Peito classe A
Estudo defende que o leite materno aumenta chances de subir na pirâmide social
Bebês que foram amamentados pela mãe têm maior probabilidade de ascensão social quando adultos, sugere um estudo da Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha. Quanto mais tempo uma criança é amamentada pela mãe, maior a sua chance de subir na pirâmide social, de acordo com os resultados.
Segundo a pesquisa, em famílias em que uma criança foi amamentada pela mãe e um irmão foi alimentado com mamadeira, ainda foi verificada uma diferença nas chances de mobilidade social – o bebê que mamou do peito da mãe tinha uma chance 16% maior de subir de classe.
Nas análises, os pesquisadores perceberam que, entre os que foram amamentados com o leite materno, havia uma probabilidade 41% maior de subir de classe social do que aqueles que receberam mamadeira.
Uma das explicações para tal efeito, segundo os especialistas, pode ser a presença dos chamados ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa (LCPUFA), que são essenciais ao desenvolvimento do cérebro. No entanto, estudos anteriores indicaram que aqueles ácidos só por si não melhoram o desenvolvimento cognitivo.
Além de todos os benefícios conhecidos, os autores também defendem que o aleitamento materno pode ter impacto sobre o estresse: pessoas amamentadas indicam menos sinais de estresse.
Mas ainda falta uma resposta: se o que é mais benéfico para a criança são os nutrientes do leite materno ou se o que realmente importa é contato físico e a ligação entre a mãe que amamenta e o seu filho, ou, ainda, uma combinação dos dois.
O estudo
Os pesquisadores analisaram dados de mais de 30 mil pessoas nascidas no Reino Unido, 17.419 em 1958 e 16.771 em 1970, comparando a sua classe social quando tinham 10 ou 11 anos e 33 ou 34 e se tinham ou não sido amamentados.
A classe social foi classificada numa escala de quatro pontos, variando entre não-qualificado ou semiqualificado e profissional ou administrativo/diretivo, segundo a agência France Presse.
No grupo de 1958, 68% das pessoas tinham sido amamentadas, em comparação com apenas 36% no grupo de 1970, indica o estudo, cujos autores dizem ser o maior até agora a investigar a relação entre a amamentação e a mobilidade social. Os investigadores recolheram informação por meio de um acompanhamento regular, com um intervalo de poucos anos.