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Vai na tua: abraçar seu instinto é tema do 16º Seminário Internacional Pais&Filhos

Vai na tua: mais sobre o tema do 16º Seminário Internacional Pais&Filhos - Foto: Getty Images
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Publicado em 21/11/2023, às 18h23 por Yulia Serra, Editora | Filha de Suzimar e Leopoldo


Sabe aquela famosa frase: quem sabe faz ao vivo? Toda mãe e todo pai - que mergulham nesse papel - entendem bem essa questão. Na hora do choro incessante que nada faz parar, das noites mal dormidas, do brócolis que insiste em ser recusado, de se despedir dos filhos antes de sair para o trabalho… Com certeza, você tem na memória algum momento em que os livros de maternidade não foram suficientes, nem os inúmeros cursos, tampouco as dicas dos avós e tios que já passaram por isso e você precisou recorrer a seu instinto. Eu sei, é inexplicável. Nem você lembra como teve aquela ideia e muito provavelmente se acontecesse em outro momento, a ideia poderia ser outra. Você simplesmente não pensou muito, só foi. E pasme: funcionou!

Nem você acredita que deu certo? Pois é, a intuição é algo poderoso. No dicionário, essa palavra é definida como “forma de conhecimento inconsciente” ou “capacidade de prever, de adivinhar um evento futuro; pressentimento”, já instinto surge como “impulso interior que faz um animal executar inconscientemente atos adequados às necessidades de sobrevivência própria, da sua espécie ou da sua prole”. Fato é que esse sentimento nos moveu e nos move até os dias de hoje. Ele vem de dentro, sem explicação, sem razão, é sobre sensação, vínculo, feeling. Pensando na imensidão desses sentimentos e no impacto deles na vida das famílias, escolhemos falar sobre eles no 16º Seminário Internacional Pais&Filhos.

De dentro pra fora

“Vai na tua” esse é o tema escolhido para a 16ª edição do evento. Afinal você precisa confiar na sua intuição. Para Silvia Lobo, psicanalista, psicóloga, socióloga, mãe de Adriana, Suzana e Maurício,  uma das palestrantes do evento, isso implica em “poder olhar para dentro de si e, diante de uma situação nova, ainda não experimentada, se ver inclinado em uma tomada de posição”. A especialista ainda brinca: “Não é infalível no acerto, não traz garantias mas, muitas vezes, no improviso, na imediatez dá certo!”. 

Vai na tua
Faltam menos de 10 dias para o 16º Seminário Internacional Pais&Filhos - Vai na tua (Foto: Shutterstock)

Apesar de parecer aleatória, Silvia garante: “A entrega intuitiva não saiu de qualquer jeito, do descaso ou de qualquer lugar, saiu do afeto, foi feita com amor” e esse amor é fundamental para a base e construção de qualquer vínculo, uma vez que a maternidade é acompanhada de diversos outros sentimentos que podem sobrecarregar a mãe. Priscilla Montes, que estará na mesa-redonda do Seminário, é educadora parental, advogada e influenciadora digital, mãe de Gael e afirma que se sentiu sobrecarregada inúmeras vezes: “Acredito que essa é a palavra que mais nos acompanha na maternidade”. 

A influenciadora completa que isso se deu não pela falta de apoio, mas pela dificuldade em aceitar apoio: “Eu me levava ao limite e isso me deixou até doente”. Ela precisou chegar nesse ponto para hoje entender e defender a importância do autocuidado que se expande para o cuidado com o filho: “Agarro meu instinto para cuidar do meu filho, e meus estudos e conhecimentos para educá-lo, mas sem dúvida confiar e acreditar no meu processo é meu maior aprendizado diário”. 

Escute mais você e menos os outros

Priscilla não está sozinha nessa, como aponta Luana Safire, Educadora, idealizadora do projeto “Ébano Brasil” de combate ao racismo, mãe de Gabriel, outro nome confirmado na mesa-redonda. “Ser mãe solo é ser sobrecarregada de diversas formas, pois a responsabilidade na criação é dobrada. E diante disso, também nos deparamos com os danos emocionais que são desencadeados em nossos filhos, com o abandono paternal. Então, por muitas vezes eu queria dormir, eu queria chorar, eu queria sumir em situações de esgotamento emocional, mas por ele eu encontrei limites ao qual eu não conhecia”, desabafa. 

Luana ainda aponta que toda mãe já passou por situações constrangedoras e ouviu perguntas desconfortáveis. Embora a educadora não dá abertura ou liberdade para esse tipo de comentário, às vezes, é inevitável, mas ela não se cala. “Qualquer outra pessoa - que não minha mãe e minha irmã, seja parente, amigo, conhecido ou desconhecido que queira dar ‘pitaco’ ou fazer perguntas ‘desnecessárias’ sobre a minha forma de materna, eu respondo de forma firme, objetiva, direta, às vezes ríspida, e lembrando a pessoa sobre o quão importante é respeitar a intimidade de uma mãe, independente de ser solo ou não”. 

Essa consciência e construção nem sempre é fácil, como faz questão de expor Luana: “Ser uma mãe multifacetada, independente de ser solo ou não, é extremamente desgastante, pois além de mãe, trabalhamos, estudamos, realizamos outras ações extras, e isso requer uma força que às vezes percebemos que não temos todos os dias”. E vamos combinar, você não precisa ter. Afinal, seu filho não precisa de mais de você além da mãe possível. Os erros vão se tornar pequenos diante das memórias criadas quando você constrói esse vínculo e, então, se permite seguir seu instinto. 

É sempre tempo de mudar

Por isso, Beto Bigatti, publicitário, escritor, embaixador e colunista da Pais&Filhos, pai de Gianluca e Stefano, que mais uma vez estará nos comandos do podcast do Seminário, reforça: “Pai tem instinto. Pai é gente. E gente tem capacidades absurdas de sentir. Desde que se permita. O instinto sempre foi ligado à mulher. O que acaba sendo uma injustiça com ela! Se ela já traz de fábrica o instinto de mãe, faz parecer que ela é obrigada a saber tudo e a assumir tudo o que diz respeito ao filho. E para o homem foi vedado o tal instinto. E assim ele acaba não se abrindo para perceber seu filho e aos poucos ir despertando o instinto que ele também tem. Instinto nasce do convívio. Brota quando tu conhece teu filho. Se você nunca está junto, se você não é responsável pelo cuidado, você estará afastado da possibilidade de sentir seu instinto”. 

Para isso, o nosso colunista entende que é fundamental se jogar no papel de pai e se declara: “A melhor parte de se jogar no papel de pai é descobrir uma nova vida. Uma vida em que você verdadeiramente importa para alguém e suas ações mudam o universo dessa pessoa. É entender que uma vida depende de ti, mas que na real é a tua vida que passa a fazer mais sentido depois dela. A melhor parte de se jogar no papel de pai é que, com o tempo, deixa de ser um papel e passa a ser sua essência. Você respira paternidade, você transpira afeto, você se transforma numa versão melhor de você mesmo”. 

Vai na tua Seminário Pais&Filhos
Confie no seu instinto: isso que iremos debater no 16º Seminário Internacional Pais&Filhos (Foto: Shutterstock)

É isso que justamente traz mais uma vez Marcos Piangers, jornalista, escritor do livro “O papai é pop”, colunista da Pais&Filhos e pai de Anitta e Aurora, para palestrar no 16º Seminário. Ele sempre frizou a necessidade dos pais se envolverem nos cuidados com os filhos e o quanto isso transforma não só a sua paternidade, mas você como homem e ser humano. Em outra participação no Seminário, o jornalista chegou a provocar o público: “Me perguntam, ‘como você consegue conversar com a sua filha de 17 anos?’ Eu sei conversar com minha filha de 17 anos porque eu converso com minha filha há 17 anos”. A paternidade não tem fórmula nem manual. É teste, é erro, é resiliência, é acerto, é aprendizado constante. 

Um brinde às tradições e aos novos costumes

“A chegada de uma criança é a chave de uma prisão que o homem pode abrir. Olhem para esse cara compaixão, esse garoto veio ao mundo bom”, completa Piangers. Foi assim que Humberto Baltar, educador antirracista, tradutor, palestrante TEDx, consultor étnico-racial e idealizador do coletivo Pais Pretos Presentes, presente no bate-papo do evento, encarou a chegada do filho Apolo. “Confiar na minha intuição é seguir a cardiografia do pensamento. Como nos ensina a ancestralidade africana, ‘pensar é um ato cardíaco’. Essa separação cartesiana da razão e da emoção como se não fôssemos uma unidade integral nos coloca em conflito com a nossa própria existência”, aponta. 

O educador ainda traz outro recorte sobre o instinto: “Todos temos instinto. No entanto, como o instinto de pessoas pretas, como eu, está conectado à raiz ancestral africana, além do meu filho, precisei também criar vínculo com a minha própria história, cultura e valores civilizatórios para desenvolver maior sensibilidade para ouvir, acolher e assimilar o que o instinto me diz” e acrescenta: “Por isso acredito que o antirracismo é insuficiente sem o letramento racial”. Já para Jang, palestrante e mentora especialista em comunicação familiar multicultural, mãe de Lotus e Lui, que também fará parte de um bate-papo do evento, o caminho foi quase o oposto. Crescendo em uma família tradicional taiwanesa ela precisou encontrar a própria forma de maternar. 

Se tivesse a oportunidade, ela gostaria de dizer para si mesma assim que se tornou mãe: “O segredo da maternidade está em se conhecer primeiro, em aceitar que somos humanas antes de sermos mães. Eu diria para abraçar os erros, pois são eles que nos ensinam a sermos melhores. Autoconhecimento é a luz que ilumina o caminho da maternidade”. Jang se diz hoje profundamente conectada com o instinto, mas enfatiza que nem sempre foi assim: “Foi preciso buscar, estudar, entender que o instinto materno não vem com um manual. Foi preciso me perder um pouco para me encontrar. Conhecer a mim mesma fez de mim uma mãe mais plena, para mim e para meus filhos. E essa jornada é uma viagem linda e transformadora”. 

Confia  

Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, Miguel e Maria Fernanda, que compartilha como encontrou forças para reconstruir a vida e se tornar mãe novamente após perder a primeira filha aos 5 anos, estará na mesa-redonda do Seminário. Ela afirma que se sente muito conectada com o instinto na maternidade, o que significa: “Acreditar no que meu coração, mente e alma estão sentindo e querendo me dizer” e completa: “Sou muito confiante sempre, então agarro com todas as forças meus instintos”. 

Cris Pàz, comunicadora, escritora e palestrante, uma das palestrantes do evento, reforça a importância de realmente agarrar esse sentimento, que tem um ar misterioso: “Alguma coisa te ensina que você sabe o que fazer. É muito louco porque na hora você sabe como agir”. Ela, que é mãe de Francisco, diz que sentiu isso na pele no exercício da maternidade. E depois de passar por isso, a especialista tem ainda mais certeza do poder desse sentimento na vida e na maternidade das mulheres. 

“A importância dos pais e mães irem na tua é a gente realmente entender essa conexão que nós sempre temos, que é maior com nós mesmos. A conexão que a gente tem conosco. E essa conexão é a intuição. Então, ir na sua é você entender que existe algo maior que você sabe, mas muitas vezes não sabe que sabe. E se você se desconecta dessa ligação consigo mesmo, você muitas vezes corre o risco de errar, porque não respeita esse esse saber interno”, explica. Para ela, essa conexão consigo mesma é a base para seguir em frente, mesmo com tantas opiniões alheias. Roberta e Taís Bento, mãe e filha, colunistas e embaixadoras da Pais&Filhos, fundadoras do SOS Educação, autoras do livro "Guia Para Família Parceira da Escola no Pós-pandemia", concordam com esse ponto. 

“O desenvolvimento saudável de nossos filhos é diretamente proporcional ao equilíbrio que os adultos responsáveis buscam tanto na vida pessoal quanto na educação dessas crianças. É impossível ter uma vida equilibrada, seja no aspecto emocional ou em qualquer outro campo, quando uma pessoa tenta corresponder a padrões ou tendências que outras pessoas tenham definido como importantes. Quando um pai/mãe vai ‘na dele/a’, a educação dos filhos se torna mais leve, com menos cobrança por perfeição”, afirmam as educadoras, que farão um bate-papo no evento justamente para mostrar como a parceria entre escola e pais é benéfica: “Ganha a escola, ganha a família, ganha o aluno e ganha a sociedade”. 

16º Seminário Internacional Pais&Filhos

Sim… Há muito para se discutir sobre parentalidade e intuição. Mães, levantem a mão quem já se sentiu pressionada a seguir algo dentro da maternidade. Parto normal, amamentação em livre demanda, cama compartilhada, alimentação orgânica, sem telas… É fundamental lembrar que no meio disso tudo e por trás do filho “perfeito” há uma mãe, que está sobrecarregada, perdida e muitas vezes insegura. Estamos encarando uma geração de supermães que carregam o peso de expectativas e cobranças diferentes das nossas mães e avós. 

E nesse caminho, mulheres estão desconectadas da própria intuição com medo de não ser a mãe perfeita. Mulheres que são elogiadas por todos enquanto cumprem uma expectativa irreal de maternidade, mas que se sentem mais sozinhas do que nunca. A maior verdade no meio de tanta informação e julgamento é que ninguém no mundo conhece seu filho melhor do que você. Não tenha medo de confiar no que você acha que é melhor para o sua vida e para o seu filho. E se der medo, vai com medo mesmo. Afinal, só você sabe da sua realidade. Te esperamos para o 16º Seminário Internacional Pais&Filhos - Vai na tua, dia 1º de dezembro, presencialmente, na Unibes Cultural, em São Paulo, para um dia com muito conteúdo e troca de experiências por meio de palestras, bate-papos e mesa-redonda. O evento ainda conta com a famosa sacola de brindes, sorteios, ativações, podcasts e muito mais. Jang Sinn deixa um recado para todos: “Ir ao "Vai na tua" não é só sobre aprender a ser uma mãe melhor, é sobre descobrir a própria essência. Somos todas diferentes, mas compartilhamos uma jornada única”.  

Essa é a programação que te espera no 16º Seminário Internacional Pais&Filhos - Vai na tua (Foto: Divulgação)

Programação do 16º Seminário

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Inscreva-se já no 16º Seminário Internacional Pais&Filhos (Foto: Divulgação)

16° Seminário Internacional Pais&Filhos

  • Data: 1° de dezembro de 2023
  • Horário: A partir das 9h (abertura dos portões)
  • Onde: Unibes Cultural

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