Publicado em 07/06/2022, às 11h14 por Cecilia Malavolta, filha de Iêda e Afonso
Após uma denúncia feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, duas funcionárias e a diretora de uma creche localizada na zona norte do Rio foram acusadas de praticar maus-tratos contra um menino de 4 anos com paralisia cerebral. A queixa, prestada pela mãe da criança, foi aceita pela Justiça no último dia 30 de maio.
As funcionárias do local mantinham Danta preso em uma cadeira adaptada por diversas horas e sem contato com outras crianças. Além disso, ele não tinha acesso à água ou alimentação adequada. A mãe da criança, a policial militar Flávia Louzada, ficou sabendo do caso após receber uma denúncia anônima de alguém da creche-escola. Após isso, a 21ª DP teve acesso às câmeras de segurança do local.
A diretora e as funcionárias, durante uma entrevista ao G1 e em conversa com a polícia, negaram as acusações de maus-tratos e disseram que a criança tinha dificuldade de ingerir líquidos, e que era mantida na cadeira adaptada para que não tombasse.
“A cadeira é postural para que ele não tombasse e foi enviada à escola pela mãe. Tem um feltro para ele ficar certinho, e era o lugar mais seguro para ele. A gente tinha pavor de acontecer um acidente com ele. Ele tinha uma rotina com a mediadora, que tirava ele da cadeirinha, colocava no parapódio (suporte para manter a criança de pé), tenho foto dele até sem nada. Mas ele tombava muito e o nosso medo era ele ficar solto e bater a cabeça”, contou Danieli Bonel, diretora da creche, ao G1.
“Primeiro eu me culpei muito, porque vi o meu filho se debatendo, chorando na cadeira. Ele ficava horas ininterruptas. Tem cenas em que ele se debate, estende o braço em direção ao funcionário, e a funcionária ignora”, desabafa Flávia Louzada em entrevista ao G1.
Por ter paralisia cerebral de grau 4, que só afeta a parte motora da criança, a mãe de Dante contou que o menino entendia exatamente o que estava sendo feito com ele. “A parte cognitiva dele é perfeita, o que torna isso tudo ainda mais cruel. Ele tinha noção de tudo. Quando entrava na rua da escola, ele começava a chorar muito, desesperadamente”.
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