Família

Sandy e Lucas Lima anunciam divórcio e levantam questão: como contar aos filhos sobre a separação?

Sandy e Lucas Lima anunciam separação após 24 anos de relacionamento - Reprodução/Instagram
Reprodução/Instagram

Publicado em 25/09/2023, às 12h05 - Atualizado às 12h51 por Jennifer Detlinger, Editora-chefe | Filha de Lucila e Paulo


Sandy e Lucas Lima
Sandy e Lucas Lima anunciam separação após 24 anos de relacionamento (Foto: Reprodução/Instagram)

O divórcio não é um momento fácil, ainda mais quando o casal tem filhos. Esse foi um dos pontos que a cantora Sandy e o músico Lucas Lima levantaram no texto em que compartilharam nas redes sociais, nesta segunda-feira, 25 de setembro, ao anunciarem a separação após 24 anos juntos. Os dois são pais de Theo, de 9 anos.

Na publicação, Sandy e Lucas citaram a importância da família que construíram: “Vamos deixar de ser um casal do mesmo jeito que a gente foi um: com muito amor, respeito e amizade infinita. A família que a gente construiu é pra sempre. E o nosso amor também”.

O ex-casal ainda pediu respeito em meio ao novo momento e cuidado com o filho. “A gente sabe que é pedir demais, mas vamos pedir mesmo assim: por favor, respeitem nosso momento, nossa família. A gente tem um filho lindo de 9 anos que precisa de todo nosso amor e cuidado. Precisamos que esse momento tão íntimo, difícil e particular seja vivido com a mesma discrição com que a gente viveu nosso relacionamento tão feliz, tão bem-sucedido”.

Como falar com seu filho sobre o divórcio

Olhar nos olhos de uma criança e dizer a ela que seus pais não ficarão mais juntos talvez seja um dos momentos mais difíceis de uma separação. Nunca poderemos prever qual reação ela terá diante de uma notícia como essa. Afinal, tudo depende muito da idade e da relação com os pais.

Mas existem alguns passos gerais que todos os pais podem adotar. O primeiro deles é dizer a verdade. “Os filhos têm o direito de saber por que está acontecendo o divórcio. Escolha algo simples e honesto”, explica Monica Pessanha, mãe de Melissa e psicoterapeuta de crianças e adolescentes.

O ideal é que pai e mãe estejam presentes na hora da conversa. Nem sempre isso é viável, mas é importante que seja explicado para criança que o que acabou foi o casamento entre os pais, e não a relação que eles têm com ela. Fazer com que seu filho entenda que a decisão de separar foi tomada pelas duas partes pode diminuir a sensação de abandono.

Para crianças com menos de 3 anos, a dica é dar a notícia de uma forma lúdica, sem mencionar o fato da separação em si. “Não existe a conversa, apenas brinque com seu filho. Sente-se com ele e comece uma dinâmica com bonecos e brinquedos. Deixe ele discorrer uma história sobre a família. Desse jeito, você já irá perceber como ele enxerga a configuração familiar atual e como se sente diante disso”, aconselha Michelle. Para aquelas acima de 3 anos conseguem dialogar. Nesses casos, explique que a relação de namorados acabou, mas a ligação com o filho de pai e mãe irá sempre continuar.

O acompanhamento psicológico não é obrigatório, mas pode acontecer antes ou depois da separação, caso a família sinta essa necessidade. Esteja atento a qualquer mudança de comportamento do seu filho! Se você sentir que não estão conseguindo resolver todos os problemas em casa, procure a ajuda de alguém de fora. A família inteira pode ajudar nesses momentos.

Coração partido
O casal quase se divorciou (Foto: Pexels/Monstera)

Não é um fim, mas um recomeço

Mesmo com as dificuldades de um divórcio, lembre-se: não é um fim, mas um recomeço, afinal, ninguém se casa com a intenção de separar. As relações acabam – podendo ser de maneira amigável ou nem tanto. Porém, um ponto é fato: os pais devem trabalhar juntos para tornar o processo do divórcio saudável para seu filho.

Quando o casal ‘bate o martelo’ que o divórcio é uma certeza, muitos pontos podem passar pela cabeça da mãe e do pai, como: ‘Como contar para meu filho?’, ‘O que ele vai achar da situação?’, ‘Ele vai querer ficar com quem?’, ‘Será que meu filho vai pensar que não amamos ele?’.

“Por mais simples que possa parecer, deixe que seus filhos saibam que seu amor por eles não mudou. Diga que ainda vai cuidar deles em todos os sentidos e que, juntos, vocês podem lidar com todos os detalhes”, explica Monica Pessanha.

Você deixa de ser marido e mulher, mas nunca mãe e pai. Vamos olhar para a saúde mental do seu filho juntos (Foto: Shutterstock)

Essa conversa vai variar muito de acordo com a idade da criança. Enquanto algumas já conseguem entender um pouco o que significa separação e divórcio, para outras esse é um conceito muito abstrato e pode ser mal interpretado dependendo do modo como for colocado para ela. Se seu filho tiver três anos ou menos, é importante trazer essa notícia de forma lúdica e não mencionar a separação em si. Levante alguns pontos para ele, em que a criança entenda que por mais que o pai e a mãe não sejam mais um casal, eles sempre serão pais dele:

  • Use linguagem clara e direta;
  • Evite trazer os problemas de casal para o seu filho;
  • Acolha os sentimentos do seu filho neste momento;
  • Deixe claro que o término não é responsabilidade da criança;
  • Afirme que o sentimento entre mãe/pai e filho irá permanecer o mesmo;
  • Mostre-se aberto para tirar as dúvidas do seu filho;
  • Utilize materiais lúdicos, como livros e filmes, para abordar sobre o tema.

O acompanhamento psicológico não é obrigatório, mas pode acontecer antes ou depois da separação, caso a família sinta essa necessidade. Esteja atento a qualquer mudança de comportamento do seu filho! Se você sentir que não estão conseguindo resolver todos os problemas em casa, procure a ajuda de alguém de fora. A família inteira pode ajudar nesses momentos.

Entendimentos de acordo com a idade 

Nem todas as crianças entendem uma separação da mesma forma, e a idade faz toda a diferença:

Do nascimento aos 18 meses

O bebê não entende a separação dos pais porque ainda não tem a maturidade emocional necessária. Para criar o vínculo, o pai pode visitá-lo com frequência.

18 meses a 3 anos

A criança já tem um desenvolvimento afetivo e psicomotor. Ou seja, sabe quem são os pais e confia neles. A conversa deve ser franca e simples, deixando claro que um deles não vai mais morar com a família, mas que ainda verá o filho.

3 a 6 anos

Mais independentes nos quesitos emocional e psicomotor, elas já entendem o que significa uma separação. Os pais podem explicar o que aconteceu, sem entrar em detalhes. As crianças podem fantasiar sobre a causa do divórcio, por isso, deixem claro que nada tem a ver com elas.

6 aos 12 anos

Mesmo que já entendam a separação, ainda fantasiam sobre a culpa e podem sentir medo do abandono. Terão dúvidas, estejam preparados para responder, reforçando a relação de confiança. Contam com os encontros combinados, e pequenas provas de amor fazem diferença.

O amor não vai mudar

Manter os filhos em primeiro lugar requer muita maturidade e esforço por parte do ex-casal, sabemos que não é fácil conseguir isso. Mas também não é impossível, quando você deseja o bem da criança acima de tudo. “Os adultos precisam entender que existem duas entidades conversando ali. Quando eles têm consciência disso, é possível atravessar esse período de maneira digna e respeitosa”, explica Daniella Freixo de Faria, mãe de Maria Eduarda e Maria Luisa, psicóloga e embaixadora da Pais&Filhos.

Pensar no bem-estar do filho vai depender da dinâmica e relacionamento de cada família. O momento da decisão sobre a guarda pode gerar conflitos e mais discussões entre o pai e a mãe. Existem três tipos de guarda previstos por lei: as duas mais comuns são a unilateral e a compartilhada. Já a alternada acontece em casos mais específicos.

Pais nomeiam filhos inspirados em personagens da Disney
O pai sempre será pai e a mãe sempre será mãe, independente do divórcio (Foto: Getty Images)

Mesmo em casos que a guarda não é compartilhada, o ideal é que a criança perceba que nada na vida dela mudou. Um filho de pais separados precisa sentir que não perdeu o amor de nenhum dos dois, que continua tendo ambos em sua rotina, para que a sua insegurança seja eliminada. Aliás, quando os pais se separam e mantêm um bom relacionamento, é normal que a criança ganhe muita qualidade da presença dos dois, que se tornam mais atentos e dedicados a ela.

Cada família saberá o que se encaixa melhor na sua situação e no momento em que estão vivendo. Em ambos os casos, os pais não poderão deixar de conversar entre si, mas a guarda compartilhada exige ainda mais contato. “É fundamental entender que qualquer tipo de combinado não pode ser pensado somente no adulto. Essa guarda surgiu baseada na necessidade da criança em estar tanto com um como o outro. A rotina precisa ser planejada, não adianta ela ficar de mala para um lado e para o outro, principalmente em momentos como esse”, afirma a psicóloga Daniella.

Os tipos de guarda que existem no Brasil

(Fonte: Alessandro Amadeu e Regina Beatriz da Silva, doutora em direito civil pela USP)

Compartilhada

  • O que é: exercida em conjunto pelos pais, por duas ou mais pessoas. Desde a Lei no 11.698/08, passou
    a ser a regra geral. O filho fica com os dois responsáveis e pode ter residência fixa na casa de apenas um dos pais, ou de ambos.
  • Prós: permite a divisão das responsabilidades entre os pais
  • Contras: algumas vezes podem surgir impasses nas tomadas de decisões

Unilateral

  • O que é: exercida apenas por um dos pais ou uma única pessoa, diferentemente da compartilhada. Em muitos casos, é usada como um instrumento de poder entre os ex-cônjuges, que colocam os filhos como moeda de troca.
  • Prós: a responsabilidade básica da criança fica automaticamente definida, sem impasse
  • Contras: a responsabilidade básica da criança fica automaticamente definida, sem impasse

Alternada

  • O que é: Confere a guarda de forma exclusiva ao responsável no período em que ele estiver com o filho. O tempo da criança é dividido de forma igual entre os pais. Por exemplo: o filho mora um mês na casa de cada responsável, alternadamente.
  • Prós: A criança pode ficar com a mãe, pai ou outro responsável por longos períodos de tempo
  • Contras: O filho pode perder a rotina, o que é fundamental na infância

A partir do divórcio

Mesmo que seu filho já entenda sobre a separação, é importante saber que mágoas e raiva poderão existir. Nesse cenário, é necessário um grande esforço deixar tudo isso de lado e manter o bom convívio entre pai e mãe. Mas, calma, vocês também não precisam ser melhores amigos caso não sintam-se à vontade. Uma boa relação não significa frequentar os mesmos eventos ou sair para tomar café e dar boas risadas.

Até que cada um encontre o seu próprio portal, é extremamente necessário ter em mente que a criança não pode ser envolvida nas brigas e discussões. Quando você desabafa com o seu filho sobre os problemas em relação ao seu ex-parceiro, ele se sente pressionado a escolher um lado, além de cultivar sentimentos negativos sobre o próprio pai ou mãe. Por mais que você esteja magoado, isso jamais deve acontecer, a fim de preservar a saúde familiar.

Inclusive, é essencial lembrar que essa atitude tem nome e sobrenome: alienação parental. No Brasil, um grande marco foi a Lei nº 13.431/17, que reconheceu a prática como forma de violência psicológica ao menor. 


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