Publicado em 27/07/2021, às 15h58 - Atualizado às 17h22 por Cinthia Jardim, filha de Luzinete e Marco
Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ampliou a recomendação do uso do Tivicay (dolutegravir 50mg), um medicamento usado para o tratamento de HIV. Antes, o remédio era indicado apenas para pessoas com HIV acima de 12 anos, com peso superior a 40kg. Hoje, ele traz esperança no tratamento pediátrico no Brasil, podendo ser usado a partir dos seis anos, com peso superior a 20kg.
“A aprovação de uma nova opção de tratamento para crianças com HIV é extremamente importante. Ela amplia o arsenal terapêutico das crianças. Historicamente, o número de opções terapêuticas para as crianças vivendo com HIV é menor do que para os adultos. Então, depois da aprovação, existe um lapso de tempo do início do uso de uma medicação nos adultos até que a indicação para as crianças aconteça. Essa ampliação de arsenal terapêutico traz sim mais esperança, porque crianças tem opções limitadas”, comemora o Dr. Rafael Maciel, gerente médico da GSK/ViiV Healthcare, pai de Lara.
A partir do tratamento antirretroviral, foi possível notar uma diminuição da mortalidade e morbidade de crianças pelo HIV. Mas, apesar das taxas e novas infecções terem diminuído, o grupo ainda continua suscetível à doença. De acordo com dados divulgados pela UNAIDS, em 2020, cerca de 1,8 milhão de crianças entre 0 e 14 anos vivem com HIV. Já a UNICEF mostrou que, em 2019, 320 mil crianças e adolescentes foram infectados com HIV e cerca de 110 mil crianças morreram de AIDS, em todo o mundo.
No Brasil, os números também preocupam. Segundo um Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, do Ministério da Saúde, na faixa etária de crianças de 2 a 11 anos que vivem com HIV, foi possível notar um aumento de 14% no início tardio ou não início do tratamento com antirretroviral quando comparado os anos de 2009 e 2020.
Para o Dr. Rafael Maciel, o HIV pediátrico ainda tem seus desafios e merece muito cuidado: “Se formos olhar os números de transmissão e de crianças vivendo com HIV, podemos notar que, nos últimos anos, houve uma melhoria dos índices. O número de transmissões verticais do HIV e das crianças que adquirem HIV muito precocemente, vem diminuindo, inclusive com alguns municípios brasileiros com status de controle da transmissão vertical. Essas notícias devem ser celebradas. Esses resultados vêm do uso massivo de testagem do HIV durante o pré-natal e em conjunto com o tratamento dessas gestantes que vivem com HIV, e consequentemente, a queda na transmissão vertical e na quantidade de crianças vivendo com HIV. Mas, mesmo assim, os desafios permanecem e são muitos. O problema não foi eliminado, as transmissões verticais ainda existem. É importante ampliar a prevenção da transmissão vertical, os cuidados durante a amamentação, e os cuidados com essas crianças que já estão com o vírus, que precisam ser diagnosticas, ter tratamento contínuo e controle da doença, e que após o início do tratamento, tenham um segmento adequado para garantir uma boa adesão.”
O antirretroviral Dolutegravir 50 mg é considerado um dos mais modernos para o tratamento do vírus da Aids e tem apresentado taxas bastante significativas. Além disso, ele possui um menor risco de descontinuação pelo seu uso e eventos adversos.
Segundo o especialista, o tratamento, tanto para crianças como para adultos, funciona a partir da combinação de medicamentos que compõem a terapia antirretroviral. “Os medicamentos agem reduzindo e inibindo a replicação do vírus HIV, e reduzindo a carga viral – que é a quantidade de vírus no sangue dessa criança, que é medido por um exame, que se chama ‘carga viral’. Quando alcançamos o controle da replicação viral com o uso das medicações, é um marcador muito importante do ponto de vista clínico, porque essa criança vai ter menos chances de adoecer, vai melhorar sua imunidade, no final do dia não vai ter sintomas, vai conseguir ter uma vida plena. Ou seja, com a doença controlada, ela vai exercer todas as suas atividades de forma saudável como qualquer outra criança”, explica.
Assim como todos os medicamentos, o Dolutegravir (composto do Tivicay) tem alguns efeitos colaterais possíveis que são descritos em bula, de acordo com o Dr. Rafael Maciel. O Brasil já tem uma grande experiência em farmacovigilância nos adultos, no acompanhamento dos efeitos colaterais dessas medicações antirretrovirais e a taxa de efeitos colaterais é baixa. A minoria dos pacientes apresenta efeitos colaterais durante a vida e, quando aparecem, são muitos parecidos com os sintomas apresentados na prescrição médica da bula. Mas é importante salientar que a ampliação vai envolver uma população diferente, que vai começar a usar essa medicação aqui no Brasil, então é importante que qualquer sintoma ou efeito adverso, seja tornado do conhecimento do médico que está tratando essa criança que vive com HIV”.
Além disso, é importante analisar se o sintoma do efeito colateral é ou não causado pelo medicamento. “E se julgar necessário, irá passar o relato desse evento adverso para as autoridades regulatórias. Na GSK também temos canais de atendimento próprios, tanto para profissionais de saúde quanto para pacientes que estão usando as nossas medicações, para termos conhecimento sobre qualquer evento adverso relacionado aos nossos medicamentos”.
Após a aprovação da Anvisa, o gerente médico da GSK/ViiV Healthcare considera uma conquista no tratamento das milhares de crianças com HIV. “Qualquer medicação nova que seja aprovada para as crianças tem potencial de melhora. Especificamente sobre Tivicay, é uma medicação de uma classe amplamente recomendada pelos protocolos internacionais e que já está em uso para o tratamento de adultos que vivem com HIV no Brasil. O objetivo de tudo isso é que a criança tenha acesso a uma nova opção terapêutica e possa controlar sua doença ou, se for uma substituição de medicação, que possa melhorar a sua qualidade de vida, além do controle da carga viral”, conclui.
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