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O tempo da velhice experimentado pela juventude

Imagem O tempo da velhice experimentado pela juventude

Publicado em 06/01/2014, às 22h00 por Tatiana Schunck


Ela demorou cerca de três minutos para subir a escada estreita enquanto iluminava o caminho com a luz do seu celular. Sua avó de 80 anos ia na frente, devagar, cautelosa e num tempo ainda desconhecido para a neta adolescente. Eu estava deitada numa cama que ficava entre os quartos, num corredor largo. Já estava deitada e podia observar minha filha postiça, minha bastardinha como a chamo gentilmente, escolher cuidar de sua avó. Coisa que não é tão legal para quem está de olho na vida e só quer pular.

A avó subiu a escada, abriu sua mala que também estava no corredor e não no quarto (para não acordar o filho de um ano e nove meses que já dormia no quarto), a neta iluminava com a luz potente do celular a escolha lenta da avó pelo pijama daquela noite. A avó escolheu o pijama e se colocou a caminhar até o banheiro quase em frente ao quarto, a neta iluminou com determinação o espaço até o banheiro, depois foi acompanhando com o celular o movimento da avó fechando a porta para se trocar.

Eu ali, em silêncio comovido pelo tempo oposto das duas, mas que tinham de conversar criando um único tempo que fazia caber as diferenças. Enquanto a avó se trocava dentro do banheiro, a neta aproveitou para ver suas mensagens no aparelho, ficou ali em pé em frente à porta, pronta para retomar com sua missão de colocar a avó para dormir. A avó saiu do banheiro e caminhou devagar mesmo até o quarto e, finalmente, até sua cama. Eu via a filha neta se movimentar atrás da avó com a luz que dava a chance de algo ser visto, de uma cama ser encontrada e de um bom sono ser conquistado, cheio de cuidado e de segurança.

A avó dormiu num tempo bem mais rápido que o tempo de sua locomoção. A neta certificou-se desse acontecimento com seus grandes olhos do coração e colocou-se a caminho da noite que ainda a esperava acordada. Passou pelo corredor, desceu a escada de volta à sala e guardou o celular no bolso. Uma coisa é ver o tempo diferente, geralmente mais lento de uma pessoa com 80 anos, outra coisa é experimentá-lo como quem não pode fazer diferente. Dormi cheia de satisfação, com o meu coração discretamente emocionado e, depois, pensei: será que foi o pai quem mandou a filha acompanhar a avó? Amanhã eu pergunto…


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