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Volta da coqueluche

Imagem Volta da coqueluche

Publicado em 28/08/2013, às 12h05 - Atualizado em 19/06/2015, às 15h40 por Redação Pais&Filhos


Pouco mais de um mês depois de nascer, em junho último, Balder, filho do milionário Eike Batista e de Flávia Sampaio, foi internado no CTI de um hospital carioca. O motivo: pneumonia decorrente de coqueluche (doença conhecida antigamente como tosse comprida). Assim que o bebê teve alta, a mãe fez questão de dar o recado nas redes sociais: “O que tivemos foi coqueluche! Eu peguei e passei para o meu filho. É importante se vacinar para prevenir esse grande trauma e sofrimento. Existem ainda diagnósticos errados ou tardios. Fique atento aos sintomas: tosse prolongada e falta de ar. Consulte seu médico e pediatra. Vacine-se! A minha já tinha vencido e a do Balder ainda não estava na época.” A vacina que estava vencida, no caso de Flávia, é a DTPa, ou tríplice bacteriana acelular para adultos, que protege também contra tétano e difteria. “Essa vacina é importante. A coqueluche tem voltado nos últimos anos e é muito grave em crianças pequenas, já os adultos são portadores assintomáticos, apresentam no máximo tosse seca e, às vezes, febre. Por isso, é comum os transmissores serem os pais.  Já os bebês desenvolvem uma infecção grave e tossem até perder a respiração”, conta o médico infectologista do Laboratório Fleury Jesse Reis, filho de Martha e Irão.

A boa notícia é que ela pode ser tomada na gravidez, sempre a partir da 20ª semana. Já a má notícia é que ela é oferecida para gestantes somente na rede privada. A dose custa, em média, R$ 180. Podem ser necessárias até três doses, e quem decide isso é o médico. O Ministério da Saúde irá vacinar grávidas gratuitamente somente a partir de 2014. A medida surgiu a partir de dados do órgão sobre os avanços da coqueluche no país (os casos passaram de 2.258 em 2011 para 4.453 em 2012). Dos registros no ano passado, 97% aconteceram em bebês menores de seis meses, idade em que a criança ainda não desenvolveu total proteção contra a doença (vale lembrar que o esquema de vacinação inicial é feito em três doses: a primeira aos 2 meses, a segunda, aos 4, e a terceira, aos 6 meses).  

Vale, na próxima consulta ao seu ginecologista, conversar sobre o assunto vacinação. A Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva publicou um relatório em novembro de 2008 no jornal Fertility and Sterility relatando que menos de 60% dos médicos ginecologistas e obstetras pedem o histórico de vacinação de suas pacientes e apenas 10% prescrevem as vacinas indicadas para as mulheres em idade reprodutiva. O recomendado é vacinar a mulher antes da gravidez. Há vacinas que não podem ser oferecidas para as mulheres grávidas. É preciso esperar pelo menos um mês entre a administração das vacinas com vírus vivos e a concepção. O ideal é manter sua imunização em dia para ficar sossegada caso engravide. E se você já está tentando, então, trate de atualizar sua carteira de vacinação. Se não achar a carteirinha, não tem problema, vá se vacinar do mesmo jeito.

 Saiba quais são as doses de reforço necessárias:

Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) – A última delas, a rubéola, é uma doença contagiosa e comum na infância, mas também pode ocorrer entre adultos e está por trás da maior causa de cegueira infantil, a catarata congênita. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, pai de Thiago e Thais, isso acontece porque a imunidade ao vírus que causa a doença, o rubivírus, só é adquirida após a segunda dose da vacina.  O especialista afirma que a primeira vacina é aplicada quando a criança completa um ano. A segunda é feita a partir dos 15 meses. O problema é que muitas pessoas deixam de tomar a segunda dose.  Por isso, o médico recomenda que no início da vida sexual toda mulher faça um teste sorológico, disponível na rede pública de saúde, para checar sua imunidade ao rubivírus. Em caso de não estar imune deve tomar a vacina. Isso porque, se contrair rubéola durante uma gestação, o vírus atravessa a placenta e provoca alterações nos tecidos do feto em formação. Os sistemas mais atingidos são o cardíaco e nervoso, incluindo os olhos. Significa que além da catarata congênita, a doença também pode causar no feto surdez, retardamento mental, malformação do globo ocular (microftalmia) e até interromper a gestação.  Após a imunização, é preciso esperar um período de um mês antes de tentar engravidar. Ela é contraindicada durante a gestação, pois pode contaminar o bebê.

Contra a varicela (catapora) – Se o contágio for aos três primeiros meses de gestação, pode causar malformação do feto (abrangendo membros, órgãos e o cérebro) e até mesmo a morte dele. Caso a gestante contraia a varicela alguns dias antes do parto, o bebê tem grandes riscos de nascer com varicela neonatal.

Gripe – O risco de a gestante evoluir para uma pneumonia em consequência de uma gripe é cinco vezes maior. As mulheres que não receberam a vacina antes da concepção poderão se vacinar a partir do segundo trimestre da gravidez no período de maior circulação do vírus (inverno). “Isso varia de médico para médico, mas a princípio pode ser feita em qualquer fase da gravidez”, diz o dr. Jesse.

Tríplice bacteriana acelular para adultos – (DTPa – difteria, tétano e acelular coqueluche) – Tanto mães como todos os que estão em volta devem tomar a vacina para não transmitir para o bebê. A coqueluche pode causar pneumonia, insuficiência respiratória aguda e convulsões levando a paradas respiratórias com risco de deixar sequelas mentais e motoras por falta de oxigenação do cérebro. O tétano é provocada pela bactéria Clostridium tetani, essa doença é grave e letal, tanto para a mãe quanto para o feto. Uma dose de reforço deve ser tomada a cada dez anos.

Hepatite A – Devem ser solicitados os testes sorológicos para verificar se a mulher é ou não imune à hepatite A. As suscetíveis devem ser vacinadas antes da gestação.

Hepatite B –  A mulher portadora de hepatite B pode transmitir o vírus ao bebê durante o parto. Até 90% dos filhos das mães com hepatite B correm o risco de se tornarem portadores crônicos e ter sequelas como cirrose e câncer hepático.

Pneumocócica 23 valente – É indicada apenas a mulheres que tenham doenças crônicas cardíacas, pulmonares, renais, diabetes, imunodeficiências e desprovidas de baço, pois estão mais propensas a doenças pneumocócicas invasivas. Converse com seu médico.

Meningócica – No Brasil, a vacina meningocócica conjugada contra meningococo C tem sido recomendada em diversas regiões e é indicada principalmente a grupos de risco (imunodeficientes) ou durante surtos e epidemias, para maiores de dois anos de idade.

Essa não tem vacina

Toxoplasmose – Doença provocada pelo protozoário Toxoplasma gondii, não há vacina, mas ela é extremamente grave quando atinge o feto, provocando malformações, principalmente no cérebro. Os cuidados para mulheres que não têm anticorpos contra a doença (um exame de sangue revela isso) devem ser tomados antes mesmo de engravidar. Não coma carne vermelha crua; evite contato com gatos de rua e pombos; não toque em areia de praça ou terra de horta, que pode conter fezes de gato; não consuma leite e derivados não pasteurizados ou artesanais.

Consultoria: Jesse Reis, filho de Martha e Irão, médico infectologista do Laboratório Fleury; Leôncio Queiroz Neto, pai de Thiago e Thais, oftalmologista do Instituto Penido Burnier; Ministério da Saúde; Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva.


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