Casal trans indiano pausa transição de gênero para ter o primeiro bebê: “Merecem uma família”

Publicado em 08/02/2023, às 12h30 por Redação Pais&Filhos

Ziya Paval, de 21 anos e seu parceiro, Zahad, de 23, vivem no estado de Kerala (ou Querala), no sul da Índia. Os dois decidiram ter um filho e, antes do processo, ambos se encontravam em um processo de transição de gênero. Os pais são transgêneros.

Família

Piknic Électronik: festival de música eletrônica para a família toda acontece neste fim de semana

Família

Ex-namorada de Anderson, do Molejo, fala sobre morte do cantor: "Arrasada"

Zahad nasceu com o sexo biológico feminino, mas se identifica como homem e foi quem gerou o primeiro bebê. Já Ziya foi registrada como homem em seu nascimento e, hoje, se identifica como mulher e sempre quis ser mãe. Quando a gestação estava chegando ao fim, o casal aproveitou para registrar diversas fotos lado a lado. “Pessoas trans merecem uma família”, comentaram em um post de Ziya na rede social Instagram.

Ziya e Zahad serão pais pela primeira vez (Foto: Reprodução/Instagram)

O casal se conheceu há 3 anos enquanto se encontravam separados de suas respectivas famílias. “Sou de uma família muçulmana conservadora que nunca me permitiu aprender dança clássica. [Meus pais] eram ortodoxos a ponto de cortarem meu cabelo para que eu não dançasse”, lamentou Ziya. Por outro lado, Zahad, que é contador, vem de uma família cristã e atualmente trabalha em um supermecado. Ele decidiu deixar os familiares após ter se assumido transgênero; entretanto, após ter engravidado, a família passou a apoiá-lo, assim como também aceitaram Paval. “Eles estão ajudando Zahad durante a gravidez”, revelou a mãe.

Felizmente, o casal anunciou a chegada do primeiro bebê nas redes sociais há aproximadamente uma semana. Eles resolveram ter uma gravidez há 1 ano e meio enquanto ainda estavam em estágios distintos da transição, revelou Ziya ao veículo internacional BBC. Os ovários e o útero de Zahad ainda não haviam sido removidos, então interromperam o processo após conselho médico e irão prosseguir com este depois do parto. Muito felizes, foram abertamente acolhidos pela comunidade LGBTQIA+ durante a gravidez.

“Claro, há pessoas dentro e fora da comunidade transgênero que acreditam em estereótipos. Eles acham que um homem trans não pode carregar um bebê, mas isso não importa”, finalizou a mais nova mãe.