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Cris Pàz fala sobre solidão materna e resiliência no 16° Seminário Internacional Pais&Filhos

Cris Pàz fala sobre a solidão da mãe solo - Pais & Filhos
Pais & Filhos

Publicado em 01/12/2023, às 13h00 - Atualizado às 15h01 por Redação Pais&Filhos


O16° Seminário Internacional Pais&Filhos  já começou e acontece hoje, 1 de dezembro, na Unibes Cultural, em São Paulo. A primeira palestra do dia foi com Cris Pàz, mãe de Francisco, escritora de oito livros e  ex-colunista da Pais&Filhos.

Também conhecida como Cris Guerra, em 2022, ela começou a se apresentar como Cris Pàz, que representa uma simbólica evolução do sobrenome. Ela é mineira, dona do podcast "50 Crises com Cris Pàz" e apresentadora do programa "Hoje Vou Assim" no Canal Viver Brasil. A comunicadora já comandou edições anteriores do Seminário e esteve mais uma vez com a gente como uma de nossas palestrantes esse ano. 

Cris iniciou o dia de uma forma emocionante, apesar de bem-humorada, trazendo a solidão como tema central.  Para falar sobre o assunto, a escritora utilizou a própria história de resiliência aliada à maternidade. 

 “Essa menina magrinha, de pernas finas, com dentes encavalados na boca, era eu. Hoje vejo como eu era bonitinha, mas na época não achava”, diz. “Como eu fui muito mimada, meus pais e irmãos, querendo me ajudar, me criticavam muito - e a gente tem que ter muito cuidado ao corrigir os filhos - e eu me identifiquei muito com esses rótulos. Eu cresci com uma autoestima muito baixa. Rótulos, vocês sabem, às vezes não saem nem com água e sabão”, desabafa. 

A baixa autoestima é uma das primeiras coisas que ela conta ter, mais tarde, ressignifcado por meio da expressão e da paixão pela moda. "A escrita e o vestir me salvaram", diz. 

Ao final da palestra, Cris Pàz ampliou o diálogo e tirou dúvidas da plateia. (Crédito: Pais & Filhos) 

Cris conta como, aos 36 anos, engravidou do primeiro filho de forma não planejada mas muito bem-recebida. “A gravidez é uma verdade que vai crescendo dentro de nós. É uma coisa incrível, eu tinha muito orgulho de estar grávida, apesar de não contar para as pessoas no primeiro momento. E você aos poucos vai acreditando, porque no início era inacreditável aquela barriga crescendo”. O momento de extrema alegria, dividido com o então namorado Gui Fraga, foi subitamente interrompido pelo falecimento de Gui, em 17 de janeiro de 2007.

“Paralelo à gravidez, a morte - e a morte súbita - é uma verdade disfarçada de absurdo. A gente fica esperando que alguém saia dali e diga que é uma brincadeira. E não era. Eu lembro que eu pensava: quanto tempo até eu morrer também? porque doía muito. E então eu me dava conta que eu não poderia morrer, porque tinha um outro coração batendo dentro de mim“.  Foi quando Cris Pàz iniciou o seu processo mais profundo de superação. "A sensação é de um telão estava aceso e acabou a luz. Mas não era um telão, era a minha vida. Eu estive naquele lugar que a gente sempre vai, mas nunca posta no Instagram: o fundo do poço". 

“A solidão é uma condição inerente do ser humano, é uma condição inerente a quem perde alguém. Quando a gente perde, a gente chega a uma conclusão muito importante: a gente tem a nós. Nesse processo eu fui entendendo que eu precisava muito cuidar de mim, e a primeira pergunta que a gente faz é: como é que eu vou sair daqui?”,  diz. 

Colunista da Pais & Filhos fala sobre o início da sua íntima relação com a escrita 


"No dia em que a morte do Gui completou 6 meses, eu senti vontade de escrever um carta sobre o Gui que encaminharia aos nossos amigos, mas alguma coisa em mim redirecionou aquela ideia e eu terminei escrevendo uma carta para o Francisco, meu filho. Foi quando eu entendi que em relação à morte eu não podia fazer nada, mas em relação ao luto eu tinha muito a fazer. Logo depois nasceu o blog “Para Francisco”, onde publiquei várias cartas. Ali eu jorrava informações. Eu queria falar sobre o Gui, queria falar sobre a minha família, queria contar tudo que ele ainda não conseguia ler naquele momento", relembra. O blog foi um sucesso e apenas uma das muitas camadas que a escritora, que também é publicitária, já publicou. 

Ela diz que as escolhas foram muito pautadas na intuição. “A coragem é quando a gente tá tão conectada com o que a gente precisa fazer, que a gente faz. Quando a gente fala de intuição, é isso que a gente precisa entender: que às vezes a gente não sabe que sabe, mas sabe. E a gente vive num mundo que coloca a gente muito para fora e há coisas que são voltadas para dentro”.

Hoje, Francisco é um filho adolescente. Sobre a convivência com a nova fase, a escritora fala sobre o “encontro de territórios” e o tempo de qualidade ao lado do filho Francisco. “Eu acho que consegui ensinar uma coisa, sem querer, para o Fran, que é o bom humor”. 

Ao final da palestra, Cris Pàz traz uma lição sobre a constante pressão na parentalidade. “Eu acho que a gente tem que tomar muito cuidado para não fazer da maternidade um troféu. A maternidade não é um prêmio, porque a gente já é a melhor mãe do mundo. O significado que nós temos para os nossos filhos é único. Não existe uma perfeição, só existe um recorte. Costumo dizer que tem alguma coisa de errado com quem não tem nada de errado”, encerra. 

Programação 16° do Seminário Internacional Pais&Filhos 

Vai na tua: o tema do 16º Seminário Internacional Pais&Filhos

Diante de tantas pressões da sociedade e rotina para você ser a mãe perfeita, cobrança por parto normal, amamentação em livre demanda, criação sem telas, comunicação não violenta, alimentação orgânica, exclusão de chupeta e mamadeira… Ufa! É quase impossível atingir todas as expectativas que descarregam em nós, o que leva a sobrecarga, insegurança e um sentimento de confusão.

Confie no seu instinto: isso que iremos debater no 16º Seminário Internacional Pais&Filhos (Foto: Shutterstock)

Estamos encarando uma geração de supermães que carregam o peso de expectativas e cobranças diferentes das nossas mães e avós. Mulheres que estão desconectadas da própria intuição com medo de não ser a mãe perfeita. Mulheres que são elogiadas por todos enquanto cumprem uma expectativa irreal de maternidade, mas que se sentem mais sozinhas do que nunca.

Mas a maior verdade no meio de tanta informação e julgamento é que ninguém no mundo conhece seu filho melhor do que você. Não tenha medo de confiar no que você acha que é melhor para a sua vida e para o seu filho. E se der medo, vai com medo mesmo. Afinal, você sabe da sua realidade. Por esses e tantos outros motivos, reforçamos no 16º Seminário: vai na tua. Confie!


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