Família

Mulher engravida aos 44 anos com ovodoação; entenda como funciona a técnica

Karina Steiger e o filho, hoje com 5 anos. - Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal

Publicado em 03/05/2023, às 11h49 por Marina Teodoro, Editora de digital | Filha de Ana Paula e Gilberto


Quando Karina Steiger percebeu que não conseguiria ter filhos por métodos naturais, ela viveu o que chamou de “luto da infertilidade”. “A gente não tinha ideia de que a infertilidade ia bater aqui em casa. Eu não sabia que os óvulos envelheciam”, conta ela, que aos 40 anos se viu perdida e com medo de não poder gerar seu tão esperado filho. Mas, depois de muitas tentativas ela conheceu a técnica da ovodoação, que a ajudou a reescrever sua história sem desistir do sonho de viver a maternidade.

Nem sempre o “relógio biológico” acompanha os objetivos de vida de cada um. No mundo atual, é comum que muitas mulheres “adiem” a gravidez, seja por questões envolvendo a carreira ou por dificuldades para encontrar um parceiro. Para acompanhar essa mudança de comportamento, a ciência avançou nas técnicas de reprodução assistida, e hoje o sonho de engravidar não precisa mais ser deixado de lado. 

Foram quatro anos de tentativas até que Karina buscasse pela ovodoação. Nesse período, com acompanhamento médico, ela foi desde tratamentos de baixa complexidade, até fertilizações in vitro com óvulos próprios, mas, sem sucesso, as esperanças, alternativas e dinheiro estavam se esgotando. “A gente não sabe quando a gente vai sair dessa jornada [de tentante]. Então é tudo muito complexo”, relembra ela da angústia que passava nessa fase.

Karina Steiger e o filho
Karina Steiger e o filho, hoje com 5 anos. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Quando a ovodoação chegou na minha vida, foi um divisor de águas, porque eu já tinha esgotado as minhas possibilidades com óvulos próprios”, diz. Aos 41 anos ela havia feito sua primeira fertilização com óvulos próprios, mas não teve sucesso. No ano seguinte, ela também tentou e não conseguiu. “O mundo desaba, a gente pensa: ‘O que está acontecendo? Será que vai vir essa gravidez? A idade passou?’”, se lembra.

Como funciona a ovodoação?

A fertilização in vitro (FIV) por meio de ovodoação cada vez mais tem se mostrado como uma boa alternativa para driblar a infertilidade. Funciona assim: os óvulos doados são fecundados com os espermatozoides do companheiro (ou de outro doador) e, depois, implantados no útero da receptora. Desde que a mulher receptora tenha condições de manter a gestação de forma saudável, os óvulos doados podem ser uma opção nos seguintes casos:

  • mulheres commenopausaou falência ovariana precoce;
  • idade avançada;
  • baixa qualidade dos óvulos;
  • baixa reserva ovariana;
  • doenças genéticas ou hereditárias que inviabilizam a gestação;
  • produção independente;
  • casais homoafetivos masculinos.

Para começar esse processo, o primeiro passo é procurar um especialista em reprodução assistida para realizar todos os exames e checar se o casal está com a saúde em dia. Depois, é feita a escolha da doadora. Em seguida, a mãe inicia um tratamento para preparar o endométrio para a chegada do bebê. Enquanto isso, os óvulos são fecundados pelos espermatozoides (que podem ser do parceiro ou de um doador). O último passo é a transferência embrionária, quando finalmente o embrião é introduzido no útero da mulher.

Pais fazem fertilização in vitro para gerar um doador de medula óssea para o filho
A ovorecepção é uma técnica que pode ajudar mulheres mais velhas que não podem ter filhos a engravidar (Foto: Getty Images)

“Normalmente, a ovorecepção [termo usado para se falar da perspectiva da mulher que vai receber os óvulos] demora um pouquinho mais do que umaFIVcom óvulos próprios. Em alguns casos, isso acontece porque pode levar um tempo até achar uma doadora com características físicas parecidas com a mãe”, explica o ginecologista Caio Parente Barbosa, especialista em reprodução humana creditado pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), pai de Caio, Mariana, Guilherme, Gustavo e Luísa.

A idade da mulher que recebe os óvulos interfere no sucesso da gestação?

No tratamento de ovorecepção, é preciso considerar a idade da doadora e não da idade da mulher que vai receber os óvulos. É como se a doadora “repassasse” aschances de gravidez para a receptora. Por exemplo, uma mulher de 40 anos que recebe óvulos de uma doadora de 30 anos tem as mesmas chances de engravidar que uma mulher de 30. Para Karina, a ovodoação aumentaria as chances de engravidar, que eram de 3% a 5%, para 60 a 65%. “Porque era um óvulo jovem”, afirma.

Apesar disso, é sempre importante lembrar que, quanto mais velha for a mulher que vai receber os óvulos, maiores devem ser cuidados com a gestação. “A partir dos 45 anos, existe uma discreta redução das taxas de gravidez. Para gestar, a mulher precisa estar muito bem fisicamente, já que nessa idade aumenta muito a incidência de hipertensão e diabetes durante a gravidez”, diz Caio.

Rede de apoio e sonho realizado

Karina e o marido, Pedro Corbetta, são de Porto Alegre e foi através de um médico que eles conheceram a ovodoação. Porém, na época, em 2017, a expectativa era de que eles teriam que esperar em uma fila por mais dois anos para conseguirem uma doadora ideal no Brasil. “Hoje as filas são menores, mas naquele momento eu não tinha mais idade para esperar”, recorda ela.

Karina, Pedro e o filho do casal
Karina e Pedro decidiram publicar um vídeo pedindo ajuda financeira para fazer a técnica de ovodoação (Foto: Arquivo pessoal)

A alternativa então era ir para a Espanha, onde o tratamento seria mais rápido. Sem dinheiro para bancar mais um gasto alto, o casal decidiu fazer um vídeo contando toda a trajetória dos dois até o momento em busca do sonho de se tornarem pais e pediram ajuda por meio de um financiamento coletivo. O sucesso foi tanto que em 45 dias 218 pessoas doaram, somando R$ 45 mil.

“A gente construiu a maior rede de amor da minha vida, e eu sou eternamente grata a essas pessoas que nos ajudaram e que nos ajudaram a ir para Espanha e trazer o Enrico na minha barriga”, fala Karina, mãe de um menino de quase cinco anos. “Essa é a história mais linda que existe para mim. É uma história de resiliência, de não desistir, porque é muito difícil essa caminhada e só quem passa sabe o quanto difícil é”. 

Nós Tentantes

A ovodoação transformou a vida do casal completamente e hoje os dois largaram seus respectivos empregos (ela trabalhava com moda e ele é ator) para criar uma rede de apoio chamada Nós Tentantes, que levanta a bandeira não só da ovodoação, mas de todos os tratamentos para engravidar. 

Além de um site cheio de informações para famílias que estejam em busca de ajuda, eles também criaram um projeto, o Ninho Solidário, que, com a ajuda de parcerias com clínicas de todo o Brasil, conseguem oferecer ajuda para casais que não conseguem ter filhos e não têm condições financeiras para o tratamento.

“A gente pensou assim ‘queremos levar informação para as pessoas e ajudá-las a encurtar caminhos’. Então esse foi o nosso desejo. E a gente hoje tem isso como propósito e nos dedicamos 100% para que isso aconteça”.

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