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Aprenda com meu erro

arquivo pessoal
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Publicado em 24/10/2017, às 12h58 por Ligia Pacheco


Na primeira gravidez, não quisemos saber o sexo da criança. Já na segunda, quisemos, pois Gabi estava com menos de dois anos e queríamos prepará-la para a chegada de um bebê que fosse mais concreto. A criança pequena tem muita dificuldade de abstrair, pois o seu sistema nervoso ainda não está maduro, além de ter poucos conhecimentos para poder pensar e imaginar. Achamos assim, que saber se era menina ou menino, escolher um nome, ver as imagens do bebê, acompanhar de perto, ajudaria Gabi a entender a gravidez e a formação da criança e da irmandade. E de fato, ajudou.

Logo soubemos que era menina e deu início a escolha do nome. Gabi alisava a barriga, beijava-a, conversava com a irmã e me fazia deliciosas perguntas: “Tem cama dentro da sua barriga?” “Do que ela brinca?” “Por que ela fica aí dentro?” “Onde ela faz xixi?” Conversávamos sobre e eu sempre enfatizava que a irmã seria uma grande amiga e que poderiam aprender muitas coisas juntas. Imaginávamos muitas cenas delas brincando, dormindo, passeando, construindo cabanas etc. Meu objetivo era que Gabi entendesse a irmandade, que começasse a criar amor pela irmã, pois eu sabia que não era fácil para o primeiro filho a chegada do segundo. Meu objetivo era importante, mas cometi um erro, que só percebi após o nascimento. Acompanhe.

Em um dia de lua cheia, a bolsa estourou. E nasceu a tão esperada e já amada Camila. Na manhã seguinte, chega Gabi ao hospital para nos visitar em seu vestido favorito. Entrou desconfiada abraçou-me, conversamos um pouco, mas seu interesse estava mesmo estampado nos seus olhos bem esticados em direção ao berço. E, logo foi, passo a passo, até lá. Ficou na ponta dos pés, olhou para dentro, olhou de novo e com olhar bem decepcionado exclamou: “Isso aí que é a Camila?”

E, percebi meu erro. Disse que a irmã brincaria com ela, que seria sua amiga e de repente o que ela encontra? Um bebê frágil, que mal se mexe no berço, que não fala, não anda, não corre. Como vai brincar? Como vai ser uma amiga? Do seu ponto de vista, ela estava correta. E logo aprendi que, muitas vezes, valorizamos tanto um aspecto que deixamos outros de lado. Como também, que é bem fácil esquecermos que os saberes da criança são diferentes dos nossos. Tão óbvio! Mas acredite, como erramos nisso! Neste caso, faltou prepará-la também para o fato de que no começo o bebê mama, dorme, faz coco, requer muitos cuidados, enquanto vai aprendendo muitas coisas. E, imediatamente comecei a arrumar toda aquela confusão.

Como mães e pais acertamos e erramos muito, afinal ao nascer um filho nascem também os pais. Mas os erros nem sempre são tão perceptíveis. Em geral, precisamos atenção e reflexão para identificá-los e fazer os ajustes necessários o quanto antes. Hoje rimos da frase “Isso aí é que é a Camila?” com muito carinho e fico feliz que elas sejam tão amigas e valorizem a irmandade. Exatamente hoje estão as duas explorando os caminhos Incas comemorando os 21 anos de Camila.

Sim, num piscar de olhos, entre acertos e erros, os filhos crescem. Cuide para que não passem desapercebidos os erros, transforme-os em acertos e alegre-se com os frutos. Feliz caminhada!

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