Família

Adoção, aprendizado e amor: “Quando desejamos de verdade, não tem hora, sangue ou idade”

Arquivo pessoal
Arquivo pessoal

Publicado em 10/06/2018, às 17h09 por Jennifer Detlinger, Editora-chefe | Filha de Lucila e Paulo


A Raquel Gomes Badue, mãe de Pedro, participou do projeto Lá em Casa é Assim – parceria da Pais&Filhos com a Natura Mamãe e Bebê – e mandou pra gente a história de sua família e sua experiência com a maternidade. Após passarem três longos anos na fila de adoção, ela e o marido, Gustavo, gestaram o filho no coração e realizaram o sonho de serem pais. Venha conhecer a história desta linda família:

“Lá em casa, por 27 anos, éramos dois (Gustavo, meu marido e eu, Raquel). Moramos juntos desde o primeiro dia que nos conhecemos, quando eu tinha 18 anos e ele, 22. Trabalhamos muito e também nos divertimos, até que um dia percebi que havia algo estranho, pois, mesmo sem utilizar algum método contraceptivo, eu não engravidava.

Passamos por tratamentos e algumas perdas gestacionais, até realizarmos que o nosso caminho era outro: ser pais por adoção. Quando tomamos essa decisão – após muito diálogo -, senti-me grávida no coração! E muito feliz! Demos entrada com a documentação em janeiro de 2013. Passamos pelas entrevistas com a assistente social e a psicóloga e concluímos que o perfil desejado é uma criança sem distinção de cor, gênero, com doenças tratáveis e até 3 anos de idade.

Passamos a participar de um grupo de apoio à adoção, a ler e a assistir muitos filmes que abrangem esse tema. Levamos 1 ano para a habilitação, ou seja, para estarmos aptos à adoção. Após 3 anos na fila, nasceu uma nova família! Há 2 anos, somos três: Pedro chegou!

A primeira vez que Pedro entrou em casa, ele olhou tudo rapidamente sem observar – sem saber o que fazer. Principalmente quando viu seu quarto. Não tocou em nada – não sabia, até então, o que era pertencer a um lugar e a ter seus próprios brinquedos, roupas… Uma casa, uma família. Estava alegre, sorria com os olhos.

Entrou em nosso quarto e logo saiu. Aliás, demorou uns 15 dias para que se deitasse em nossa cama. Fui convidando-o, aos poucos, para brincar e, assim, foi se entregando. Deliciosas lutas com meias nas mãos (boxeador, dizia ele), com estacionamentos fictícios (carrinhos atrás das almofadas) e tantas outras que, aos poucos, nos conduziu a um conhecimento maior um do outro.

Após oito dias, do nada, fomos chamados de mamãe e papai! Momento inexplicável de tanta alegria, de realização. Um êxtase a nossas almas. Uma criança com 3 anos de idade – com este mesmo tempo de vida em um abrigo -, é um livro aberto mas não em branco. Vem com sua bagagem. E a dele, veio com o desejo de ter uma família, de amar e ser amado.

O primeiro ano foi de adaptação, para todos nós. Muitas novidades e situações inéditas, como esta, ocorrida no banheiro lá em casa, quando eu havia terminado de dar banho nele. Eu estava agachada enxugando-o e ele em pé, quando me perguntou se poderia tocar os meus seios. Respondi a ele que sim. Ele tirou a minha blusa, até encontrar o meu peito e, assim, o tocou. Ao tatear, parecia descobrir novas sensações. Tinha um olhar explorador e, ao mesmo tempo, meigo, como se fosse saudoso de algo que nunca teve, mas sonhou em ter.

De repente, eu soltei um grito, pois ele apertou com força o meu mamilo: – Filho, assim dói! Ele retirou a mão rapidamente e me perguntou: – Mãe, não sai leite? Logo, eu respondi: – Não, filho, não sai. Mas amaria ter te amamentado! Seria maravilhoso, porém, nos conhecemos quando você já era um menino e não mais um bebê e, ainda por cima, jogando um bolão!

Demos boas risadas! Foi um momento de grande intimidade e não foi embaraçoso para mim e muito menos para ele. Para nós, foi uma formosa vivência. E a certeza que o que nos move vai muito além do peito. Aos 45 anos tornei-me mãe e, com a tão sonhada maternidade, me dispus a vivê-la intensamente. Resolvi compartilhar sobre o caminho que nos levou à adoção relatando o que precedeu até os dias atuais na minha página “E Aí Cheguei”.

Antes, o tempo era meu. Hoje, o tempo é nosso. Os ponteiros batem diferentes, os cômodos têm mais cor, a nossa casa mais viva e em nosso jardim, mais flor!”

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