Criança

Usar “voz de bebê” com os filhos pode interferir no desenvolvimento da criança

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Publicado em 14/01/2020, às 16h26 - Atualizado em 16/01/2023, às 08h38 por Jennifer Detlinger, Editora-chefe | Filha de Lucila e Paulo


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Usar aquela famosa “voz de bebê” pode ser uma demonstração de carinho dos pais com os filhos logo depois do nascimento. Mas quando as crianças começar a crescer é importante ficar atento. Esse hábito, conhecido mundialmente como “baby talk”, gera dúvidas sobre a influência no desenvolvimento da fala da criança. Pesquisas mostram que essa linguagem de bebê pode ser benéfica na relação entre pais e filhos, transmitindo afeto e segurança à criança, mas profissionais advertem que alguns cuidados devem ser tomados.

A partir dos 6 ou 8 meses de idade, a criança começa a tentar formar palavras e, neste caso, insistir nesse tipo de fala significa atrasar o desenvolvimento dela. Segundo Rita Schane, especialista em pareceres pedagógicos do Sistema de Ensino Aprende Brasil, é natural que os pais infantilizem suas falas ao conversar com os filhos, mas é preciso saber a hora de parar. “Quando a criança começa a estabelecer vínculos com outras pessoas, em outros espaços, essa fala infantilizada pode prejudicar, inclusive, os seus relacionamentos. Então, os pais precisam discernir que, quando a criança está se apropriando da oralidade, eles devem passar a falar de forma correta, para que o filho se aproprie do vocabulário de maneira adequada”, explica. 

Apesar do alerta, a especialista lembra que utilizar palavras no diminutivo, como “filhinho”, copinho”, não representa uma infantilização da fala, mas apenas um jeito carinhoso de conversar. “Esse tipo de expressão, no diminutivo, não vai interferir no desenvolvimento da linguagem. O que deve ser evitada é a forma incorreta de pronunciar as palavras como, por exemplo, falar ‘pepeta’ em vez de ‘chupeta’”, expõe a especialista. Para ela, esse tipo de hábito não vai contribuir em nada com a criança, que pode, inclusive, sofrer bullying quando chegar na escola, ao conversar dessa maneira com os amigos. “A criança sofre um choque linguístico  porque em casa é ‘pepeta’ e na escola é ‘chupeta’, e ela vai chamar o objeto como se acostumou. É importante que, nesse momento, a família não fale mais assim com ela e já tenha organizado um repertório mais adequado, que articule as palavras de forma correta”, adverte Rita, lembrando que quanto mais a família estimular, mais rápido a criança vai falar, e quanto mais infantilizada a fala, mais demorado será esse processo.

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Como ajudar no desenvolvimento da fala

Mas calma! O processo de desenvolvimento da fala é específico para cada criança, cada qual tem o seu ritmo e o seu tempo. Então, os pais não devem, imediatamente, se preocupar com a demora ou com erros ao longo do caminho. A pedagoga explica que mesmo quando a criança já está saindo da Educação Infantil com o repertório bem organizado, podem acontecer algumas trocas na hora da fala, como “plato” em vez de “prato”, ou “vrido” em vez de “vidro”. “Isso é natural porque ela está construindo e desenvolvendo a linguagem. Esses erros são questões fonoaudiológicas que, muito provavelmente, serão corrigidos com o tempo”. 

Rita ainda orienta que, para incentivar o desenvolvimento da fala corretamente, os pais sempre peçam para os filhos justificarem suas posições. “Quando você fala pra criança não mexer em algo e ela pergunta o porquê, não responda ‘porque não’. O certo é responder os motivos do ‘porque sim’ ou ‘porque não’ e sempre pedir que ela explique o que quer, sem que os pais não atendam ao simples “apontar” da criança para o objeto que deseja. Faça-a falar o que quer e o porquê quer. Isso vai contribuindo para a ampliação do repertório da criança”.

Além disso, as correções devem ser feitas pontualmente, sem sufocar a criança. “Não é necessário ficar sempre a corrigindo, até porque ela está em processo de aquisição da linguagem e é natural que erre, é natural que não saiba. O erro é uma tentativa de acerto. Sempre que possível faça a intervenção, desde que não a intimide, para que ela também não perca a confiança na sua capacidade de falar”, indica Rita.

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