Criança

Curso de tiro para crianças em Goiás é cancelado a pedido do Ministério Público após repercussão

Clube de Goias promove curso de tiro para crianças - Reprodução/Redes socias
Reprodução/Redes socias

Publicado em 18/04/2023, às 07h27 por Redação Pais&Filhos


No inicio do mês, o clube de tiro e caça Hunter Jataí, em Goiás, publicou uma série de fotos com crianças, aparentemente entre 9 e 10 anos, empunhando armas de airsoft (réplicas de armas reais). A postagem gerou grande repercussão nas redes sociais e, principalmente, preocupação por parte dos pais, tendo em vista os últimos acontecimentos em escolas de todo o país.

O clube promoveu um curso chamado “Projeto Hunter Atirador Mirim”, onde, segundo o estabelecimento, o objetivo era ser uma atividade recreativa que ensinava a prática de tiro esportivo e o funcionamento de armas de pressão – que mesmo sendo consideradas um “brinquedo”, existem regras para utilizá-las. A inscrição para participar do curso era realizada pelos próprios responsáveis das crianças.

Legalmente o uso e prática de treinamentos com airsoft só é permitido após 18 anos completos. A promotora de Justiça da Infância, da Juventude e da Educação de Jataí,  Patrícia Almeida Galvão Costa, informou que instaurou um procedimento preparatório, que pode ser convertido em inquérito civil público. Na recomendação, expedida na quinta-feira da semana passada, dia 13 de abril, ela solicitou que os cursos para crianças fossem imediatamente suspensos e requisitou vários documentos, entre eles, a lista dos participantes dos cursos e de seus responsáveis.

“Precisávamos parar as aulas. É visível que havia crianças, aparentando idade de 7 anos. Agora, vamos tomar outras providências”, explica. Foi estabelecido prazo de 15 dias para a entrega dos documentos.

O Ministério Público de Goiás também pediu a suspensão imediata do curso. As publicações na página do clube foram removidas e após a repercussão, uma nota de esclarecimento foi emitida. “intenção do evento foi ensinar o manuseio do airsoft, sobretudo para demonstrar que mesmo a arma de brinquedo tem as suas regras de utilização que devem ser respeitadas para evitar acidentes envolvendo menores, o que é possível de acontecer com qualquer objeto, inclusive, aqueles de uso doméstico”, diz a empresa.

Nas redes sociais o caso gerou grande repercussão e revolta de muitos pais que se preocuparam com o incentivo de atividades que resultam em um comportamento violento, principalmente após a série de ataques em escolas deixando inúmeras vítimas fatais.

O antropólogo Robson Rodrigues, policial aposentado e pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro alertou sobre as consequências de estimular a violência. “Temos que tomar cuidado com a arma, por mais que se alegue que é defesa, caça ou esporte. O resultado é violento, mesmo o discurso dizendo que não”, explicou ao G1.

O clube emitiu uma nova nota sobre a suspensão do curso e a retirada das fotos em seu perfil. “Pensando no bem estar de todos os envolvidos no projeto e também seguindo recomendações do MP (Ministério Público), todas as postagens do projeto foram retiradas das redes sociais.”, afirmou o clube.

Nota de esclarecimento publicada pelo clube de tiros
Nota de esclarecimento publicada pelo clube de tiro e caça (Foto: Reprodução/ Instagram @hunterjatai)

Arma não é brinquedo

No dia 15 de abril foi instituído o Dia do Desarmamento Infantil, que estimula pais e crianças a desapegarem de armas de brinquedo. Segundo especialistas, o uso de armas de brinquedo pode ter relação com comportamentos violentos da criança, que, somados a diversos aspectos em torno da criação e educação que cercam a família podem estimular atitudes agressivas.

A psicóloga e doutora em Prevenção de Homicídios de Jovens Negros da Periferia Vanessa Abdo, mãe de Laura e Rafael, explica que em uma cultura muito violenta, a arma de brinquedo é mais um fator de risco, assim como uma casa violenta, um discurso violento entre os pais ou um entorno violento.

“[A arma de brinquedo] por si só, já é um elemento de cultura violenta”, defende a psicóloga, que recomenda que os pais não incentivem o uso de brinquedos que remetam à armas. “Não é para proibir a criança de desenhar, ou eventualmente fazer com bloquinhos. [Nesse caso] é completamente diferente, porque é do campo da imaginação, é do campo do lúdico. Mas é importante dizer que a arma de fogo de adulto tem um fim, que é matar. Porque se não, a gente fica com uma ‘romantização’ do que é a arma de fogo, portanto, a imitação da arma na arma de brinquedo também é violenta”, conclui.


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