Humberto Baltar, Taís e Roberta Bento falam sobre educação pós-pandemia no 16° Seminário Internacional Pais&Filhos

O16° Seminário Internacional Pais&Filhos está incrível! O evento acontece nesta sexta-feira, 1 de dezembro, com uma programação recheada de palestras, bate-papos e muito mais.  Na metade do evento, o público já percebeu a importância do tema “Vai na Tua” com as histórias e experiências que Cris Pàz, Xan Ravelli e Jang Sinn trouxeram ao palco.

O segundo bate-papo do dia teve  a presença de Humberto Baltar, pai de Apolo, educador antirracista, consultor étnico-racial e coautor dos livros:  'Seja Homem: Reinvenção de uma Masculinidade em Crise', 'Desafios de uma Família' e 'Seja Potência Negra'.

Além dele, a conversa teve a partipação de Roberta e Taís Bento, mãe e filha, colunistas da Pais&Filhos, fundadoras do SOS Educação, autoras do livro "Guia Para Família Parceira da Escola no Pós-pandemia". Tanto elas quanto Humberto já participaram de outras edições do evento e voltaram para falar sobre educação. 

Os convidados iniciaram a palestra destacando a importância da parceria entre escola e parentalidade, descrita por Roberta Bento como "essencial".

A escritora também defendeu uma escola que exponha também as crianças aos desafios que serão enfrentados no futuro. “Chega um momento em que o beijo de mãe não cura a dor que os filhos sentem. É para esse momento que eles precisam ser preparados” comentou. “Os desafios que os nossos filhos enfrentam na escola serão necessários para o crescimento deles”. 

Já a também escritora Taís Bento, filha de Roberta, defendeu que no centro do processo educativo está a valorização dos professores e compartilhou uma dica: “eu sempre digo para quem vai visitar uma escola pela primeira vez para saber se devem matricular os filhos, que visitem a sala dos professores. Porque é lá que é possível ver o quanto o professor é valorizado dentro daquela instituição e isso vai reverberar na educação da criança”, disse. 

O professor e escritor Humberto Baltar, que destacou no início da conversa ser um homem autista, chamou atenção para a necessidade de democratização do acesso do olhar para o ensino formal. “A sociedade como um todo coloca a ideia de que quem tem o letramento é uma pessoa inacessível, que está em outro patamar. Então muitas vezes os professores também colocam essa ‘banca’ de quem tá acima”. 

O impacto da pandemia da Covid-19 na educação, assunto amplamente discutido pelos três estudiosos, também ganhou espaço na roda de conversa. “o período de isolamento tirou das crianças e adolescentes três necessidades básicas que são fundamentais para esse momento de desenvolvimento social: a autonomia, o sentimento de pertencimento e senso de competência”, pontuou Taís.  

Humberto Baltar apontou ainda para o fato de que “a pandemia, então, trouxe uma questão que não dava para ser conteudista apenas. Era necessário um movimento de falar sobre afetos, sobre medos, luto, morte. Vários assuntos que estavam ali no centro da discussão”, disse.  Ele ressalta, então, a importância do trabalho em sala de aula de valores "que estão além do conteúdo" como a inclusão, tolerância e combate ao preconceito.  "O poder transformador da escola é nos ajudar a conviver com a diferença e a aceitar, muitas vezes em nós mesmos, essa diferença", afirmou.

Programação 16° Seminário Internacional Pais&Filhos 

• 9h | Welcome coffee
• 10h | Abertura
• 10h30 | Palestra –A solidão da mãe solo - Cris Pàz
• 11h40 | Bate-papo – A mãe possível - Jang Sinn
• 12h20| Almoço
• 13h20| Bate-papo –Filhos do Mundo - Humberto Baltar, Taís e Roberta Bento
• 13h45 | Palestra – Vai com medo mesmo - Silvia Lobo
• 14h50 | Palestra –Pai também tem instinto - Marcos Piangers
• 15h50 | Coffee break
• 16h15 | Mesa-redonda –Vai na tua - Tina Calamba, Eliezer, Ana Carolina Oliveira, Luana Safire e Priscilla Montes
• 18h | Encerramento

Vai na tua: o tema do 16º Seminário Internacional Pais&Filhos

Diante de tantas pressões da sociedade e rotina para você ser a mãe perfeita, cobrança por parto normal, amamentação em livre demanda, criação sem telas, comunicação não violenta, alimentação orgânica, exclusão de chupeta e mamadeira… Ufa! É quase impossível atingir todas as expectativas que descarregam em nós, o que leva a sobrecarga, insegurança e um sentimento de confusão.

Estamos encarando uma geração de supermães que carregam o peso de expectativas e cobranças diferentes das nossas mães e avós. Mulheres que estão desconectadas da própria intuição com medo de não ser a mãe perfeita. Mulheres que são elogiadas por todos enquanto cumprem uma expectativa irreal de maternidade, mas que se sentem mais sozinhas do que nunca.

Mas a maior verdade no meio de tanta informação e julgamento é que ninguém no mundo conhece seu filho melhor do que você. Não tenha medo de confiar no que você acha que é melhor para a sua vida e para o seu filho. E se der medo, vai com medo mesmo. Afinal, você sabe da sua realidade. Por esses e tantos outros motivos, reforçamos no 16º Seminário: vai na tua. Confie!