marketing da Pais&Filhos há 15 anos. A história dela mostra um caminho de luta, mas cheia de superação e leveza. Ela se separou poucos meses após o nascimento da filha e enfrentou as dificuldades da maternidade solo equilibrada à vida profissional e pessoal – e só foi possível graças à rede de apoio. Andrea prova na prática o que é ser uma mãezona! (eu acho ela o máximo!)
ANDREA CARUSO: Sou eu e um irmão que é casado e mora aqui pertinho (cidade de São Paulo). Ele é dois anos e meio mais velho do que eu e tem dois filhos, um menino de 15 anos e uma menina de 9.
AC: Acho que eu ia querer estar casada! (risos). Eu tinha essa expectativa de ter uma família, e eu sempre pensei em ser mãe. Eu queria ter um monte de filhos. Mas, com a idade, decidi parar no primeiro.
AC: Eu casei tarde – com 37 anos – e achei que eu tinha casado pra ficar casada, e ali eu ia construir uma família. Só que durou pouquinho (risos). Eu acabei me separando quando a Adriana tinha 4 meses.
AC: Não. Nós dois erramos e eu sei exatamente onde eu errei. Aprendi com os meus erros. Acho que eu poderia ter sido mais tolerante.
AC: Não, em nenhum momento passou isso – em nenhum momento eu achei que eu ia parar de trabalhar. Mas, hoje, eu entendo quem para. Porque eu acho que se você não tem uma rede de apoio enorme, você não dá conta – e você tem que fazer sua rede de apoio. E como eu sempre tive apoio, nunca pensei em parar.
AC: Bom, quando eu me separei com um bebê de 4 meses eu não pensei duas vezes – eu dei um passo para trás e voltei para a casa dos meus pais. E foi a melhor coisa que eu fiz, pra poder dar conta de poder ter minha vida, continuar trabalhando, senão eu não ia conseguir.
AC: Eu tinha uma criança de 4 meses que eu não podia parar – porque ela era um bebê! E eu já tinha voltado a trabalhar, então essa foi uma roda que não parou de girar. Eu fui começar a sair, ter vida, pensar um pouco em mim, depois de uns dois anos – e esses primeiros dois anos foram bem difíceis.
AC: Do lado financeiro, até a Adriana ter uns 4 anos, ele bancava 100%. Mas de um dia para o outro ele decidiu que não ia bancar mais e hoje a gente divide as contas. Do lado pessoal, como pai, quando eu me separei ela tinha 4 meses. Então quando a gente foi no juiz tinha toda uma escala de dias e horários. Era algo tipo: pode pegar de 15 em 15 dias, 4 horas por dia, e isso iria aumentando a frequência conforme ela fosse crescendo. Daí eu virei para ele e falei: “Se você for vê-la de 15 em 15 dias, você não vai se conectar com ela”. Então eu sugeri dele pegar a Adriana todo sábado e passar o dia. E foi assim no primeiro ano: ele passava o sábado com ela, e eu ficava o domingo, e foi lindo! Quando ela fez 2 anos e meio ela começou a ir dormir com ele (porque antes ela não dormia na casa dele). E assim nós construímos toda uma escala: dormiu uma noite, depois de 6 meses começou a dormir duas noites, e assim foi. Eu fui preparando ela, pra poder dar certo.
AC: Eu pensei muito nela. Sempre penso que é bom demais ter um pai, ter avó de todos os lados, então eu sempre pensei nela. As minhas diferenças com ele nunca interferiram, nem do lado dele também. Hoje ele é casado de novo, tem uma outra família, e ela gosta da madrasta – e eu incentivo a gostar. Porque já que aconteceu dele se casar de novo, para a minha filha é melhor que ela goste mesmo.
AC: Eu não me considero amiga dele. Ele é o pai da minha filha. Então eu não peço uma ajuda, não me considero amiga. É uma relação política mesmo. Eu falo com a minha ex-sogra, por exemplo, mas eu não conto com ela.
AC: Eles dois são a minha principal! A relação que a Adriana tem com meu pai é de filha – é impressionante. Já com a minha mãe nem tanto, porque tem a minha presença, então é diferente a relação que ela tem com a minha mãe e com o meu pai. Eles dois são meu principal apoio, mas eu tenho funcionária para ela, e eu tenho uma rede muito grande: tenho tia que me apoia; eu mesma tenho avó até hoje; meu irmão me apoia… E eu sempre tive isso. Por exemplo, se meus pais estão viajando no final de semana e eu preciso de alguma coisa, tenho para quem ligar.
AC: Todo dia no almoço eu ligo em casa – mesmo que eu não fale com ela, eu ligo para saber como estão as coisas. Mas, sim: quem dá o grosso da criação são meus pais. Tipo assim, os pequenos detalhes, sabe? Como segurar o talher, essas coisas…
AC: Sim, sim! É uma ginástica (risos). Saio correndo do trabalho, chego em casa, dou o jantar e estudo com ela, e é uma correria pra mim. Eu abri um pouco do lado da minha vida, pelo menos nesses primeiros anos. Pode ser que daqui a pouco as coisas entrem num outro ritmo e melhore. Mas, sim, eu tenho que acompanhar.
AC: Bom, primeiro que é o momento que eu tenho com ela. Então eu saio correndo do trabalho e volto porque eu venho jantar com ela. Ela é criança, e criança janta cedo. A Dri é uma criança que nunca dormiu cedo, porque eu não chego cedo. Esse horário à noite é o momento que eu brinco com ela e a gente se conecta.
AC: Sim, super, ela é um grudinho! Agora nesse período de pandemia que não tem tanta aula, nem tanta atividade extracurricular, ela tá indo dormir super cedo e eu tô deixando. Mas esse é mesmo o nosso momento, tanto que ela ainda estuda de tarde porque se eu colocar ela para estudar de manhã nos não vamos ter esse tempo juntas.
AC: Exatamente! Eu tô segurando ela estudar à tarde porque é o tempo que eu tenho com ela de noite, se não eu não ia ter.
AC: Eu acho que as empresas não falam de jeito nenhum que não estão preparadas – tem muitas empresas que já mudaram e que realmente estão preparadas e que até dão força para as mulheres serem mães. Mas acho que as empresas esperam que essa maternidade não vá interferir na produtividade da funcionária. É aquilo que eu disse no começo: para isso acontecer, é preciso ter uma rede de apoio, e que seja grande.
AC: De jeito nenhum, nunca pensei. Mas vou bater de novo na mesma tecla: eu tenho quem ajude. E assim, ainda tem um outro lado: a Adriana é uma criança saudável, que nunca teve nada que implicasse ainda mais a minha agenda. Se fosse uma outra criança, eu não sei se daria conta. Hoje, na minha realidade, eu nunca pensei em parar.
AC: Para elas respirarem, que tem luz no fim do túnel! (risos). As coisas vão se acomodando, você vai se organizando: tem muita luz no fim do túnel, tem vida após a separação, e as coisas vão se acomodando.
AC: Quando eu me separei eu tinha 2 anos e meio de casada, uma criança de 4 meses, e as coisas foram se acomodando e fui percebendo que eu dava conta, e é aí que acho que tem luz no fim do túnel: você vai voltar a ter vida. Porque na hora que acontece parece que passou um caminhão por cima de você. Mas não, as coisas vão se acomodando e você enxerga que tem vida e que você vai namorar de novo. Então, tem luz – você vai se refazer!
AC: Eu não acho que eu brinque tanto, viu? Porque eu não acho que eu tenho toda essa paciência para brincar, eu tenho muito mais paciência para fazer programa (que agora na pandemia não tá tendo muito), mas levar a criança ao teatro, essas coisas eu faço muito melhor do que brincar. Porque assim, no fim do dia tô cansada…
AC: Essa de brincar nem tanto, mas a culpa de ter pouca paciência eu carrego. Eu não tenho culpa de trabalhar fora, de ter feito cesariana… Pra isso eu não tenho culpa nenhuma, mas tenho culpa por achar que eu perco a paciência rápido com ela. E geralmente é porque eu tô cansada, estressada, e irritada.
AC: Xi… Tem noite aqui que parece hospício! (risos). E aí mesmo depois de um pequeno desentendimento eu chamo ela de novo pra brincar. Às vezes quando ela erra, ela que me chama – porque criança é assim, fica 5 minutos emburrada e passa!
AC: Não. Porque eu sou séria, eu sou muito preocupada, e não levo a vida com leveza.
AC: Aprendi que preciso pensar um pouquinho mais em mim. Porque a Adriana tá crescendo, e eu preciso parar agora e pensar em mim – e aprender a relaxar um pouco mais, não me preocupar tanto. Eu sou super preocupada, tanto com a minha vida pessoal, quanto quando acontece alguma coisa no trabalho, não sou uma pessoa que desencana.
AC: Que ela seja feliz, do jeito que for! Porque eu acho que essa geração vem de uma maneira diferente, ela enxerga o mundo de uma maneira diferente. Ela é pequena, mas esse negócio de homem com homem, mulher com mulher, por exemplo, para essa geração é normal. Então eu acho que ela tem que ser feliz, do jeito que ela se encontrar. Terão outras profissões, e eu terei que ter a mente aberta: de repente ela vira passeadora de cachorro e isso é legal! (risos).
AC: Exatamente! Por exemplo, pra mim o legal é ser médico, advogado. E eu acho que isso quando ela for adulta não vai ser mais assim, de repente não vai ser legal.
AC: Família é tudo para mim, e quero ter uma família ainda.
AC: Bom, tenho. Uma família de um lado diferente, mas eu quero namorar.
AC: Exatamente! Eu brinco que eu tenho mais 50 anos pela frente, então eu vou encontrar alguém! Eu cheguei na metade da vida e tenho mais 50 pela frente!
AC: Ela não pode pensar que ela não vai conseguir! Ela vai conseguir, ela vai organizar a vida dela de outra maneira e ela vai conseguir tocar. Ela vai ser feliz, independente do companheiro dela ou não, ela tem que se organizar para tocar a vida dela, para ser feliz! Eu quero um companheiro, mas não é empecilho para ser feliz.
AC: Valores de família, que eu considero muito importante. É tudo igualzinho, é uma repetição. Então valores cristãos (que é a nossa religião), valores de família, de respeito, responsabilidade. É igualzinho foi comigo e o meu irmão.
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