Publicado em 16/07/2023, às 12h04 por Marina Teodoro, Editora de digital | Filha de Ana Paula e Gilberto
Javier Zamora é um poeta que hoje, aos 29 anos, lançou um livro, “Solito”, para contar um trecho de sua história que marcou e traumatizou sua vida para sempre. Com apenas 9 anos de idade, ele deixou sua cidade natal, em El Salvador, para ir aos Estados Unidos encontrar seus pais.
A saga em busca dos pais de Zamora acontece porque, na época, seu pai havia fugido da guerra civil para o país, quando ele tinha um ano de idade, e quatro anos depois, sua mãe também fez o mesmo. Ele acaba ficando com os avós, que depois o encaminham para essa jornada.
No início, o avô acompanhou a criança até a Guatemala, mas depois disso, o menino precisou continuar sozinho, atravessar o México e o deserto de Sonora ao lado de outros migrantes que ele nunca havia visto antes.
O percurso, que deveria ter durado duas semanas, acabou levando 9 por causa de uma traição que o grupo sofreu. Nesse período, muitos dos migrantes foram presos, morreram, ou simplesmente desapareceram.
Em entrevista para a BBC News Mundo, Javier Zamora contou um pouco sobre como foi ser uma criança migrante e sozinha. Ao relembrar daquela época, ele conta que viveu três solidões. “A primeira foi crescer sem meus pais. Sem meu pai, que vai embora primeiro quando eu tenho 1 ano, e sem minha mãe, que o acompanha quando estou prestes a fazer 5 anos”.
“A segunda ocorre quando meu avô, que me acompanhou à Guatemala, volta para El Salvador, e me sinto muito só porque é a primeira vez na vida que não tenho algum conhecido perto de mim”, afirma.
“E a terceira é quando, depois de sobreviver com todos aqueles migrantes – principalmente Chino, Patricia e Carla, que se tornaram minha família – chegamos aos Estados Unidos e nos separamos. Eles vão embora, eu fico sem eles”, recorda.
Depois de muitos anos, ele decidiu escrever um livro sobre sua história (Foto: Reprodução/Instagram)Ele também fala que apesar de muitos problemas, o período que esteve com os migrantes não era apenas de sofrimento. “Não passávamos 24 horas sofrendo. Há também momentos de ternura, momentos engraçados, de pura alegria, ao comer, por exemplo, ao provar os tacos, e em muitas outras coisas que espero que tenham sido captadas no livro”.
Apesar de ser uma experiência traumática, Zamora não costumava acessar esse passado até decidir fazer o livro. “Foi uma experiência dura, mas escrevê-la no presente me ajudou a lembrar de muitas coisas, como o cheiro do mar misturado com gasolina e suor. Ou das tonturas e vômitos dos que foram comigo e como o vento nos devolvia o que eles vomitavam e ficávamos todos encharcados. Ou mesmo do homem que gritava porque tinha medo do mar e não sabia nadar e que me dava muito, muito medo, porque eu também não sabia nadar”. “Mas ver adultos tão cheios de medo me causou um grande horror, um terror que não se esquece, que te marca”, completa.
O livro acaba quando Zamora encontra seus pais, o que também foi uma experiência difícil e inesquecível para toda a família. “Para eles, o que aconteceu foi muito difícil. Meu pai diz que nunca vai esquecer o cheiro que eu tinha quando nos reencontramos. Ele chorou muito com isso. Ele leu o livro, mas minha mãe não passou do primeiro capítulo”.
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