Menina de 11 anos sofre ataque racista de professor: “Ela chegou em casa chorando”

Uma criança, filha de Rosângela Figueiredo, uma comerciante de Belo Horizonte, sofreu um ataque racista na própria escola. A garota de apenas 11 anos tinha o hábito de ir para a escola de cabelo preso, no entanto, na última quarta-feira, 14 de setembro, ela decidiu ir de cabelo solto, mostrando os cachos.

Segundo o G1, a mãe estava se arrumando para trabalhar quando elogiou a filha. No entanto, na escola não foi desse jeito. Durante a aula de história o professor perguntou se a garota não poderia prender o cabelo e que ela estava ‘parecendo louca’. Conforme o relato, a garota começou a chorar pelo comentário do professor, afinal, ela estava contente de ter ido daquela forma.

A mãe atendeu o portal G1 por telefone e contou que não foi somente um ataque para a filha, mas para toda a família. “Minha filha chegou em mim chorando, nas tias e na madrinha. Eu fui na escola no dia seguinte, na quinta-feira, 15 de setembro, para saber o que seria feito. Para nossa surpresa, foram alheios à nossa situação”.

Rosângela ainda conta que a vice-diretora disse que se ela não estivesse se sentindo bem, procurasse outra escola. A menina também conta que foi ameaçada pelo professor. O homem falou para ela que iria bater nela “para que chorasse direito”. Após todo o ocorrido, a mãe foi até a Polícia Civil e abriu um registro contra a escola, onde os oficiais vão apurar os fatos.

A Secretaria Estadual de Educação deu um parecer em que diz repudiar atitudes discriminatórias e preconceituosas. Irá ocorrer uma inspeção na escola neste dia, 19 de setembro.

Nota da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais:

“A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) repudia quaisquer atitudes, condutas e manifestações de discriminação, preconceito e racismo. A escola é um espaço sociocultural que deve respeitar e, sobretudo, discutir amplamente a diversidade étnica que compõe o nosso Estado. A pasta realiza constantemente a política estadual de promoção da equidade racial nas escolas, por meio do Programa de Convivência Democrática, onde as escolas são orientadas a não negligenciar qualquer ato viole o direito das nossas crianças e jovens. A SEE/MG informa que segue apurando os fatos. A Superintendência Regional de Ensino Metropolitana B, responsável pela unidade, enviará na próxima segunda-feira (19/9) uma equipe de inspeção escolar para apurar os fatos e ainda uma equipe multidisciplinar para proceder com os encaminhamentos necessários, desde o acolhimento à estudante e sua família, reorientação à equipe da escola e ainda adoção das medidas administrativas cabíveis.”

Assista ao POD&tudo, o podcast da Pais&Filhos, com BETHO FERS E ERICK SILVA