Publicado em 30/08/2023, às 06h48 por Taís e Roberta Bento
Enquanto vivemos as dores e delícias de ter um filho pequeno, fica difícil imaginar que um dia vamos sentir saudades de momentos tão desafiadores. Cada fase, contudo, passa em um piscar de olhos. Ficam para trás os dias de alegria pelos primeiros passos, de tristeza pelos primeiros tombos, de cansaço pelas noites mal dormidas e de estresse pelas notas da escola. Enquanto estamos vivendo tudo isso, é quase impossível imaginar o filho já adulto, independente e seguindo a própria vida com ideias, valores e escolhas diferentes das que imaginamos.
Quando os filhos ainda são pequenos, oscilamos entre a ilusão de que o crescimento vai demorar e o desejo de que passe logo para que possamos descansar. Algumas vinte e quatro horas parecem durar oitenta, e alguns trinta dias parecem durar apenas horas. Tudo depende do que estamos enfrentando no momento. Filho doente, noites eternas. Filhos tranquilos e sorridentes, um piscar de olhos e lá se foram aqueles momentos.
O planejamento e organização das festas de aniversários que, nos primeiros anos, ocupam nosso pensamento por meses e depois, durante a adolescência, roubam nossas noites de sono. A fase de adaptação na Educação Infantil, recheada de culpa e lágrimas, que logo se transforma na ansiedade pela prova do Enem e escolha da faculdade. Assim eles vão crescendo, em um mundo sem botão de pausa.
Quando menos esperamos, vem a saudade daquela dor de barriga que nos manteve acordados a noite toda. Vem uma vontade enorme de sentir novamente aqueles bracinhos ao redor do nosso pescoço, na cama em finais de semana preguiçosos. Sem que nos demos conta de onde foi parar aquela criança, começa a temporada das dores que beijo de mãe já não cura, das dúvidas que resposta de adulto algum alivia.
Já não temos mais como proteger nossa cria das maldades do mundo. Ver aquele ser frágil enfrentar cada uma das tempestades que são dele e sair mais forte, apesar de ferido, traz aquela mistura de lágrima e sorriso. Como dói ver um filho crescer. Mas como é gratificante ver um adulto nascer ali, diante dos nossos olhos.
Quando você menos espera, ali vem seu filho, estendendo as mãos para, desta vez, dar segurança e apoio a quem sempre o conduziu: “Calma, mãe, vai ficar tudo bem”, diz aquela voz madura. Qual é o mês do ano, aí na sua casa, que faz você cair na real em relação à história de vida que vocês já escreveram juntos, enquanto pais e filhos?
Por aqui, junho é o mês de lembrar que o tempo voou. Olhando para esse milagre que nasceu do seu ventre, resta erguer as mãos para o céu e agradecer a honra de ser sua mãe. Feliz aniversário, minha filha. Que venham mais e mais junhos lindos como você e cheios de amor, como seus olhos!
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