Meus pais, meus mundos
A colunista Ligia Pacheco fala sobre a difícil tarefa de preparar os filhos para voar
Fui esse mês à Índia em pesquisa educacional e foi uma experiência fascinante que estou “digerindo” e contando no blog FILHOsofar. Por lá há ainda muita tradição oral e pude ouvir várias histórias. Contarei brevemente uma delas.
Os pais chamaram os seus dois filhos e disseram que havia chegado o grande momento: dar a volta ao mundo. Um dos filhos rapidamente se organizou e partiu ao mundo para o explorar e conhecer. O outro, simplesmente, deu a volta nos pais.
Para um filho, o mundo era um mistério a explorar. Para o outro, os pais eram o seu mundo. Qual dos dois agiram melhor?
Ao ouvir essa história pensei na visão e personalidade dos meninos, mas logo me veio a imagem das raízes e das asas.
Para mim, o ideal é que cada filho agisse de ambos os modos. Que dessem a volta nos pais como sinal de respeito, reconhecimento, reverência e referência. Que vissem os pais como raízes, como base firme, forte e bem estruturada. E com isso sentissem preparo e segurança para alavancarem voo e ousarem conhecer e agir no mundo lá fora.
E tudo isso, intencionalmente, se ensina e prepara.
“Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar.” (Dalai Lama)
Um Feliz Natal a vocês e um Ano Novo repleto de raízes, asas e bons motivos.