Publicado em 03/08/2023, às 05h15 - Atualizado às 08h12 por Yulia Serra, Editora de conteúdo especializado | Filha de Suzimar e Leopoldo
O leite materno é fundamental para um melhor desenvolvimento do bebê. Através desse alimento, ele recebe todos os nutrientes necessários para crescer de forma mais saudável. Por isso, é essencial valorizar a importância da doação de leite materno para os recém-nascidos prematuros e de baixo peso que estão internados em UTIs neonatais brasileiras e não podem ser amamentados pela própria mãe.
Segundo o Ministério da Saúde, 11% dos nascimentos no Brasil ocorrem antes do previsto, e a doação de leite materno se torna ainda mais importante. Os benefícios do leite materno são inúmeros para a saúde da criança, mesmo que seja proveniente de um Banco de Leite Humano. Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP com bebês na UTI constatou que o leite humano pasteurizado ofertado é tão bom quanto o leite que é ofertado diretamente da mãe para o próprio filho (leite materno cru) para o desenvolvimento do bebê.
Você sabia que um pote de leite materno pode alimentar até dez recém-nascidos por dia? A ideia de a mulher precisar encher vários potes para se tornar uma doadora é errada — qualquer quantidade pode ajudar os recém-nascidos. Dependendo do peso do prematuro e de suas condições clínicas, 1ml já pode ser suficiente para nutri-lo a cada vez que for alimentado. Muito mais do que um alimento, o leite materno também aumenta a chance de recuperação dos neonatos e, consequentemente, de uma vida mais saudável.
Ao todo, o Brasil possui de 223 Bancos de Leite Humano, espalhados em todos os estados, além de 215 postos de coleta que seguem padrões rigorosos indicados pela Anvisa. Mas apesar de ser referência para outros países e ter a maior Rede de Bancos de Leite Humano do mundo, o Brasil tem um número de doações ainda baixo em relação à demanda. De janeiro a dezembro de 2019, 222 mil litros de leite materno foram coletados, representando apenas 55% da real demanda no Brasil. E isso se dá por diversas razões, uma delas é o fato de muitas mães que amamentam não saberem o que precisam fazer para doar o seu leite. Esse cenário precisa mudar.
Historicamente, os meses de férias e recessos prolongados apresentam as taxas mais baixas de doação. Com a pandemia do novo coronavírus, as doações reduziram pela questão do isolamento social e receio das doadoras, mas é fundamental que a doação de leite materno continue. É possível fazer presencialmente, já que os Bancos de Leite Humano seguem um controle rígido de qualidade na coleta e processamento do leite materno doado. Confira aquio mais próximo de você. E em algumas regiões também é possível doar sem sair de casa, através da coleta domiciliar, atendendo aos critérios e recomendações da Rede Brasileira de Bancos de Leite e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Toda mulher que amamenta é uma possível doadora. Mas para doar é necessário seguir algumas regras: estar saudável e não usar medicamentos que sejam incompatíveis com a amamentação. Se esse você se encaixa nesse perfil, pode contatar o Banco de Leite Humano mais próximo da sua casa ou ligar no número 136 para ter mais informações. Confira o passo a passo para retirar o seu leite e os cuidados necessários:
Prepare os frascos para guardar o leite materno:
Prepare-se para a coleta:
Retire o leite das mamas:
As mães que estão amamentando podem procurar os bancos de leite humanoou postos de coleta de leite humano para doar. Para obter mais informações e apoio técnico, caso tenha dificuldades, pode procurar, além desses serviços, a unidade básica de saúde mais próxima. É uma corrente do bem. A doação de leite salva vidas. A sua atitude também pode fazer o mesmo. Doe leite materno. Nessa corrente pela vida, cada gota faz a diferença.
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