Bebês

É você que quer, não ele!

Imagem É você que quer, não ele!

Publicado em 05/09/2012, às 07h00 - Atualizado em 24/06/2015, às 11h50 por Redação Pais&Filhos


Depois que Sofia nasceu, a atriz Natalia Belotti mal saiu de casa, durante os três primeiros meses. Com várias restrições em relação a passeios, Natalia quis esperar a filha ficar um pouquinho maior, para desentocar. Quando ela estava com 5 meses, a ansiedade da mãe para mostrar o mundo lá fora era tão grande, que programou um passeio especial. Foram até um Hotel Fazenda, em Atibaia. A expectativa era alta. Natalia queria ver a filha brincando com os animais. Mas, chegando lá, Sofia ficou com medo e chorou. Os pais, frustrados, tentaram insistir na interação, o que só piorou as coisas. Com 10 meses, Sofia começou a mostrar interesse pelos bichinhos na rua. “A nossa ansiedade quis antecipar uma fase, que é a da descoberta. Percebi que os bebês demonstram exatamente em que fase estão”, explica Natalia.

Assim como Natalia, a psicóloga Ana Carolina Vargas, mãe de Luiza, esperou até um ano e 8 meses para levar a filha ao teatro, achando que seria o momento ideal. Escolheu a peça com cuidado e comprou os ingressos com antecedência. Só que a vida com criança pequena é imprevisível. No dia do passeio, Luiza não quis dormir de manhã e acabou dormindo logo depois do almoço, no carro, a caminho do teatro. Chegou dormindo e acordou já dentro da sala, no início do espetáculo, estranhando o lugar e a falação, e chorou.

“Ficamos um tempão fora do teatro. Voltamos quando o espetáculo já estava quase no fim, mas ela acabou gostando e falou muito tempo sobre o jacaré”, lembra.

Para a terapeuta familiar e psicopedagoga Nívea Maria de Carvalho Fabrício, mãe de Vanessa e Sidney, se o filho não quiser fazer o programa, apesar da alta expectativa dos pais, vale pesar se é a hora de insistir ou não. “Se esta criança, normalmente, não se recusa a fazer programas e esta resistência é atípica, então é importante saber as causas deste não querer. Ela pode estar com medo, andar muito triste ou estar cansada”, completa.

Mesmo que a ansiedade dos pais seja grande, não devemos falar sobre um programa com crianças pequenas com muita antecedência, como a festinha de aniversário. Sua noção de tempo ainda não está plenamente desenvolvida e falar, por exemplo, de uma ida ao parque daqui a 10 dias pode gerar ansiedade. Além disso, a frustração se o programa for cancelado pode ser muito mais intensa.

Imprevistos podem acontecer, sim, e podem até ser bons. “Será uma boa oportunidade para trabalhar, com tolerância, a frustração, mostrando  a realidade de que, nem sempre, as coisas acontecem como o programado, mas mesmo assim, é possível se divertir”, adverte Nivea.

Assim fez a estilista Lia Zuk, mãe do Pedro. Ao chegar no GameWorld, que na propaganda parecia ser para garotos na faixa dos 11 aos 16 anos, viu que só tinha homens na faixa dos 20 anos. Quando eles saíram, viram que o jardim botânico era na frente do evento e resolveram ir até lá. “Ele curtiu conhecer um lugar diferente, ver uma estufa e era um lugar organizado, que tinha uma comida básica deliciosa que qualquer criança come”, lembra.

Escolha coletiva

Foi conversando com o filho que Lia achou o programa ideal para todo fim de semana com sol: andar de skate. “Tenho 30 anos e nunca tinha andado de skate, então o Pedro me disse que queria aprender a andar. Comprei um para mim e me joguei. Foi a melhor coisa que já fiz pra ele, nunca o vi tão feliz”, vibra Lia.

Para a pedagoga Katia Keiko Matunaga, mãe de João Pedro, o ideal é escolher junto com os filhos o que querem fazer. “É nessa escolha que passamos alguns valores para nossos filhos: ir ao teatro, cinema, ver apresentações, musicais, dança, circo, visitar exposições ou museus. Cada família vai compartilhar seu repertório pessoal”, diz Katia. “Pequenas coisas também podem ser programas muito enriquecedores, como andar de metrô, ir a um parque, passear em uma feira livre”, completa.

Outro aspecto importante a ser levado em conta são os interesses individuais de cada criança. Segundo a psicopedagoga Paula Virgínia Viana Cantos, mãe de Laura e Liz, devemos pesar o que cada um gosta de fazer, que atividades faz com mais entusiasmo, suas habilidades específicas, se joga bem futebol, se escreve bem, se gosta de ouvir histórias, se vive desenhando, se vê muita TV.

Além disso, também vale a pena considerar a demanda do momento: a criança está manifestando medo do escuro e dificuldade para dormir, então não é o momento de levá-la para assistir a um filme do “Senhor dos Anéis”, por exemplo. Pensar nestas questões ajuda a escolher o programa mais adequado para se divertir com a criança.

Mundo da fantasia

Como o filho sempre foi um adorador do Mickey, a empresária Priscilla Cleto Marques, mãe de Diogo, não podia imaginar que ele se assustaria ao ver o seu boneco favorito andando pelas ruas da Disney. Priscilla foi pela primeira vez para lá quando tinha 6 anos. Repetiu o programa várias vezes e pensava que, quando tivesse um filho, faria questão de levá-lo e tirar fotos nos mesmos lugares em que ela tinha tirado, e que ele adoraria. Quando Diogo fez um ano, ela começou a planejar todos os detalhes da viagem e, quando ele fez um ano e 2 meses, lá foram eles.

“Planejava tirar fotos dele com o Pateta, Mickey, Pluto, mas ele ficou completamente assustado com todos os personagens e não queria chegar perto de nenhum deles. Na única foto em que conseguimos chegar mais perto do Pateta, ele está com uma cara de espanto, querendo fugir”, lembra Priscilla. Para aproveitar a viagem, ela resolveu levá-lo na xícara-maluca e no passeio pelo ‘It’s a small world’, que ele amou. “Fomos umas cinco vezes”, lembra.

“Agora o passeio para curtir os personagens da Disney vai ficar para quando ele estiver um pouco maior”, conta.

Segundo a psicóloga cognitiva Luciane Gonzalez Valle, mãe de Beatriz, a melhor idade para irem para a Disney depende da paciência e da coragem dos pais. “A criança se divertirá igualmente no litoral, próximo às suas casas, na casa da vovó ou em outro país, mas se ela tiver medo do Buzz Lightyear ou da Bruxa Malvada, o melhor é ir à praia”, diz Luciane.

Mas a psicóloga ressalta que é a partir dos 3 anos, quando a imaginação está em seu ápice, que a criança começa a ter muito medo de bruxas, monstros, escuro, Papai Noel etc. “Não adianta dizer que eles não existem porque, nesta idade, todos esses tipos de medos tornam-se reais e lógicos na mente da criança. Respeite o medo dela, ele faz parte da experiência infantil, embora ela ainda não esteja preparada emocionalmente para enfrentá-lo”, explica.

“Os pais devem sempre aceitar e nunca negar o que a criança manifesta. Na situação de recusa da atividade acolha-a e compreenda-a, seja companheiro, nunca force o enfrentamento”, diz Luciane. Algumas formas de lidar com o medo infantil são: falar sobre ele em situações afetivas e seguras para a criança, encontrar um método prático para enfrentar a situação junto com ela, compartilhar a sua vivência da infância, usar histórias que ilustrem a situação e explorar o tema. “Posso garantir que, independentemente do programa, o que a criança precisa é de amor, muito amor, segurança e rotina; o resto é acessório”, completa.

Antes de fazer um programa que você sempre sonhou em fazer com seu filho, pare e pense. Pode ser muito legal para você, mas nem tanto para ele. Observar seus gostos e interesses é o melhor começo para saber para onde ir.

NA IDADE CERTA
Para a terapeuta familiar e psicopedagoga, Nívea Maria de Carvalho Fabrício, mãe de Vanessa e Sidney, vale a pena saber os estímulos certos para cada idade.

0 – 2 anos
Hora de aprender e desenvolver habilidades motoras, afetivas e sensoriais básicas. As atividades que aguçam os sentidos – com sons, cores e formas variadas, são as mais indicadas.

2 – 5 anos
Hora da descoberta do corpo e dos primeiros contatos sociais efetivos. As brincadeiras têm objetos mais estruturados: bonecas, carrinhos  e atividades que estimulem o “faz de conta”.

5 a 7 anos
Atividades mais estruturadas em termos de regras e interação social, jogos com regras básicas.

Consultoria: Katia Keiko Matunaga, mãe de João Pedro, é pedagoga. Luciane Gonzalez Valle, mãe de Beatriz, é psicóloga cognitiva. Mariana Della Barba, mão de Theo e Liz, é jornalista e autora do livro “São Paulo com Crianças – turismo, cultura e diversão na maior cidade do Brasil”. Nívea Maria de Carvalho Fabrício, mãe de Vanessa e Sidney, é terapeuta familiar e psicopedagoga. Paula Virgínia Viana Cantos, mãe de Laura e Liz, é psicopedagoga.


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