Publicado em 10/12/2020, às 07h55 por Camila Montino, filha de Erinaide e José
A família que ia da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) para a casa, em Cascavel, a cerca de 500 quilômetros de Curitiba (PR). Por volta das 21 horas na última terça-feira, 08 de dezembro, os pais pediram o carro via aplicativo, ingressaram no veículo, rodaram cerca de três quadras até que o motorista pedisse para que eles deixassem o veículo devido ao choro da criança.
A mãe do menino, Marcele Cerdeira Vieira, de 36 anos, disse que tentou explicar ao motorista que o menino sofre com autismo, mas não houve diálogo. “Assim como qualquer pessoa, meu filho não estava em um dia bom. Estava agitado e teve uma crise, chorando muito. O motorista foi completamente grosso, falando com rispidez”, conta ao UOL.
Marcele ainda fez um desabafo sobre o que sentiu no momento em que o motorista expulsou a família do carrro.”É uma deficiência invisível. As pessoas julgam pela aparência, com um preconceito escancarado como foi nessa situação. Fiquei arrasada, triste, frustrada. Todo sentimento que uma mãe sentiria se passasse por algo assim com o seu filho”, disse.
Além de denunciar o motorista para o aplicativo, a mãe disse que irá registrar um boletim de ocorrência. “Vou dar continuidade. A minha bandeira é o autismo. Sou eu que sinto na pele o preconceito, de ter uma criança com uma condição especial. Vou fazer a minha parte”, afirmou.
A empresa confirma que baniu o motorista e mobilizou uma equipe para atender Marcele, além de se colocar à disposição para colaborar com as investigações da polícia. Segundo o aplicativo, há investimento contínuo para prevenir essas situações – inclusive uma plataforma de cursos para 100% dos motoristas com foco em diversidade e cidadania. “Temos uma comunicação clara sobre respeito e diversidade, principalmente no trato de quem precisa de assistência especial”, afirmou Pâmela Vaiano, diretora de comunicação da empresa.
“No caso do autismo, ele é invisível, por isso a importância de respeitar todas as pessoas, independentemente de sua condição. Também sou mãe, e os pais não controlam todos os comportamentos das crianças. Nós, como adultos, temos que controlar a situação e manter o melhor respeito possível”, diz Pâmela.
Após o ocorrido, a empresa do applicativo lançou o ‘Guia da Comunidade’, com o objetivo de promover respeito aos 20 milhões de passageiros e motoristas do aplicativo. “O guia vai sensibilizar as pessoas para as diferenças. Independentemente do que é visível, precisamos fomentar o respeito em primeiro lugar”, diz a diretora.
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