Sete a cada dez professores dizem que alunos estão mais violentos após a pandemia

Recentemente, uma pesquisa feita pela organização de impacto social Nova Escola, entre os dias 8 e 22 de julho, divulgou que, sete em cada dez professores perceberam um aumento da agressividade entre alunos nas instituições de ensino após a retomada das aulas presenciais.

O estudo realizado de forma online ouviu 5.300professores de todas as regiões brasileiras, e 80% deles relataram casos de violência dentro das escolas em que trabalham, enquanto seis em cada dez disseram ter sido vítimas. Para 97,9% dos educadores, o aumento da hostilidade atrapalha o aprendizado.

Segundo os entrevistados, a maioria dos casos contra professores está ligada à violência verbal, seguido de violência psicológica e alguns casos de violência física. Metade dos participantes disseram que os estudantes são os principais agressores, seguido de pais (25,6%), gestores (11,4%) e colegas (9%). Além disso, 22,9% disseram que esses ataques acontecem mais de uma vez por semana, outros 23,4% afirmam que acontece mais de um caso por mês.

O estudo aponta que entre os principais motivos para que a situação ocorra estão o aumento de doenças psicológicas por conta do isolamento durante a pandemia e o agravamento da vulnerabilidade das famílias nesse período.

Professores mencionam que o problema é resultado da pouca socialização dos alunos nos últimos dois anos e da falta de ações disciplinares para conter a violência nas escolas. Eles também relataram que houve uma euforia inicial com o retorno às aulas, que logo foi acompanhado de dificuldades comportamentais.

Somente 46% dos entrevistados pelo estudo da Nova Escola afirmaram ter orientações das instituições escolares sobre o assunto, embora quase todos tenham respondido que gostariam de receber esse suporte. Em entrevista à CNN Rádio, a diretora de Educação da Nova Escola, Ana Ligia Scachetti, discursou que a escola deve criar programas de acolhimento que envolvam os estudantes e suas famílias. As frentes de atuação devem ser múltiplas, disse a diretora, e pensadas também para compensar as perdas educacionais de crianças e adolescentes durante a pandemia.

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