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Xan Ravelli e Jang Sinn falam sobre ser a mãe possível (e não a perfeita) para os filhos

Xan Ravelli e Jang Sinn participaram do bate-papo 'A Mãe Possível' - Divulgação
Divulgação

Publicado em 01/12/2023, às 13h26 por Ketlyn Ribeiro, Estagiária | Filha de Leandra e Vagne


O 16º Seminário Internacional Pais&Filhos está a todo vapor nesta sexta-feira, 1 de dezembro, diretamente da Unibes Cultural, em São Paulo. O primeiro bate-papo do dia teve como tema "A mãe possível, com as convidadas Jang Sinn e Xan Ravelli. 

Jang é mãe de Lotus e Lui, palestrante e mentora especialista em comunicação familiar multicultural. Xan, mãe de Jade, Rael e Eva, é comunicadora, fala sobre beleza com propósito, apoio emocional e lifestyle em família.

Elas contaram sobre como é ser uma boa mãe para os filhos e confiar em seus instintos, apesar da cobrança ao redor das mulheres para serem sempre a 'mãe perfeita'.

Andressa Simonini, editora-executiva da Pais&Filhos, iniciou o bate-papo pedindo para que Jang e Xan contassem sua história e vida na maternidade. 

Jang Sinn iniciou o bate-papo contando sua história (Foto: Pais&Filhos)

"Estou emocionada em estar aqui como convidada. Muito feliz em ver as taiwanesas fazerem parte disso", iniciou. Em seguida, Jang contou um pouco de sua vida. Antes de chegar ao Brasil, ela morava China e contou que apanhava na escola quando não alcançava a nota exigida. No país, são 5 mil anos de história de maus-tratos as crianças. "Para eles, bater é uma maneira de deixar a criança mais forte", comentou. 

De acordo com ela, logo que chegou ao Brasil, aos 8 anos, perguntou: "Eu vou apanhar na escola?". Logo ela descobriu que não.  "Lá a gente não apanhava, as pessoas eram carinhosas comigo, mas em casa, meus pais eram autoritários", contou.

Jang disse que, em um episódio, quando estava apanhando de seu pai, ela disse: "Aqui no Brasil não pode bater, eu vou te denunciar. E seu pai falou:  "Vai, mas você nem chega, porque eu te mato antes", relatou. 

Ela conta que cresceu achando que não teria filhos. "Porque para ter filho desse jeito, prefiria não ter", contou. Mas, aos 30 anos, teve a Lotus.  "Fui igual minha mãe,  sem bater, mas com o mesmo autoritarismo. Era uma adestradora de crianças", contou. 

Porém, tudo mudou após o nascimento de Lui, o segundo filho. "Tinha uma filha que era muito obediente. Mas ele não queria nem me ouvir", relembrou. Quando o filho tinha 5 anos, Jang procurou ajuda profissional e foi o psicológo que fez ela ter uma virada de chave. 

 "O problema nunca são nossos filhos, o problema é a gente. Procurei quem eu era, como eu era como mãe. A mudança não é imediata, mas é uma mudança diária. Um dia eles viraram para mim e falaram: 'Você é minha mãe?'.  Já senti muita culpa do passado, mas entendi que não leva a lugar nenhum. Vejo como eu posso ser com autenticidade. Maternidade não é perfeição e sim uma evolução diária", enfatizou.

Em seguida, Andressa Simonini perguntou a Xan Ravelli: "Como está sendo ser a mãe possível?"

Xan Ravelli fez parte do primeiro bate-papo do Seminário (Foto: Pais&Filhos)

Xan relembrou como a mãe dela também escolheu se livrar desse histórico de violência. "Tive a sorte de crescer com uma mãe afetuosa. E, a gente faz o que somos ensinadas a fazer. Acho muito legal estar nós duas aqui, porque somos diferentes culturalmente", começou.

Ela ainda conta como tenta levar a maternidade de um jeito leve com 3 filhos. "A gente pensa numa mãe possível, mas sempre falo que não tenho uma vida, eu tenho quatro. A gente tenta contornar tudo e realizar os nossos sonhos. É um processo de equilibrar todos os pratos", compartilhou. 

Xan aproveitou para mandar a real sobre a maternidade. "Eu nunca dou conta. Quando temos muita demanda e muitos papéis, a gente escolhe uma parte para estar meio ‘merd*’ e delega isso para outra pessoa. Não podemos deixar meio 'merd*' numa parte da nossa vida que somos insubstituíveis", enfatizou.

Jang aproveitou para comentar: "Temos dois caminhos, o autoritarismo ou deixar o filho fazer tudo que quiser. Mas não é isso, precisamos de um ponto de equilíbrio. É preciso se conectar com a criança para lembrar que o filho vem para somar", completou. 

"400 anos de escravidão mostra que não é um processo fácil. Por que a comunidade preta não pode ter orgulho de se afirmar? Preciso levar meus filhos para esse caminho", continuou Xan.

Andressa finalizou o bate-papo dizendo: "Vocês duas tentam ser a mãe possível diante de uma identidade geracional muito complicada. Dizer 'não' para uma geração é uma quebra muito grande", comentou. 

Programação 16° Seminário Internacional Pais&Filhos 

Vai na tua: o tema do 16º Seminário Internacional Pais&Filhos

Diante de tantas pressões da sociedade e rotina para você ser a mãe perfeita, cobrança por parto normal, amamentação em livre demanda, criação sem telas, comunicação não violenta, alimentação orgânica, exclusão de chupeta e mamadeira… Ufa! É quase impossível atingir todas as expectativas que descarregam em nós, o que leva a sobrecarga, insegurança e um sentimento de confusão.

Confie no seu instinto: isso que iremos debater no 16º Seminário Internacional Pais&Filhos (Foto: Shutterstock)

Estamos encarando uma geração de supermães que carregam o peso de expectativas e cobranças diferentes das nossas mães e avós. Mulheres que estão desconectadas da própria intuição com medo de não ser a mãe perfeita. Mulheres que são elogiadas por todos enquanto cumprem uma expectativa irreal de maternidade, mas que se sentem mais sozinhas do que nunca.

Mas a maior verdade no meio de tanta informação e julgamento é que ninguém no mundo conhece seu filho melhor do que você. Não tenha medo de confiar no que você acha que é melhor para a sua vida e para o seu filho. E se der medo, vai com medo mesmo. Afinal, você sabe da sua realidade. Por esses e tantos outros motivos, reforçamos no 16º Seminário: vai na tua. Confie!


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